domingo, 13 de dezembro de 2020

Ministro recém-demitido teria chamado chefe da Secretaria de Governo de “traíra”

Discussão entre ministros revela “toma lá dá cá” do Governo Federal para eleger presidente da Câmara dos Deputados– OUÇA

marcelo alvaro antonio - Discussão entre ministros revela "toma lá dá cá" do Governo para eleger presidente da Câmara - OUÇA

Marcelo Álvaro Antônio, recém-demitido do Ministério do Turismo, disse que o Palácio do Planalto prometeu o comando da pasta para o deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à presidência da Câmara dos Deputados.

Ele foi exonerado na última quarta-feira (09) após uma briga com o ministro Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo.

Em uma mensagem enviada em um grupo de WhatsApp, Álvaro Antônio teria chamado Ramos de “traíra” e dito que o general esconde de Bolsonaro o “altíssimo preço” que o governo tem pago por “aprovações insignificantes” no Congresso.

No mesmo dia, Bolsonaro anunciou que o então presidente da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), Gilson Machado, como novo ministro do Turismo.

O novo titular da pasta se tornou conhecido pelas suas performances tocando sanfona nas transmissões de vídeo ao vivo realizadas semanalmente por Bolsonaro no Facebook.

Em fevereiro de 2019, mês seguinte à posse de Bolsonaro, o ministro foi apontado como patrocinador de um esquema de candidaturas de laranjas dentro do PSL, então partido do presidente.

Reportagem da Folha de S. Paulo revelou, à época, que a sigla teria lançado candidatas falsas em Pernambuco e em Minas Gerais, para fingir que cumpria a regra de destinar ao menos 30% do dinheiro do Fundo Eleitoral para mulheres. O dinheiro de origem pública seria depois direcionado de volta aos caciques da legenda nesses Estados.
Presidente do PSL em Minas Gerais e deputado federal mais votado no Estado, Álvaro Antônio tinha o poder de decidir quais candidaturas seriam lançadas. Segundo a Folha, quatro candidatas teriam recebido R$ 279 mil da verba pública de campanha da legenda, ficando entre as 20 candidatas que mais receberam dinheiro do partido no país inteiro.

Desse montante, pelo menos R$ 85 mil teriam sido destinados a quatro empresas de assessores, parentes ou sócios de assessores do então ministro de Bolsonaro. Juntas, as candidatas somaram apenas cerca de 2 mil votos, apesar do montante recebido para a campanha.

O escândalo resultou na queda do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno, que presidiu o PSL interinamente durante as eleições de 2018, e era o responsável formal pela distribuição de verbas públicas aos candidatos do PSL nos Estados durante a eleição.

Em outubro de 2019, a Polícia Federal indiciou Álvaro Antônio sob suspeita de envolvimento no esquema de laranjas.

Fonte: Polêmica Paraíba com CBN - Publicado por: Gerlane Neto

Nenhum comentário:

Postar um comentário