Vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, diz que o governo federal deveria ter mantido o Auxílio Emergencial
DANIEL CARVALHO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O vice-presidente da
República, Hamilton Mourão (PRTB), disse nesta sexta-feira (16) que o
governo deveria ter entendido que a pandemia de Covid-19 não terminaria
em dezembro do ano passado e, por isso, mantido o auxílio emergencial,
que ficou suspenso até abril.
"A curva da economia, a curva social,
que foi a questão das linhas de crédito abertas, do auxílio emergencial
que foi pago, ele deveria ter sido prolongado. Tínhamos que ter
entendido que a pandemia iria prosseguir, não iria terminar em 31 de
dezembro do ano passado para que a gente conseguisse manter essas duas
curvas numa situação mais favorável possível", disse o vice-presidente
em entrevista à rádio Gaúcha.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo
publicada em janeiro mostrou que o fim do benefício retirou R$ 32
bilhões mensais da baixa renda. Na época, o governo do presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) alegou que não havia dinheiro em caixa para
estender o programa.
Sem o recurso, houve um salto na taxa de pobreza
extrema do país no começo deste ano. O percentual de pessoas que vivem
com menos de R$ 246 por mês passou de 8,5% em novembro para 12,8% em
janeiro, segundo cálculo da FGV Social.
Com isso, o contingente total
vivendo em situação de pobreza extrema chegou a 27 milhões de
brasileiros no início do ano -mais que a população da Austrália.
No
ano passado, foram cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300. Para
mães chefes de família, os valores eram o dobro. Foram gastos R$ 293
bilhões para atender 67,9 milhões de pessoas.
Uma nova rodada do
benefício começou a ser paga em abril, com valores inferiores. São
quatro parcelas de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375, a depender do tamanho do
núcleo familiar. O governo prevê um gasto de R$ 44 bilhões para atender
45,6 milhões pessoas.
No ano passado, o pagamento fez disparar a
popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que se refere
ao benefício como "o maior programa social do mundo".
Mourão também criticou a comunicação do governo durante a pandemia do coronavírus.
"Julgo
que tínhamos que ter uma comunicação mais eficiente junto à população
como um todo de modo que a população entendesse a gravidade desta
doença", afirmou à radio.
O vice-presidente, porém, se recusou a criticar os maus exemplos dados por Bolsonaro durante a pandemia.
"Sou
o vice-presidente do presidente Bolsonaro, então não compete a mim
tecer este tipo de crítica, que, para mim, é deslealdade. O que eu tiver
que falar a este respeito eu falo intramuros", afirmou.
Na noite de
quinta-feira (15), o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro
Guimarães, anunciou na live semanal do presidente a antecipação nas
datas de saques da primeira parcela do auxílio emergencial.
O
vice-presidente, Hamilton Mourão, que voltou a criticar a comunicação do
Executivo durante a pandemia - Pedro Ladeira - 12.jan.21/Folhapress
Com
a mudança, a autorização para saques ou transferências desses valores
pelos beneficiários será antecipada em até 18 dias, a depender da data
de nascimento. O primeiro saque está previsto para ser liberado em 30 de
abril, ante 4 de maio no calendário anterior.
A alteração não afeta
as datas de liberação do auxílio no aplicativo da Caixa, com
possibilidade de uso do dinheiro para pagamentos digitais.
Até o momento, também não houve alteração do calendário original de saques e transferências da segunda e da terceira parcelas.
O
calendário original previa a liberação de saques, em geral, a cada dois
dias, de acordo com o mês de aniversário do beneficiado. Agora, as
autorizações serão feitas em dias seguidos, agilizando o processo.
VEJA O NOVO CALENDÁRIO DE SAQUES, POR MÊS DE NASCIMENTO:
janeiro: antecipado de 4 de maio para 30 de abril
fevereiro: antecipado de 6 de maio para 3 de maio
março: antecipado de 10 de maio para 04 de maio
abril: antecipado de 12 de maio para 5 de maio
maio: antecipado de 14 de maio para 6 de maio
junho: antecipado de 18 de maio para 7 de maio
julho: antecipado de 20 de maio para 10 de maio
agosto: antecipado de 21 de maio para 11 de maio
setembro: antecipado de 25 de maio para 12 de maio
outubro: antecipado de 27 de maio para 13 de maio
novembro: antecipado de 1º de junho para 14 de maio
dezembro: antecipado de 4 de junho para 17 de maio
Notícias ao Minuto
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