quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Quatro anos da facada em Bolsonaro

Facada no presidente Jair Bolsonaro completa 4 anos: relembre o caso e seus desdobramentos desde o atentado de 2018 em Juiz de Fora (MG)

Após quatro anos, o presidente já foi submetido a quatro cirurgias relacionados ao atentado. O episódio ainda rende teorias, seja na esquerda ou na direita

Autor Filipe Pereira

Facada em Bolsonaro em 6 de setembro de 2018(foto: Raysa Leite/AFP)
Facada em Bolsonaro em 06 de setembro de 2018 - (foto: Raysa Leite/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi esfaqueado em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 06 de setembro de 2018, durante ato público de campanha. Após o episódio, ele foi operado pelo médico-cirurgião Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, após desenvolver quadro de obstrução intestinal.

Após quatro anos, o presidente já foi submetido a um total de seis cirurgias desde então, que levaram-no a uma série de atendimentos em hospitais. Dois desses procedimentos não tiveram relação com o episódio da facada.

O episódio envolvendo Bolsonaro rende teorias, seja na esquerda ou na direita. Enquanto a base bolsonarista se empenha em não deixar o assunto ser esquecido, a oposição defende que a insistência no tema se trata de uma estratégia eleitoral. Abaixo está uma lista com os principais desdobramento que envolvem o presidente nos últimos anos desde o atentado de 2018:

Setembro de 2018 - cirurgias pós-facada

Em 06 de setembro, o então candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, sofreu um atentado com faca em Juiz de Fora (MG). Bolsonaro precisou ser submetido a uma intervenção cirúrgica, em que médicos concluíram que a facada gerou um traumatismo abdominal.

No mesmo mês, Bolsonaro passou por uma nova cirurgia de emergência para a desobstrução do intestino delgado. Ele ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até 16 de setembro, mas só recebeu alta dias antes do fim daquele mês.

Janeiro de 2019 - nova cirurgia

Eleito presidente, Bolsonaro passou por um terceiro procedimento cirúrgico para a retirada da bolsa de colostomia, que vinha sendo utilizada após o atentado com faca. Desta vez, Bolsonaro ficou internado por cerca de duas semanas.

Setembro de 2019 - quarta cirurgia

Na ocasião, Bolsonaro passou por cirurgia para corrigir uma hérnia na região do abdômen. O problema foi ocasionado pelas diversas incisões feitas na região desde a facada.

Julho de 2020 - Covid-19

Bolsonaro foi diagnosticado com Coronavírus no dia 7 de julho. Na ocasião, o presidente disse ter sentido um mal-estar. Bolsonaro também disse que estava adotando o tratamento com hidroxicloroquina e outros remédios do chamado “Kit Covid”. Os medicamentos do kit não têm eficácia comprovada cientificamente contra a doença. No fim do mês, o presidente anunciou que estava curado da Covid-19 após um novo teste, desta vez negativo. O episódio não teve relação com a facada.

Setembro de 2020 - pedra na bexiga

Em 25 de setembro daquele ano, Bolsonaro fez um procedimento no Hospital Israelita Albert Einstein, na zona sul de São Paulo, para remover uma pedra na bexiga e recebeu alta no dia seguinte. O caso também não remete ao atentado.

Julho de 2021 - crises de soluço

Por mais de dez dias, o presidente sofreu com crises de soluços devido a contrações involuntárias do seu diafragma. No início daquele mês, Bolsonaro apresentou dificuldade em falar durante eventos públicos. No dia 14 de julho, o presidente sentiu dores abdominais e foi encaminhado ao Hospital das Forças Armadas. Em seguida, foi transferido para São Paulo, ao hospital Vila Nova Star, onde foi diagnosticado com obstrução intestinal.

26 de setembro de 2021 - PF retoma investigação sobre facada

A Polícia Federal reabriu a investigação sobre o atentado a faca contra o presidente na campanha eleitoral de 2018. O inquérito foi retomado após o sinal verde do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, que no início do mês derrubou as restrições que vinham travando as apurações.

A linha de investigação retomada pela PF pretendeu verificar se alguém pagou pelo trabalho de Zanone no caso ou se o advogado assumiu a defesa de Adélio para ganhar visibilidade. As apurações seguem em curso.

Até o momento, os dois primeiros inquéritos concluíram que o autor do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, agiu sozinho e sem mandantes.

Janeiro de 2022 - nova obstrução intestinal

Em férias no sul do país, Bolsonaro estava em Santa Catarina, quando sentiu novas dores abdominais e foi levado ao Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. O quadro é de uma nova obstrução intestinal e apesar do estado do presidente ser estável, ainda não se sabe se será necessário um novo procedimento cirúrgico.

Fevereiro de 2022 - Vídeo pós-cirurgia

Quatro anos após levar uma facada e a poucos meses do início oficial da campanha eleitoral de 2022, o presidente retomou o assunto ao compartilhar um vídeo de sua recuperação pós-cirurgia. A gravação foi publicada em seu perfil no Twitter, no dia 14 de fevereiro.

“Não me lembrava de ter falado após acordar da 1ª cirurgia na Santa Casa de Juiz de Fora/MG, e nem sabia que esse vídeo existia”, escreveu o mandatário.

As imagens, embora Bolsonaro afirme não se lembrar, não são inéditas e foram publicadas pela primeira vez no dia seguinte ao ataque, em 07 de setembro de 2018. O vídeo foi gravado pelo senador Magno Malta e divulgada pelo site O Antagonista.

Agosto de 2022 - Adélio Bispo tem transtorno delirante e é perigoso para a sociedade, diz laudo

Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada no presidente, continua representando perigo para a sociedade, de acordo com novo laudo pericial. O documento foi resultado de uma perícia médica a qual Adélio foi submetido no final de julho, no Presídio de Campo Grande (MS), onde está preso.

06 de setembro de 2022 - Bolsonaro relembra atentado em missa

O presidente da República e candidato à reeleição compareceu a uma missa na paróquia militar São Miguel Arcanjo, em Brasília (DF). A celebração homenageou a vida do mandatário, exatos quatro anos depois de ter sido esfaqueado na campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Fonte: O Povo

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