quarta-feira, 21 de julho de 2021

História do trisal de Brasileia, no interior do Acre

Trisal diz que administradora foi demitida da empresa onde trabalhava após assumir poliamor com policiais

poili - Trisal diz que administradora foi demitida após assumir poliamor com policiais

Após a repercussão ao assumir o poliamor com os sargentos da Polícia Militar do Acre Alda Nery e Erisson Nery, a administradora Darlene Oliveira foi demitida da empresa onde trabalhava. Para confirmar a situação, a sargento Alda fez um desabafo postado no perfil deles no Instagram.

O G1 procurou o trisal no final de junho para saber mais informações sobre o caso, mas o sargento Erisson Nery disse que não querem se pronunciar no momento e que vão avaliar. Dos três, Darlene sempre evitou dar entrevistas sobre o relacionamento.

Alda e Erisson Nery são sargentos da PM e já eram casados quando conheceram a administradora Darlene. No último dia 12, eles passaram o primeiro dia dos namorados juntos.

Os três assumiram a relação há quase um ano. Mais recentemente, há cerca de seis meses, eles criaram um perfil em uma rede social para divulgar como é a vida que escolheram.

Mas a repercussão, além de trazer mensagens de apoio e até relatos de pessoas que levam o mesmo estilo de vida, acabou com a demissão de Darlene, segundo a sargento Alda. Ela diz que a companheira foi demitida com a justificativa de que a exposição dela afetaria a imagem da empresa.

A policial também não cita o nome da empresa onde Darlene trabalhava.

“A Darlene perdeu o emprego baseado na justificativa de que ela estava se expondo demais e que isso faria mal à imagem da empresa na qual ela trabalhava. Hoje, a Darlene já está trabalhando numa empresa maravilhosa, aonde os chefes têm uma mentalidade humana, uma mentalidade respeitosa, que respeitam as pessoas independente de suas escolhas sexuais”, desabafou a sargento.

Ainda no relato postado, Alda fala que Darlene não tem interesse em buscar seus direitos após o ocorrido e diz que o Brasil precisa melhorar.

“Eu não sei o que vocês acham, também não vou fazer aqui uma enquete, mas acho que a sexualidade ou a opção sexual ou quem alguém deseja amar não influencia em nada na sua competência como profissionais. Ô Brasil, nós precisamos mudar. Ô Brasil, nós precisamos melhorar, mas enquanto tivermos Darlenes, que não lutam pelos seus interesses, não brigam por seus direitos, as injustiças continuarão acontecendo. Eu não vou interferir, porque esse é um direito dela. Até quando situações como essas vão ficar impunes?”

Apoio

Mesmo em meio ao preconceito, o trisal de Brasileia, interior do Acre, garante que recebe apoio. A história do trisal começou em 2000, com o casamento dos militares Alda e Erisson. Eles são pais de dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos. Darlene se juntou a eles mais recentemente, em 2020. Segundo o trisal, a administradora é um elo importante da relação, que é mantida na base do respeito, do amor e da lealdade.

“Inclusive, a gente não apaga da página os comentários contrários, pejorativos, maldições e condenações ao inferno. Alguns respondemos, outros não. Aumentou muito a questão dos seguidores e audiência da página. Estamos com mais de 15 milhões de impressões, apesar de ter só 33 mil seguidores”, completou ele.

O trisal decidiu morar juntos há cerca de seis meses. A iniciativa, contam, serviu de inspiração para que mais pessoas compartilhassem depoimentos parecidos.
“Muita gente, inclusive, veio se abrir com a gente falando que vive a mesma situação, só que tem medo desse preconceito que a gente está passando, tem medo do abandono da família, do repúdio. A gente ouve diariamente muitos depoimentos, principalmente de mulheres, que são a maioria dos nossos seguidores”, conta Alda.

Segundo eles, ser inspiração para outros trisais é o que os fortalecem contra o preconceito que enfrentam.

Antes de criarem o perfil no Instagram, o trisal já tinham uma página no YouTube. “A gente já tinha aprendido a lidar com isso, quando criamos um canal no YouTube e tem muita gente que não gosta da polícia. Os [comentários] positivos são sempre bem-vindos, os contrários a gente abstrai. Alguns são muito pesados e a gente responde de uma forma aceitável para rede social. Aqui [no Instagram] se torna mais fácil para nós, porque quando um fica pilhado, os outros dois vão lá e apoiam”, afirma o sargento Erisson.

“Inclusive, a gente não apaga da página os comentários contrários, pejorativos, maldições e condenações ao inferno. Alguns respondemos, outros não. Aumentou muito a questão dos seguidores e audiência da página. Estamos com mais de 15 milhões de impressões, apesar de ter só 33 mil seguidores”, completou ele.

O trisal decidiu morar juntos há cerca de seis meses. A iniciativa, contam, serviu de inspiração para que mais pessoas compartilhassem depoimentos parecidos.

“Muita gente, inclusive, veio se abrir com a gente falando que vive a mesma situação, só que tem medo desse preconceito que a gente está passando, tem medo do abandono da família, do repúdio. A gente ouve diariamente muitos depoimentos, principalmente de mulheres, que são a maioria dos nossos seguidores”, conta Alda.

Segundo eles, ser inspiração para outros trisais é o que os fortalecem contra o preconceito que enfrentam.

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