terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Ex-ministro de Bolsonaro tem prisão decretada

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manda prender Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro

Ex-secretário de Segurança do Distrito Federal foi exonerado durante o Ataque aos Três Poderes

Anderson Torres, ex-secretário de Segurança do Distrito Federal (DF) - (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Polícia Federal faz uma operação na casa de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança do Distrito Federal (DF), nesta terça-feira (10). Ainda não há informações sobre o tipo de procedimento realizado pelas autoridades.

Anderson Torres reassumiu o comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal no dia 02 de janeiro e viajou de férias para os Estados Unidos cinco dias depois. Ele não estava no Brasil no domingo (08) quando bolsonaristas atacaram os prédios do STF, Congresso e Palácio do Planalto.

O retorno ao país estava previsto para o fim do mês. A Polícia Federal deve cumprir a prisão no momento da chegada dele ao Brasil.

Anderson Torres foi exonerado do cargo durante o Ataque aos Três Poderes, no domingo (08). Os atos criminosos também provocaram o afastamento de Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, por 90 dias, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Também no domingo, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao STF a prisão do ex-secretário, conforme revelou o analista de Política da CNN Caio Junqueira.

A decisão foi dada em resposta ao pedido do advogado-geral da União, Jorge Messias, que solicitou a detenção em flagrante de Anderson Torres e de demais agentes públicos que tiveram participação ou se omitiram para facilitar a invasão dos prédios dos Três Poderes.

O pedido cita a violação ao Estado democrático de Direito como base para solicitar a prisão.

A AGU ainda solicitou a investigação e responsabilização civil e criminal dos responsáveis de atos ilícitos no domingo, sendo "indispensável a determinação de apreensão de todos os veículos e demais bens utilizados para transporte e organização dos atos criminosos".

Os pedidos foram encaminhados a Alexandre de Moraes, que é relator das investigações sobre atos antidemocráticos no STF.

O ministro do Supremo também ordenou a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fabio Augusto Vieira. O militar era o responsável pelo comando da corporação no domingo (08) quando bolsonaristas atacaram os prédios do Congresso, Palácio do Planalto e do STF. Ele já havia sido afastado do cargo pelo interventor federal Ricardo Cappelli.

À Folha de S.Paulo Anderson Torres se defendeu no domingo (08) e afirmou que não foi leniente. "Não houve leniência, é a primeira vez que tiro férias em muito tempo. O planejamento foi feito", disse. O ex-ministro também afirmou que há mentiras sendo contadas.

"Não vim para os EUA para encontrar Bolsonaro. Não me encontrei com ele em nenhum momento. Estou de férias com a minha família. Não houve nenhuma trama para que isso [os atos golpistas] ocorresse", declarou.

No começo da madrugada de segunda-feira (09), o ex-ministro divulgou um pronunciamento nas redes sociais no qual diz que os atos de vandalismo em Brasília foram "um dos pontos mais tristes dos últimos anos da nossa história". Ele também negou que teria sido conivente com o que ocorreu.

"Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos", afirmou em texto.

Em entrevista à CNN nesta terça-feira, o interventor federal Ricardo Cappelli acusou o ex-secretário de sabotar a segurança da capital federal nos atos criminosos. Ele teria alterado todo o comando da secretaria e viajado para fora do Brasil.

“Houve uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro bolsonarista Anderson Torres. Ele montou a sabotagem e fugiu do Brasil”, disse Ricardo Cappelli.

Após as acusações, o Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União, pediu o bloqueio de bens do ex-presidente Bolsonaro, de Ibaneis Rocha - que acabou afastado do cargo por Alexandre de Moraes - e de Anderson Torres, segundo a âncora da CNN Daniela Lima.

O ex-secretário é delegado de Polícia do Distrito Federal e foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL).

Notícias ao Minuto com ClickPB - Por CNN Brasil

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