quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Raio fere pessoas e causa destruição em 'casa mal-assombrada'

Descarga elétrica atinge casa, fere quatro pessoas e deixa menina de nove anos de idade na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

raio - Raio atinge casa, fere 4 pessoas e deixa menina de 9 anos na UTI

Um raio caiu em uma casa do Morro Santa Maria, em Santos, no litoral de São Paulo, e deixou mais de uma dezena de feridos. O caso aconteceu na última quinta-feira (04), destruindo tomadas, interruptores e queimando eletrodomésticos. Quatro pessoas ficaram feridas com queimaduras e uma menina de 9 anos passou quatro dias na UTI e permanece internada na Santa Casa da cidade.

Fazia sete meses que a família do serralheiro Lucas Roberto Pacheco de Oliveira, de 27 anos, havia se instalado no imóvel, amplo, com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e uma varanda com vista panorâmica da cidade. A descarga elétrica aconteceu na noite de quinta-feira, durante uma tempestade que se abateu sobre a cidade.

Oliveira e alguns membros da família estavam no quarto, conversando, enquanto ele editava vídeos para o canal que mantém no YouTube, quando ouviram um estrondo. De repente, sua esposa começou a gritar, alertando que a casa havia sido atingida por um raio. O clarão foi tão forte que cegou momentaneamente todos que estavam na cozinha.

“Quando eu abri a porta do quarto, fiquei paralisado. Não sabia o que fazer. Vi minha esposa engatinhando no chão. Ricocheteou nos interruptores e tomadas, queimando tudo o que tocava. Inclusive as pessoas”, descreveu ele.

A filha Isabela Cristina, de 9 anos, foi atingida em cheio pela “bola de luz”, como descreveu o serralheiro. Ela estava na porta de saída da casa, na cozinha, chamando o primo David, que estava brincando na varanda. “Todos ficaram cegos por um bom tempo, só depois que fomos ver o que tinha acontecido”, comenta a esposa de Oliveira, Ana Carolina. “Era a Isabela. Ela tinha se ferido, era muito sério”.

Assustado, Oliveira tentou abrir caminho até o portão, mas a casa permanecia cercada por algo que ele descreve como “cabos de luz”, raios grossos de energia elétrica que se deslocavam da casa até o portão de ferro que dá para a rua. “Era impossível sair. Estávamos presos. O quadro de luz pegou fogo e os interruptores e tomadas começaram a soltar uma fumaça forte e foi nessa hora, já quase sufocados, sem respirar, que conseguimos sair da casa”.

Com a ajuda de vizinhos e parentes, o serralheiro conseguiu levar os filhos para atendimento numa unidade de saúde da cidade, mas Isabela precisou ser transferida para a Santa Casa, com queimaduras de segundo e terceiro grau pelo corpo. Enquanto isso, os demais membros da família eram acolhidos pela mãe de Lucas, que mora em uma casa de cômodos, no centro da cidade. Comovida com a história, a proprietária cedeu um quarto para que eles pudessem se ajeitar por um tempo.

Além dos problemas causados por ferimentos, o caso reforçou a fama da casa na vizinhança, de atrair acontecimentos inusitados. Oliveira se dizia cético antes do caso. “Foi aí que descobri que naquela casa já tinha acontecido um monte de desgraça. Todo mundo conhece essa casa como  mal-assombrada. Teve gente que foi assassinada ali. E também não é a primeira vez que acontece de um raio cair. Quando aluguei, vi que as tomadas estavam um pouco chamuscadas, mas o proprietário me falou que tinha sido um curto-circuito. Mas os vizinhos me garantiram que não. Que a família que morava ali também tinha sido atingida por um raio”, desabafou o serralheiro.

Família recebe doações

Prima de Oliveira, a operadora de telemarketing Diacuy dos Santos Lima, de 48 anos, e sua irmã, Dinauri, com a ajuda da comunidade do Facebook “Viver no Morro e Região”, estão sendo os “anjos da guarda” da família nesse momento difícil. Além de terem perdido todos os eletrônicos e eletrodomésticos, o raio chamuscou ainda roupas de cama, toalhas, roupas das crianças, roupas dos adultos, tudo o que estava dentro dos armários.

“Criamos uma campanha para arrecadar doações para a família, pois eles vão precisar muito de ajuda agora. Além de terem que juntar um dinheiro para conseguir alugar um outro imóvel, ainda vão ter que começar do zero, sem geladeira, sem televisão, sem ventilador… sem contar que ainda não sabemos das necessidades especiais que vamos ter que adotar com relação a Isabela, quando sair do hospital”, comentou Diacuy. Assim, quem quiser ajudar a família pode entrar em contato com Dinauri, pelo telefone 13 97409-6990.

O UOL questionou a Santa Casa acerca do estado de saúde da menina Isabela. Por meio de nota, o hospital informou que não fornece informações sobre o estado de saúde de seus pacientes.

Fonte: Polêmica Paraíba - Créditos: Uol - Publicado por: Gerlane Neto

Nenhum comentário:

Postar um comentário