Diversos candidatos e lideranças do PDT
já jogaram a toalha em relação a Ciro Gomes
e passaram a apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) no primeiro turno. Porém, o ex-governador do Ceará não abriu mão da sua candidatura
e o entendimento de todos é que ele trabalhará como opositor em um
eventual governo petista. Só que o seu partido não pretende seguir o
mesmo caminho.
Na avaliação dos grupos pedetistas que não estão mais com Ciro, o
ex-ministro de Lula quer se colocar como principal opositor do PT,
conquistando o eleitorado antipetista. O entendimento é que Gomes tem
convicção que Jair Bolsonaro (PL) perderá força ao sair da presidência e
abrirá uma vaga para uma nova liderança que duela contra o Partido dos
Trabalhadores.
Porém, muitos integrantes do PDT consideram a manobra sem sentido. O
primeiro ponto apresentado é que Ciro é visto como uma figura de
esquerda, enquanto o antipetismo está mais ligado em eleitores de
direita. Além disso, quase todas as lideranças pedetistas são de
esquerda.
Carlos Lupi, presidente da sigla, tem se manifestado contrário a um
possível racha da sigla com partidos esquerdistas. Até porque há acordos
para que a legenda faça parte do bloco que dê governabilidade ao
Partido dos Trabalhadores, caso Lula consiga vencer as eleições 2022
.
“Não acredito que o PDT será oposição ao Lula. Muitos deputados serão
eleitos justamente por estar apoiando o ex-presidente. A posição do
Ciro é dele, um projeto que se tornou individual. Se hoje tivesse uma
pesquisa dentro do partido, a maioria diria que o movimento dele é
equivocado e vai na contramão do que o partido acredita”, diz uma das
lideranças da legenda.
Ciro Gomes e o seu futuro
Ciro tem excelente relação com Carlos Lupi, um dos maiores defensores
da sua candidatura. Porém, o presidente do PDT também não quer abrir
mão de outros importantes nomes da sigla.
Por conta disso, hoje já há uma discussão interna sobre o futuro do
ex-governador do Ceará na legenda. “Não será nenhuma surpresa se ele
resolver procurar um novo caminho”, comenta uma das lideranças do PDT.
IG
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