segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Brigas políticas acirradas

Relembre como foram as disputas de segundo turno das eleições para Governador da Paraíba e Presidente da República

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As disputas para o cargo de Governador da Paraíba e para a Presidência da República, serão mais uma vez em segundo turno. 2022 será a sexta vez que em ambas as eleições tem que ser decididas em acirradas lutas democráticas.

Nessa matéria iremos relembrar as históricas batalhas, seus atores políticos, apoios, partidos e quão bonitas foram essas campanhas que ficaram para sempre gravadas na memória dos paraibanos e brasileiros.

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1990 – Wilson Braga x Ronaldo Cunha Lima

Primeiro Governador eleito pelo voto popular após a redemocratização em 1982, em uma histórica eleição contra Antônio Mariz, Wilson Braga tentou uma vaga no senado em 1986 pelo PFL (atual União Brasil), ficando em terceiro lugar na disputa, atrás de Raimundo Lira e Humberto Lucena, ambos do MDB.

Eleito Prefeito da capital em 1988, Braga renunciou ao cargo para tentar retornar ao Palácio da Redenção em 1990, já na época filiado ao PDT.

Na primeira disputa com a inclusão do segundo turno, o principal adversário do ex-Governador foi Ronaldo Cunha Lima, cassado pela ditadura em 1969, quando era Prefeito de Campina Grande, Ronaldo ficou por muitos anos trabalhando como advogado no Rio de Janeiro, anistiado em 1982, o ex-Prefeito volta à Rainha da Borborema e conquista a prefeitura em uma disputa contra Vital do Rêgo.

A eleição de 1990 tinha cinco candidatos, Juracy Palhano do PDC (atual Democracia Cristã), Genival França do PT, João Agripino Maia do PDS (atual Progressistas) e às duas principais chapas Ronaldo Cunha Lima e o seu vice, Cícero Lucena ambos do MDB, contra Wilson Braga do PDT e o seu vice Enivaldo Ribeiro do PFL.

No primeiro turno Wilson Braga que era favorito nas pesquisas, saiu vitorioso com uma vantagem de mais de 36 mil votos, com 43,37% contra 40,22% de Ronaldo.

No segundo turno, Ronaldo Cunha Lima soube costurar bens as alianças políticas e atraiu João Agripino Maia para seu lado, fator preponderante para a sua incrível virada. Ronaldo venceu o segundo turno com 704.375 votos (55,1%), enquanto que, Wilson Braga teve 571.802 votos (44,8%).

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1994 – Antônio Mariz x Lúcia Braga

Após a conturbada saída de Ronaldo do governo no final de 1993, o MDB decidiu pela indicação do Senador Antônio Mariz, nas Eleições de 1994.

Um dos políticos mais renomados do estado, o ex-Prefeito de Sousa, foi Deputado Federal por 16 anos. Em 1978, Mariz foi preterido por Tarcísio Burity na indicação da Arena para o cargo de Governador.

Descontente com o tratamento do partido, logo após a volta do pluripartidarismo em 1980, ao lado do senador Tancredo Neves, e de outros líderes de expressão nacional, Mariz participou da fundação do Partido Popular, o PP, que foi incorporado ao MDB em fevereiro de 1982.

No mesmo ano, Mariz disputou o governo da Paraíba, perdendo a eleição para Wilson Braga, do PDS (atual Progressistas), por mais de 150 mil votos.

Eleito Senador em 1990 em uma disputa contra Marcondes Gadelha, também do PDS, Mariz ficou marcado por ser o relator do processo de impeachment de Fernando Collor em 1992;

Em mais uma disputa polarizada por MDB x PDT, a então Deputada Federal e esposa do ex-Governador Wilson Braga, Lúcia Braga, foi a escolhida da oposição para disputar o Governo do estado. Deputada Federal no segundo mandato, Lúcia Braga era a favorita nas pesquisas antes das eleições.

No ano de 1994 também tivemos 5 candidatos ao pleito, Djacy Lima do PMN, Francisco Evangelista do PPR (que se fundiu ao PDS e que hoje é o Progressistas), Avenzoar Arruda do PT e as duas principais chapas, Lúcia Braga do PDT e o seu vice Evaldo Gonçalves do PFL e Antônio Mariz e José Maranhão do MDB.

No primeiro turno Mariz teve 525.396 votos (46,59%), contra 489.006 votos de Lúcia (43,37%), no segundo turno Mariz confirmou a vitória, ampliando a vantagem, obtendo 781.349 votos (58,30%), Lúcia conquistou 558.947 votos  (41,70%).

Antônio Mariz tomou posse em 1 de janeiro de 1995, mas faleceu em 16 de setembro do mesmo ano, vitimado por um câncer que infelizmente o acompanhava a alguns anos, no seu lugar entrou o vice José Maranhão.

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2002 – Cássio Cunha Lima x Roberto Paulino

Em 1998 José Maranhão ganhou a eleição no primeiro turno com mais de 80% dos votos em uma disputa contra Gilvan Freire do PSB. A sua candidatura foi o principal motivo para o racha entre Maranhão e o clã Cunha Lima, que saiu do MDB e migrou para o PSDB.

Em 2002 Maranhão renunciou ao cargo, pleiteando uma das duas vagas do estado ao Senado, o seu vice Roberto Paulino assumiu o Governo e foi escolhido como o candidato do MDB nas eleições.

Prefeito de Guarabira por duas ocasiões, Deputado Estadual e Federal em uma legislatura cada, Paulino era o nome natural para a reeleição após 4 anos como Vice-Governador do estado.

O seu principal adversário era Cássio Cunha Lima, Deputado Federal e Prefeito de Campina Grande em duas ocasiões, Cássio se filiou ao PSDB, após o racha na relação com José Maranhão em 1998 e renunciou a Prefeitura da Rainha da Borborema pra disputar o Governo em 2002.

Na eleição de 2002, os candidatos eram Ana Mangueira do PSB, Maria José Mendes do PGT (atual PL), Lourdes Sarmento do PCO, Alexandre Arruda do PSTU, Avenzoar Arruda do PT e as duas principais chapas, Roberto Paulino e Gervásio Maia do MDB, e Cássio Cunha Lima e Lauremília Lucena do PSDB.

Cássio era o favorito durante as pesquisas e esse favoritismo se confirmou no primeiro turno, com 752.297 (47,20%) dos votos, o tucano teve uma vantagem considerável contra Paulino, que alcançou 637.239 votos (39,98%).

No segundo turno apoiado pelo PT que estava muito forte com a iminente vitória de Lula contra José Serra e a adição de Wilson Braga que estava apoiando Cássio no primeiro turno e decidiu por apoiar Roberto no segundo, um forte movimento de virada foi sentido por todo o estado, mas no final Cássio se elegeu com uma pequena margem, durante um segundo turno frenético.

O tucano obteve 889.922 votos (51,35%), contra 843.127 votos do emedebista (48,65%).

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2006 – Cássio Cunha Lima x José Maranhão

Em uma das disputas mais acirradas de todos os tempos, o embate entre José Maranhão e Cássio Cunha Lima ficou para a história.

Após o racha entre José Maranhão e o clã Cunha Lima, que culminou na saída de Cássio e Ronaldo do MDB, essa foi a única disputa direta entre duas das maiores lideranças políticas da Paraíba.

Governador da Paraíba entre 1995 e 2002, José Maranhão se licenciou do senado para disputar mais um pleito estadual, nessas eleições Maranhão teve o apoio do Presidente Lula e do PT durante toda a campanha, com Luciano Cartaxo sendo escolhido como o seu vice na composição da chapa.

Tentando a reeleição Cássio trocou o vice da sua chapa, sai Lauremíla Lucena e entra José Lacerda Neto na época filiado ao PFL (atual União Brasil).

Os outros candidatos em 2006 eram, Hélio Chaves do PRP (atual Patriotas), Francisco Carlos do PCB, Marinézio Ferreira do PSDC (atual Democracia Cristã), Lourdes Sarmento do PCO e David Lobão do PSOL.

Durante às pesquisas, os dois candidatos se alternaram no primeiro lugar e isso se refletiu no resultado do primeiro turno, onde Cássio ficou na frente com menos de 1% de vantagem, o tucano conseguiu 943.922 votos (49,67%), contra 926.272 votos (48,74%) de Maranhão.

No segundo turno o Governador conseguiu a vitória alargando a vantagem conquistada no primeiro turno, se tornando o primeiro político paraibano a atingir mais de um milhão de votos em uma eleição, Cássio teve 1.003.102 votos (51,35%) e José Maranhão alcançou 950.269 votos ( 48,65%).

Após a cassação da chapa do Governador pelo TSE, Maranhão renunciou ao cargo de Senador e tomou posse como Governador no dia 17 de fevereiro de 2009.

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2010 – Ricardo Coutinho x José Maranhão 

José Maranhão mais uma vez tem o importante do apoio do PT na composição da chapa, nessas eleições ocorre uma troca sai Luciano Cartaxo e entra Rodrigo Soares como o vice da chapa de Maranhão.

Estreante em uma disputa de cargo majoritário estadual, o ex-Vereador de João Pessoa e Deputado Estadual por dois mandatos, Ricardo Coutinho saiu do PT em 2003, se filiando no mesmo ano ao PSB e se tornando Prefeito da capital por duas legislaturas.

Na formação da sua chapa, Ricardo teve o apoio do ex-Governador Cássio Cunha Lima que tinha sido cassado, um ano antes em detrimento a José Maranhão.

Essa forte aliança formada entre Cássio e Ricardo foi uma das principais histórias daquela eleição, com a entrada do PSDB na chapa, Rômulo Gouveia foi indicado como vice de Coutinho.

Os outros candidatos em 2010 eram, Marcelino Rodrigues do PSTU, Francisco Oliveira do PCB, Lourdes Sarmento do PCO e Nelson Júnior do PSOL.

Em um primeiro turno acirradíssimo, Ricardo conseguiu ir contra os prognósticos das pesquisas que indicavam Maranhã na frente, totalizando 942.121 votos (49,74%), contra 933.754 votos ( 49,30%).

Os dois palanques esperavam o apoio de Dilma e Lula, mas isso não ocorreu em nenhum momento da campanha, o apoio oficial petista foi para Maranhão, mas uma ala bem significativa do partido era a favor de Ricardo e essa tensão acabou afastando a dupla que ganharia a eleição presidencial de 2010.

Ricardo Coutinho se elegeu com a maior margem no segundo turno desde Antônio Mariz em 1994, obtendo 1.079.164 votos (53,70%), contra 930.331 votos (46,30%).

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2014 – Ricardo Coutinho x Cássio Cunha Lima

Os aliados de 2010 voltaram a se tornar rivais em 2014.

Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho brigaram logo após a vitória do socialista e desfizeram o acordo que tinha sido feito para às eleições de 2010.

Cássio conseguiu se eleger Senador, apoiado pela decisão do STF no sentido de que a lei da Ficha Limpa não se aplicava às eleições de 2010, o político teve seu registro de candidatura deferido pelo STF no Recurso Extraordinário (RE) 634250, possibilitando assim tomar posse no Senado em 7 de novembro de 2011.

Os candidatos em 2014 eram, Antônio Radical do PSTU, Tárcio Teixeira do PSOL, Vital do Rego Filho do MDB, e nas duas principais chapas, Ricardo Coutinho do PSB, com Lígia Feliciano do PDT e Cássio Cunha Lima e Ruy Carneiro ambos do PSDB.

O tucano foi líder em todas as principais pesquisas de intenções de votos, tirando a última pesquisa do dia anterior ao primeiro turno que colocava os dois candidatos, rigorosamente empatados.

Confirmando os prognósticos das pesquisas, Cássio foi o primeiro colocado. O tucano obteve 980.307 votos (47,87%), Coutinho atingiu 937.009 votos (46,05%).

Em um segundo turno bastante disputado, com vários debates acalorados e pesquisas que não indicavam com clareza quem era o favorito, Ricardo teve o importante apoio de Vital do Rego e de todo o MDB, incluindo José Maranhão e conseguiu ganhar a reeleição com a maior votação de um político paraibano na história, foram 1.125.956 votos (52,61%), contra 1.014.393 votos (47,39%).

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1989 – Fernando Collor x Lula

Logo após a transição política vivida durante o governo José Sarney, o Brasil viveu um período de movimentação política que consolidou a retomada do regime democrático no país. Em 1989, após vinte e nove anos, a população brasileira escolheria o novo presidente da República através do voto direto.

Conforme estabelecido na Constituição de 1988, o sistema político do país se organizaria de forma pluripartidária. Com a vigência do sistema pluripartidário, as mais variadas correntes de orientação política se estabeleceram no cenário político da época. Cercado por tantas opções, os eleitores se viam perdidos entre diferentes promessas que solucionariam os problemas do país.”

Aquela eleição teve 22 candidatos, entre eles, líderes dos principais partidos: Ulysses Guimarães (MDB), Aureliano Chaves (PFL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leonel Brizola (PDT), Mário Covas (PSDB), Paulo Maluf (PDS), Roberto Freire (PCB), Guilherme Afif Domingos (PL) e Ronaldo Caiado (PSD). A novidade foi a candidatura do ex-governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, que concorreu por um partido pequeno e quase desconhecido, o PRN (Partido da Reconstrução Nacional).

Atraindo apoio de diferentes setores da sociedade, Collor prometia modernizar a economia promovendo políticas de cunho neoliberal e a abertura da participação estrangeira na economia nacional. Ao mesmo tempo, fazia discursos de orientação religiosa, se autoproclamava um “caçador de marajás” e alertava sobre os perigos de um possível governo de esquerda.

No final de outubro, faltando apenas duas semanas para a eleição, ocorre o lançamento da candidatura do apresentador Sílvio Santos, do SBT, pelo PMB (Partido Municipalista Brasileiro). O PRN entrou com um recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e conseguiu que a candidatura fosse impugnada.

Uma semana depois da eleição, o TSE anunciou o resultado oficial do primeiro turno. Fernando Collor obteve 20,6 milhões de votos (28% do total) e Lula conseguiu 11,6 milhões de votos (16% do total).

Os dois, portanto, disputaram o segundo turno cerca de um mês depois. Mesmo com apoios de Mário Covas e Leonel Brizola, Lula não conseguiu tirar a vantagem, Collor foi eleito com 35.089.998 votos (53% dos votos válidos). Lula obteve 31.076.364 votos (47% dos válidos).

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2002 – Lula x José Serra

Em 1994 e 1998, a eleição se decidiu em primeiro turno. Nas duas disputas, ocorreu a vitória do sociólogo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), sobre Lula (PT).

A implementação e sucesso do Plano Real, foram primordiais para o êxito de Fernando Henrique em 1994, com a inflação caindo e o bom crescimento econômico do país, FHC ganhou muita popularidade, o que deixou Lula e a esquerda mais radical enfraquecidos no país. Em 1997 FHC e sua base, conseguiram por em prática o projeto de reeleição, que beneficiou o Presidente e lhe deu a oportunidade de ganhar mais uma eleição em 1998.

Durante o segundo mandato, uma grave crise econômica acometeu o Brasil. Iniciando-se logo após as eleições de 1998 com uma crise cambial, ela resultou em queda na taxa de crescimento, desemprego e aumento da dívida pública.

Fernando Henrique enfrentou crises internacionais e uma crise energética que gerou o chamado “apagão elétrico”, com racionamento de energia. Houve uma ruptura na política cambial até então praticada, quando em janeiro de 1999 o real sofreu uma desvalorização e o Banco Central adotou a livre flutuação do dólar, o que contribuiu para o aumento das exportações e a redução da taxa de juros.

Durante meses, foi travada uma intensa batalha nos bastidores para definir o candidato oficial do governo. No partido do então presidente, a disputa envolveu o ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati, e o então ministro da Saúde, José Serra, sendo que este último prevaleceu na disputa.

Após três tentativas frustradas, o PT lançou Lula mais uma vez à presidência. Ao contrário das outras eleições, o PT se coligou com partidos mais conservadores, como o PL e o Partido da Mobilização Nacional (PMN). Também obteve o apoio de grupos ligados a outros partidos conservadores, como o PP, o PTB e parte do PMDB.

Assim como na eleição anterior, o Partido Popular Socialista (atual Cidadania) lançou à presidência Ciro Gomes, ex-governador do Ceará, que já havia passado por PDS (atual Progressistas), PMDB e PSDB durante sua trajetória política. Ciro que já havia sido prefeito, governador e ministro da fazenda no governo Itamar Franco, ganhou muita popularidade graças a seus posicionamentos fortes e sua vasta bagagem política apesar da jovem idade. O Partido Socialista Brasileiro (PSB) lançou à presidência o então governador do Rio de Janeiro, Antony Garotinho, recém-saído do PDT e que havia começado sua trajetória política no PT. Esta foi a primeira vez em treze anos que o PSB não se coligou com o PT e o PCdoB ao redor do nome de Lula.

Ciro e Garotinho tiveram juntos mais de 25 milhões de votos, sendo o principal fator para a não vitória de Lula em primeiro turno. O petista obteve quase 40 milhões de votos (46,44%), Serra ficou um pouco a frente de Garotinho, com 19 705 445 (23,19%). No segundo turno, Lula conseguiu o apoio de Ciro e Garotinho, e isso foi primordial, para a vitória acachapante do petista que até hoje, tem a maior vantagem em uma disputa presidencial na história, foram 52 793 364 votos (61,27%), contra 33 370 739 de votos (38,73%).

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2006 – Lula x Geraldo Alckmin

Após quatro anos turbulentos, onde mesmo com o alto crescimento econômico e social, a popularidade de Lula levou um baque importante com o Mensalão, a reeleição do Presidente estava bem encaminhada, principalmente pelo número expressivo de partidos que apoiavam Lula no Congresso.

O principal partido de oposição continuou sendo o PSDB, que anunciou Geraldo Alckmin, governador do estado de São Paulo que renunciou ao cargo para poder concorrer à presidência, como seu candidato para as eleições de 2006. Em 11 de junho de 2006 esse anúncio foi confirmado na Convenção Nacional do partido. O então senador de Pernambuco José Jorge, do PFL (atual União Brasil, após fusão com o PSL em 2022), foi o candidato a vice-presidente de sua chapa.

César Maia, prefeito da cidade do Rio de Janeiro, que tinha bons números nas pesquisas, desistiu de sua candidatura para apoiar Geraldo Alckmin. Apesar de desentendimentos pontuais quanto a questões estaduais e circunstâncias políticas (tais como as ondas de violência em São Paulo desde maio de 2006), a aliança dos dois foi firmada na chamada “Coligação por um Brasil Decente”, composta apenas por PSDB e PFL.

Lula venceu em dezesseis estados no primeiro turno, predominantemente nas regiões Norte e Nordeste, Geraldo Alckmin venceu em dez estados e no Distrito Federal, predominantemente nas regiões Sul e Centro-Oeste. No segundo turno o petista conseguiu 58 295 042 votos, que continua até hoje a maior quantidade de votos de um candidato na história, esse número correspondeu a (60,83%), Alckmin atingiu 37 543 178 votos (39,17%).

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2010 – Dilma Rousseff x José Serra 

Os candidatos dos dois maiores grupos políticos foram a ex-ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula, Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil seguir mudando, tendo o deputado Michel Temer como candidato a vice-presidente, e o ex-governador de São Paulo, José Serra, da coligação O Brasil pode mais, tendo o deputado Índio da Costa como candidato a vice.

Marina Silva, ex-ministra do meio ambiente de Lula, era a candidata que ocupou o espaço da terceira via. No final de 2009, ela trocou o PT, partido que integrava desde sua fundação, para se juntar ao Partido Verde (PV).

Dilma Rousseff teve 47 651 434 (46,91%), a ex-Ministra venceu em dezoito estados, predominantemente nas regiões Norte e Nordeste, José Serra conseguiu 33 132 283 de votos, (32,61%), ele venceu em oito estados e Marina Silva que teve uma votação surpreendente expressiva, alcançou 19 636 359 votos (19,33%), venceu no Distrito Federal.

Mesmo com todas as ressalvas, Marina apoiou Dilma no segundo turno, o que ajudou bastante o crescimento da petista entre os evangélicos, Dilma venceu com 55 752 529 votos (56,05%), Serra alcançou 43 711 388 votos (43,95%).

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2014 – Dilma Rousseff x Aécio Neves

A primeira eleição com o clima bélico de polarização, que predomina no país desde então, acaba de completar 8 anos. A reeleição de Dilma foi a eleição mais acirrada desde a redemocratização, opondo um projeto que já tina 12 anos de poder, e um forte movimento de descontentamento da direita contra o petismo, que começou a partir das manifestações de 2013.

Até junho de 2013, Dilma tinha uma popularidade maior que a de Lula, eram incríveis 79% de aprovação. No final do mês uma manifestação pela diminuição dos preços da passagem de ônibus em São Paulo, desencadearam as maiores manifestações no país, desde as Diretas Já.

Outro problema para a Presidente, foi o surgimento da Lava-Jato iniciada em Março de 2014, a operação tinha no seu começo, o propósito de investigar um esquema de corrupção sistêmico na Petrobrás. A maioria dos investigados eram pessoas ligadas ao PT, tanto nas diretorias da estatal, como também de políticos do Congresso, o que enfraqueceu bastante o apoio popular de Dilma, que chegou a ser vaiada e não ter a chance de discursar na abertura da Copa do Mundo em 2014.

Em 13 de agosto de 2014, o candidato e ex-Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, embarcou em um avião que saiu do Rio de Janeiro em direção ao município de Guarujá para cumprir agenda de campanha. Por volta das 10h, o avião, após arremeter devido ao mau tempo, caiu em cima de um quintal em Santos, no bairro do Boqueirão, matando os sete ocupantes e ferindo 6 pessoas em solo. A morte de Eduardo Campos fez com que todo o rumo das eleições fosse alterado.

A coligação “Unidos pelo Brasil” decidiu aguardar as cerimônias fúnebres e o enterro das vítimas para discutir se Marina Silva que era a vice de Eduardo, assumiria a cabeça de chapa ou se então um novo nome seria divulgado. Entretanto, já no terceiro dia foi dito como certo a escolha de Marina. Na primeira pesquisa de intenções de votos após a morte de Eduardo, realizada pelo Datafolha durante os dias 14 e 15 de agosto, Marina obteve cerca de 21% dos votos, contra 8% que ele havia conseguido na última pesquisa, ela superou Aécio Neves e acirrou ainda mais a disputa. A campanha de Marina acabou derretendo após fortes críticas direcionadas ao seu plano de governo, o que foi primordial para a campanha de Aécio, que tinha um discurso anti-petista muito forte, angariando votos da nova direita brasileira.

No primeiro turno, realizado no dia 5 de outubro, Dilma Rousseff ficou na primeira posição, com 41,59% dos votos válidos, enquanto Aécio Neves atingiu 33,55% e Marina Silva atingiu 21,32%. No segundo turno, mesmo com o apoio de Marina para a campanha de Aécio, Dilma foi reeleita para o cargo, após acumular mais de 54 milhões de votos, correspondendo a 51,64% dos votos válidos. Aécio ficou na segunda colocação, com mais de 51 milhões de votos, correspondendo a 48,36% dos votos válidos.

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2018 – Jair Bolsonaro x Fernando Haddad

Dilma iniciou seu segundo mandato em janeiro de 2015 enfraquecida em meio a grave crise econômica e política. A crise econômica levou o governo a tomar medidas impopulares, incluindo cortes bilionários no orçamento e aumento de impostos. Em paralelo, revelações da operação Lava Jato acentuaram-se e implicaram diversos políticos governistas. Com a impopularidade de Dilma, manifestações antigovernamentais mobilizaram milhões de pessoas que demandavam a saída da presidente. Em agosto de 2016, o Senado determinou por 61 a 20 o impeachment da presidente com a alegação de que teria violado leis orçamentárias.

Seu vice, Michel Temer, tomou posse mas não conseguiu estancar a crise. Temer formou uma ampla base aliada no Congresso e conseguiu aprovar algumas das medidas que considerava essenciais, incluindo o Novo Regime Fiscal e uma Reforma Trabalhista. Em 2017, Temer foi denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da República por suspeita de corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa, sendo o primeiro Presidente da República alvo de uma denúncia criminal durante o exercício de seu mandato. Com um índice de rejeição superior a 80%, Temer acabou desistindo de se candidatar.

O PT oficializou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, Lula encontrava-se preso por corrupção e lavagem de dinheiro, em decorrência da Lava-Jato e portanto teve a candidatura indeferida pelo TSE em virtude de sua condenação em segunda instância. Fernando Haddad assumiu a condição de candidato a presidente em seu lugar.

Deputado Federal por mais de 30 anos, e que nunca tinha tido muito destaque, Jair Bolsonaro, começou a aparecer na mídia criticando as pautas de esquerda, com pesadas declarações contra os homossexuais e as mulheres. Famoso na internet, por ser um ávido crítico petista, Bolsonaro começou a ter um culto de seguidores, que o acompanha em todos os estados, mesmo antes da Campanha começar de fato. Candidato pelo PSL, um partido pequeno e que não tinha muita expressão na Câmara, Bolsonaro ganhou terreno com um discurso que se dizia a favor da família, contra bandidos e contra a corrupção sistêmica do PT.

Adorado por uma nova extrema-direita, Bolsonaro conseguiu trazer vários nomes para o seu partido que se identificavam com o seu estilo e conseguiu elevar o PSL para um dos maiores partidos do país. Em setembro de 2018. durante um ato de campanha em Minas Gerais, o candidato foi esfaqueado por Adélio Bispo, que agiu por conta própria ao não concordar com as falas do candidato. Com Lula fora do páreo e a comoção do atentado, Bolsonaro começou a tomar a dianteira nas pesquisas e venceu no primeiro turno com 49 276 990 votos (46,03%), Haddad teve 31 342 051 votos (29,28%) e Ciro Gomes conseguiu 13 344 371 votos (12,47%).

Mesmo sem participar dos debates no segundo turno, Bolsonaro conseguiu venceu a eleição apoiado pelo apoio de muitos Governadores, entre eles o do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, ele obteve 57 797 847 dos votos (55,13%), contra 47 040 906 votos (44,87%) do petista.

Blog JURU EM DESTAQUE com Polêmica Paraíba - Publicado por: Vitor Azevêdo

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