
O
 príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, do Reino Unido, morreu 
aos 99, disse nesta sexta-feira (9) o Palácio de Buckingham.
Ele iria completar 100 anos em junho deste ano.
Em fevereiro, ele passou mal e foi internado como “medida de precaução”.
 No entanto, ele foi transferido de hospital e passou por uma cirurgia 
cardíaca. Ele recebeu alta depois de um mês.
Seu nome oficial era de Duque de Edimburgo. Ele esteve ao lado do 
reinado de sua mulher durante 69 anos, o mais longo da história do Reino
 Unido. Nesse período, ele construiu uma reputação de ser sério, mas 
propenso a cometer gafes.
“É com profunda tristeza que Sua Majestade a Rainha 
anuncia a morte de seu amado marido, Sua Alteza Real, o Príncipe Philip,
 Duque de Edimburgo”, disse o palácio em um comunicado.
O príncipe “faleceu pacificamente esta manhã no Castelo de Windsor”, diz
 a nota. “Novos anúncios serão feitos no devido tempo. A Família Real se
 une às pessoas ao redor do mundo em luto por sua perda.”
Bisneto da rainha Vitória, nasceu em uma cozinha
O Príncipe Philip da Grécia e da Dinamarca, bisneto da 
rainha Victoria (como a própria rainha Elizabeth II), nasceu em uma mesa
 de cozinha na ilha de Corfu, em 10 de junho de 1921.
Pouco mais de um ano depois, em dezembro de 1922, foi 
retirado da ilha em uma caixa de laranjas com o restante da família em 
um navio britânico, quando o tio, o rei Constantino I da Grécia, avô da 
rainha da Espanha, teve que partir para o exílio.
Após uma infância 
errante e uma longa estadia em um pensionato austero da Escócia, 
ingressou na Marinha britânica e teve participação ativa na Segunda 
Guerra Mundial.
Depois do casamento, em 1947, com a então jovem princesa Elizabeth, 
Philip Mountbatten foi enviado a Malta, mas a meteórica ascensão militar
 foi interrompida pela subida ao trono da esposa, em 1952, o que o 
obrigou a renunciar à carreira.
“Estando casado com a rainha me parecia que deveria servi-la da melhor maneira possível”, disse certa vez numa entrevista à ITV.
Espontaneidade inadequada
Desde então, ele desempenhava um papel secundário ao lado
 da monarca, a qual acompanhava em visitas oficiais, mas vinha sendo 
alvo constante da imprensa devido a comentários, ao mesmo tempo, 
espontâneos e inadequados — e muitas vezes racistas.
Em 1986, por exemplo, aconselhou estudantes britânicos na
 China a não permanecerem muito tempo no país se não quisessem terminar 
com os “olhos rasgados”.
Durante uma visita à Austrália em 2002 perguntou a um aborígene 
se “ainda disparava flechas”. Em uma ocasião, um menino disse que 
gostaria de ser astronauta e o duque respondeu: “Nunca poderá voar, está
 muito gordo”.
À ativista paquistanesa Malala Yousafzai, que quase morreu em um ataque 
dos talibãs por defender o direito de educação das meninas, disse que 
“os pais enviam as crianças para a escola porque não as querem em casa”.
Ao ser questionado se gostaria de visitar a União 
Soviética, respondeu: “Eu gostaria muito de ir à Rússia, mas os 
bastardos assassinaram metade da minha família” (em referência ao 
destino dos Romanov).
A um professor de auto-escola escocês, o príncipe perguntou: “Como você 
faz para manter os nativos suficientemente longe da bebida para 
aprová-los no exame?”
Apesar de tudo, ganhou a simpatia dos britânicos com o trabalho de incentivador de quase 800 organizações.
Casamento sólido
Elizabeth e Philip 
casaram-se no dia 20 de novembro de 1947. Eles se conheceram em 1939, 
quando Philip da Grécia tinha 18 anos e a então princesa, 13. A futura 
rainha, apelidada de “Lilibet”, contou mais tarde que sentiu amor à primeira 
vista pelo louro alto de olhos azuis. Ele, por sua vez, nunca confessou 
se o sentimento foi recíproco.
“É a atração dos opostos: ela é séria, tímida, introvertida; ele, ao 
contrário, gosta de gente e da vida social, sendo muito divertido. 
Enfim, se complementam”, assinalou Marc Roche, autor da biografia “A 
última rainha”.
Com a prematura morte do rei George VI, Elizabeth subiu ao trono aos 25 
anos. Philip tornou-se príncipe consorte, à sombra da esposa; foi até 
obrigado a mudar o sobrenome, Mountbatten, porque, segundo Winston 
Churchill, soava muito alemão, numa época de guerra.
“O príncipe Philip é o único 
homem em todo o mundo que trata a rainha como um simples ser humano”, 
contou certa vez o ex-secretário privado de Elizabeth II, Lord 
Charteris. “É o único que se pode permitir. E isso agrada a ela”, 
acrescentou.
A solidez da “associação” que formaram contribuiu, em boa medida, para a
 estabilidade da monarquia britânica nas últimas seis décadas.
“A rainha e o príncipe formaram uma parceria de trabalho extraordinária,
 mas seriam felizes?”, escreveu Gyles Brandreth no best-seller “Philip e
 Elizabeth, retrato de um matrimônio”.
Fonte: G1 - Publicado por: Fabricia Oliveira
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário