terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Saiba quem é Arthur Lira

Conheça o alagoano Arthur César Pereira de Lira, novo presidente da Câmara dos Deputados

Apoiado por Bolsonaro, parlamentar é líder do Centrão e tem forte ligação com Eduardo Cunha

Dep. Arthur Lira (PP - AL) é eleito novo presidente da Câmara
Arthur Lira (em pé, ao centro) comemora resultado da eleição - Fonte: Agência Câmara de Notícias
O deputado Arthur César Pereira de Lira (PP-AL) é o novo presidente da Câmara. O parlamentar está em seu terceiro mandato consecutivo e chegou à presidência nesta segunda-feira (01/02) com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), vencendo Baleia Rossi (MDB-SP), candidato do ex-presidente Rodrigo Maia (MDB-RJ). Arthur Lira presidirá a Câmara pelos próximos dois anos.

Graduado em Direito pela Universidade Federal de Alagoas, Lira tem 51 anos e é, além de advogado, empresário do ramo agropecuário. Natural de Maceió, é filho do ex-senador e atual prefeito de Barra de São Miguel (AL), Benedito Lira.

O novo presidente da Câmara foi vereador da capital alagoana pelo PFL entre 1993 e 1996 e pelo PSDB entre 1997 e 2003. Também foi deputado estadual em Alagoas pelo PTB entre 2003 e 2007 e pelo PMN de 2007 a 2011.

Na última eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, Lira ensaiou uma candidatura, mas desistiu por considerar que teria poucas chances contra Rodrigo Maia.

Filiado ao PP desde 2009, o deputado lidera a legenda e, também, o bloco do Centrão, formado por PL, PSD, Solidariedade e Avante e pelo próprio PP.

Lira tem forte ligação com o ex-presidente Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso desde 2016 pela Operação Lava-Jato e condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Essa boa relação ajudou Lira a se eleger presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, em março de 2015. Ele também presidiu a Comissão Mista de Orçamento, em 2016. 

Em junho daquele ano, Arthur Lira apresentou à CCJ um parecer favorável a Cunha, na tentativa de evitar a cassação de seu aliado. A estratégia não funcionou, e Cunha acabou perdendo o mandato três meses depois.

PROBLEMAS COM A JUSTIÇA


Nesta segunda-feira, dia da eleição para a Mesa Diretora da Câmara, o jornal O Estado de S. Paulo noticiou que, em 2006, quando Arthur Lira era primeiro secretário da Assembleia Legislativa de Alagoas e responsável pela gestão financeira da Casa, ordenou – sem licitação – o pagamento de R$ 42.988,00 dos cofres públicos para a compra de uma caminhonete Mitsubishi L200 Sport HPE para Jully Beltrão Lima, filha do falecido ex-deputado João Beltrão.

A despesa foi julgada ilegal pela Justiça alagoana, que condenou Lira e mais quatro pessoas por improbidade administrativa, decisão da qual o deputado vem recorrendo desde 2016.

Lira também é réu em dois processos no Supremo Tribunal Federal. De acordo com uma das denúncias, oferecida em abril de 2018 pela Procuradoria-Geral da República, ele recebeu R$ 106 mil de Francisco Colombo, ex-presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), em troca de apoio político para se manter no cargo. O dinheiro foi apreendido em fevereiro de 2012 com um assessor de Lira, que tentava embarcar em um voo – pago pelo deputado – de São Paulo para Brasília com a quantia escondida na roupa.

O outro processo a que Arthur Lira responde no STF é o do “quadrilhão do PP”, dentro da Operação Lava Jato. Ele e outros membros do partido são acusados de formar uma organização criminosa que teria praticado crimes contra diversos órgãos públicos, como Petrobras, Caixa Econômica Federal e Ministério das Cidades. O esquema teria durado aproximadamente dez anos e teria desviado, só da Petrobras, cerca de R$ 29 bilhões.

O parlamentar também é alvo de processo que corre na Justiça de Alagoas, pela suposta prática de rachadinha, entre 2001 e 2007. O esquema teria movimentado R$254 milhões. Lira foi absolvido em primeira instância, mas o Ministério Público do Estado de Alagoas recorreu da decisão em dezembro de 2020. O recurso ainda não foi julgado.

Arthur Lira ainda é réu um processo que tramita na Justiça do Distrito Federal, em que Jullyene Cristine Santos Lins, sua ex-esposa, o acusa de difamação e injúria, pelo fato de ele ter dito que ela “é uma vigarista profissional querendo extorquir dinheiro, inventando histórias”. O deputado deu a declaração para rebater a afirmação de Jullyene de que ele ocultou um patrimônio de R$40 milhões recebidos como propina.

Outra acusação que pesa sobre Lira é a de ter emitido um cheque sem fundo no valor de R$48.884,54, em 1996, para pagamento de uma parcela de um imóvel. Segundo informações da revista Veja, o deputado foi condenado em três instancias judiciais a pagar a dívida com juros e correção monetária. A última decisão foi proferida pelo Superior Tribunal de Justiça e determinou o bloqueio das contas bancárias do deputado. Mas o saldo do deputado era insuficiente para quitar o débito.
https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/02/02/interna_politica...

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