‘Nenhum risco’, avalia professor da UFPB sobre tsunami na Paraíba

Professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) minimiza chance de tsunami no litoral da Paraíba por causa de vulcão

São inexistentes as chances de um tsunami no litoral paraibano em decorrência de uma possível erupção do vulcão Cumbre Vieja, na ilha La Palma, na África. A avaliação é do professor Departamento de Geociência da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Jonas Sousa, que considerou ‘requentadas’ as informações veiculadas na imprensa, na última quinta-feira (16).

A informação de alerta amarelo sobre possível Tsunami foi dada inicialmente pelo portal MetSul Meteorologia, depois que o Plano Especial de Proteção Civil e Atenção às Emergências de Risco Vulcânico das Ilhas Canárias (Pevolca) elevou o nível de alerta de verde para amarelo.

Quando esse alerta é acionado, a população que vive no entorno do vulcão deve se prevenir e ficar atenta as mudanças. Além disso, a atividade vulcânica e sísmica passa a ser monitorada intensamente. O vulcão batizado de Cumbre Vieja, está adormecido há décadas e começou a dar sinais de atividade moderada nos últimos dias.

De acordo com o professor Jonas Sousa, o primeiro estudo que aponta para a possibilidade de um evento na costa brasileira a partir do vulcão africano, é de 2001. O evento seria motivado por um grande deslizamento no entorno do vulcão, que provocaria ondas gigantescas, do potencial para chegar ao Nordeste.

Apesar disso, o estudo perdeu credibilidade com o passar dos anos. “Esse estudo é controverso, e outros artigos publicados posteriormente indicam que esse cenário pensado inicialmente era irreal. A possibilidade de ocorrer algo catastrófico não tinha relação com o conhecimento científico”, disse.

Segundo o professor paraibano, a chance de ocorrer um tsunami a partir da erupção desse vulcão,  requer base histórica, geológica e científica, e também não se sustenta com a realidade do vulcão observado.

“Caso ocorresse, esse tsunami seria muito menor do que foi previsto nesse trabalho de 2001, e teria um efeito catastrófico mais local. No fim das contas, não estamos correndo nenhum risco relacionado a esse vulcão, [na Paraíba]”, reforçou.