terça-feira, 29 de março de 2022

Emoção e lágrimas durante missa em homenagem ao prof. Nelmin

Amigos e parentes do professor Joaquinelmo Bernardino (Nelmim) participam de 'Missa de Um Ano de Falecimento' celebrada em sufrágio de sua alma, em Tavares - PB

O professor Joaquinelmo Bernardino (Nelmin) fazia da arte de educar um sacerdócio de vida, muito mais pela paixão por ensinar do que pela remuneração a que fazia jus como professor da rede estadual - Foto: Reprodução

Uma celebração religiosa realizada no último sábado, 26 de março, em Tavares, no Sertão da Paraíba, marcou 1 (um) ano do falecimento do professor e ex-vereador Joaquinelmo Bernardino (Nelmin), vítima de complicações da Covid-19. A missa, realizada na residência da família enlutada, foi celebrada pelo carismático padre Fábio de Abreu Lima.

Durante o evento religioso várias homenagens foram prestadas em memória de Nelmin, inclusive pelo pároco local que afirmou ser padrinho de um dos quatro filhos do professor tavarense e destacou as qualidades do homenageado, tendo ressaltado as virtudes da viúva pela determinação e coragem de uma mãe de família que sozinha passou a assumir a responsabilidade de um lar.

Na foto com o professor Joaquinelmo Bernardino (Nelmin), o advogado Vital Bezerra Lopes falou do amigo e compadre: "Tínhamos uma consideração e um respeito recíproco, que nada nunca conseguiu abalar" - Foto: Reprodução 

Na ocasião, fez uso da palavra o advogado Vital Bezerra Lopes, ex-conselheiro federal da OAB e ex-presidente da OAB-PB, que, emocionado, ressaltou a amizade mútua que nutria com Nelmin, com quem morou quando eram estudantes e também dividiram espaço na Câmara Municipal de Tavares como vereadores. "Ao sair para estudar em Campina Grande em 1987, morei por cinco anos na casa de sua mãe, D. Creuza Marques, onde sempre fui bem acolhido. Tínhamos uma consideração e um respeito recíproco, que nada nunca conseguiu abalar", disse, lembrando que naquela casa os tavarenses eram acolhidos quando precisavam de tratamento médico em Campina.  

Dr. Vital afirmou que era padrinho de Jackson Nelmo, mas o seu carinho era por todos os filhos de Nelmin e lembrou do cuidado que o pai tinha com eles. "Me confessou certo dia que queria ver todos 'doutores'. Eu não tenho dúvida que a minha comadre Zuleide Bernardino vai realizar esse sonho. Sou testemunha da grande mulher que ela é, que tão bem lhe tratou na saúde e na doença, não medindo esforços para salvar a sua vida. Sei o quanto ele lutou para viver", frisou.

"Que minha comadre Zuleide e os filhos encontrem força para continuarem suportando tamanha dor. Eu, particularmente, quero lembrar do meu compadre dos bons momentos que a vida nos proporcionou. Os nossos encontros sempre eram motivos de alegria, para mim, para ele e para os nossos familiares", finalizou o ilustre advogado tavarense.    

O professor princesense Arimatéa Fidélis com Joaquinelmo Bernardino (Nelmin), ambos torcedores apaixonados do Fluminense, equipe tricolor do Rio de Janeiro - Foto: Reprodução 

Outro que fez questão de homenagear o amigo e colega de profissão foi o professor princesense Arimatéa Fidélis, que não conseguiu conter as lágrimas e, além do convívio escolar dos dois, também lembrou da viagem que ambos fizeram ao Rio de Janeiro, juntamente com um grupo de amigos da região, para assistir uma partida de futebol do Fluminense, no Maracanã.   

Ao final, agradecendo a todos pela presença, falou em nome da família o primogênito do casal, Zuleide e Joaquinelmo Bernardino. Na ocasião, Joaquinelmo Júnior ressaltou a importância da mãe na continuidade da formação escolar dele e de seus irmãos, para que o sonho de ter os filhos 'doutores' - como Nelmin queria - seja realizado.

A grande surpresa, no entanto, foi o pedido feito pelo filho caçula para falar na oportunidade. Com a inocência de uma criança de 9 anos, Jonas iniciou suas palavras dizendo que Nelmin só levava ele no carro para escola, e mais ninguém. Os risos dos presentes, no entanto, deram lugar as lágrimas daqueles que se emocionaram com o pranto do menino no momento que o mesmo falou da saudade do pai.

"Teve mais coragem que a mãe, mas onde seu papai estiver, meu filho, está orgulhoso do seu pequeno Jonas Nelmo", destacou Zuleide Bernardino, impressionada com a surpreendente decisão do caçula Jonas Nelmo de falar durante as homenagens ao pai.

O professor Joaquinelmo Bernardino (Nelmin) com a esposa, Zuleide, e a prole do casal (na foto falta um dos filhos) - Foto: Reprodução

Nelmin, como era carinhosamente conhecido na cidade de Tavares e toda a região, morreu no início da noite de 24 de março de 2021, no Hospital Memorial São Francisco, em João Pessoa - PB, onde estava internado lutando contra a doença do novo coronavírus. A notícia da sua morte comoveu os moradores de Tavares e todos que o conheciam na região, que por meio de postagens em redes sociais lamentaram o falecimento. 

Apesar de ter abraçado com muita dedicação a profissão de educador, Nelmin era engenheiro civil por formação. Servidor da rede estadual de ensino, lecionava na Escola Cidadã Integral Técnica Nossa Senhora do Bom Conselho, em Princesa Isabel - PB, e também na Escola Cidadã Técnica Adriano Feitosa, em Tavares.

Além de esposo, pai de família e cidadão exemplar, Nelmin era um profissional dedicado, competente, querido e admirado por toda a comunidade escolar onde lecionava. Ele tinha 53 anos de idade e era casado com a assistente social Zuleide Bernardino, com quem deixou quatro filhos: Joaquinelmo Júnior, João Nelmo, Jackson Nelmo e Jonas Nelmo.

O professor Joaquinelmo Bernardino (Nelmim) com os pais, Creusa Marques e Joaquim Bernardino, ambos já falecidos - Foto: Reprodução

Nenhum comentário:

Postar um comentário