Forte chuva derruba ponte, causa estragos e deixa dois mortos em Campinas, no interior de São Paulo, na última quinta-feira
Em Campinas, um homem de 65 anos de idade morreu após sofrer uma parada cardíaca ao ver sua casa alagada.
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FRANCISCO LIMA NETO E SIMONE MACHADO - SÃO
PAULO, SP E SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - A chuva intensa
que atingiu Campinas (SP) na última quinta-feira (19) deixou um rastro de
destruição na cidade, com pontes destruídas ou interditadas, quedas de
árvores, alagamentos e dezenas de famílias desalojadas. Duas pessoas
morreram na região.
Em Campinas, um homem de 65 anos morreu após sofrer uma parada cardíaca ao ver sua casa alagada.
De
acordo com familiares, o idoso ficou nervoso e passou mal ao ver a água
invadindo sua casa e causando estragos, no bairro Jardim Santa Lúcia. O
Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas não
foi possível reanimar a vítima, que sofria de problemas cardíacos.
Em
Indaiatuba, um homem morreu provavelmente após ser atingido por um raio
durante o temporal. Segundo o Corpo de Bombeiros, o homem foi
encontrado por moradores caído em um terreno baldio inundado, no Jardim
Carlos Aldrovandi. Ele tinha uma queimadura no tórax e uma lesão no pé, o
que, segundo a corporação, indica que ele recebeu uma descarga elétrica
causada por um raio.
A vítima foi socorrida e levada para o
Hospital Augusto de Oliveira Camargo, mas morreu antes mesmo de receber
atendimento médico.
Nesta sexta (20), a Prefeitura de Campinas
decretou situação de emergência. Também foi determinada a liberação de
auxílio-moradia no valor de R$ 605 ao mês para famílias que tiveram que
deixar suas casas -sejam desabrigados ou desalojados.
De
acordo com a Defesa Civil do município, o volume de chuva registrado nas
últimas 72 horas é de 209,6 mm. O órgão registrou 23 alagamentos de
imóveis, 12 quedas de muros, dez quedas de árvores e dez casos de erosão
do solo.
Além disso, três pontes caíram (no Jardim
das Bandeiras, no Jardim Boa Esperança e no Jardim Santa Letícia) e
outra está interditada pelo risco de desabamento, no Parque Brasília.
Também houve um deslizamento e há muros e árvores em risco de cair.
FIM DE SEMANA
Segundo
o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à
Agricultura), da Unicamp, nesta sexta (20) são esperadas chuvas a
qualquer momento, com possibilidade de temporais -novos alagamentos e
enxurradas podem ocorrer. Para o sábado (21) e para o domingo (22), a
previsão indica risco de tempestades severas à tarde, com chance de
vendaval e queda de granizo.
Os estragos das chuvas dos
últimos dias são vistos em todas as regiões de Campinas. Estão
desalojadas 20 famílias do Beco Mokarzel, no distrito de Sousas, dez
famílias que vivem no Jardim Ipaussurama e uma família do Jardim
Satélite Íris. Todas foram acolhidas por parentes, segundo a gestão
municipal.
A Secretaria de Assistência Social, Pessoa com
Deficiência e Direitos Humanos disse que prestou atendimento aos
afetados com a distribuição de 20 cobertores, 20 colchões e oito cartões
Nutrir, que permite a compra de alimentos.
TRÊS DIAS DE CHUVAS
Campinas
sofre com chuvas intensas há três dias consecutivos. Nesta quinta, um
veículo foi arrastado pela correnteza no momento em que passava por uma
ponte que foi destruída na rua Ferdinando Turquete, no Jardim das
Bandeiras 2. Não há informações sobre feridos.
Fotos e vídeos
circulam pelas redes sociais com imagens impactantes como resgate de
pessoas em enxurradas e carros arrastados pela força das correntezas.
Na
terça (17), o viaduto São Paulo, conhecido como viaduto Laurão, na
avenida Moraes Sales, ficou alagado por cerca de duas horas. Foi a
primeira vez na história que o trecho alagou.
O Campinas
Shopping também teve problemas causados pela chuva, com alagamento da
área interna e queda de parte de um forro afetado por infiltração. O
centro de compras afirmou, em nota, que esses pontos de infiltrações
foram identificados e isolados e que as atividades já foram retomadas,
com suporte a lojistas e clientes.
O prefeito de Campinas,
Dário Saadi (Republicanos), visitou algumas das áreas afetadas e disse
que na região do Jardim São José e Jardim das Bandeiras choveu 120 mm em
um intervalo de apenas duas horas, o que corresponde a mais de 40% da
média esperada para todo o mês de janeiro. Ele anunciou aditivo de R$
6.093.390,87 no contrato de tapa buracos e de R$ 1.956.230,96 para poda
de árvores.
Além das equipes que já atuam
no rescaldo das chuvas -todo o pessoal da Secretaria de Serviços
Públicos está na rua para reparar vias e remover árvores caída, diz a
gestão-, outras autarquias puseram seus efetivos à disposição para
auxiliar nos serviços.
Notícias ao Minuto
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