terça-feira, 27 de setembro de 2022

Ciro Gomes e o seu futuro

PDT não quer ser oposição a Lula e futuro de Ciro é incerto; lideranças acreditam que o candidato à Presidência pode deixar o partido

Por Naian Lucas Lopes

Ciro Gomes
Ciro Gomes - Divulgação

Diversos candidatos e lideranças do PDT já jogaram a toalha em relação a Ciro Gomes e passaram a apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno. Porém,  o ex-governador do Ceará não abriu mão da sua candidatura e o entendimento de todos é que ele trabalhará como opositor em um eventual governo petista. Só que o seu partido não pretende seguir o mesmo caminho.

Na avaliação dos grupos pedetistas que não estão mais com Ciro, o ex-ministro de Lula quer se colocar como principal opositor do PT, conquistando o eleitorado antipetista. O entendimento é que Gomes tem convicção que Jair Bolsonaro (PL) perderá força ao sair da presidência e abrirá uma vaga para uma nova liderança que duela contra o Partido dos Trabalhadores.

Porém, muitos integrantes do PDT consideram a manobra sem sentido. O primeiro ponto apresentado é que Ciro é visto como uma figura de esquerda, enquanto o antipetismo está mais ligado em eleitores de direita. Além disso, quase todas as lideranças pedetistas são de esquerda.

Carlos Lupi, presidente da sigla, tem se manifestado contrário a um possível racha da sigla com partidos esquerdistas. Até porque há acordos para que a legenda faça parte do bloco que dê governabilidade ao Partido dos Trabalhadores, caso Lula consiga vencer as eleições 2022 .

“Não acredito que o PDT será oposição ao Lula. Muitos deputados serão eleitos justamente por estar apoiando o ex-presidente. A posição do Ciro é dele, um projeto que se tornou individual. Se hoje tivesse uma pesquisa dentro do partido, a maioria diria que o movimento dele é equivocado e vai na contramão do que o partido acredita”, diz uma das lideranças da legenda.

Ciro Gomes e o seu futuro

Ciro tem excelente relação com Carlos Lupi, um dos maiores defensores da sua candidatura. Porém, o presidente do PDT também não quer abrir mão de outros importantes nomes da sigla.

Por conta disso, hoje já há uma discussão interna sobre o futuro do ex-governador do Ceará na legenda. “Não será nenhuma surpresa se ele resolver procurar um novo caminho”, comenta uma das lideranças do PDT.

IG

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