‘Estabelecer uma rotina de estudos que seja eficiente é a melhor estratégia para enfrentar os desafios’, diz professora especialista em EAD
São
quase quatro meses após o início da suspensão das aulas presenciais
para conter a transmissão do novo Coronavírus. Durante esse tempo os
pais tiveram que se adaptar a estar em casa com seus filhos, enfrentando
mudanças significativas em suas rotinas.
Por
um lado pode parecer benéfico, por trazer a aproximação das famílias,
que corriqueiramente estão numa rotina intensa de trabalho e estudos,
passando o dia fora de casa. Mas, para alguns pode não ser tão benéfico
por trazer danos ao desenvolvimento do aprendizado das crianças e
adolescentes.
Não
só a vida de pais e filhos foram repentinamente modificadas com a
chegada da pandemia do novo Coronavírus da Covid-19, mas, a vida de
professores e alunos também.
No último dia 08 de julho o Ministério da Educação (MEC), anunciou o adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que serão aplicadas nos meses de janeiro e fevereiro, após pressão por meio de estudantes que se dizem prejudicados em virtude da pandemia.
O
Polêmica Paraíba conversou com a coordenadora e professora do curso de
Logística de uma escola estadual de ensino integral de João Pessoa,
Karolina Fernandes, e também com a aluna da turma do 9º ano da mesma
escola, Annily Flávia, 13 anos, para analisar o atual cenário da
educação em meio a pandemia.
A professora Karolina Fernandes, atua
há dois anos na área da educação e confessou que tem sido um momento
desafiador, pois no início penso que fosse passar rápido, porém, com o
passar dos dias pôde perceber que não era tão simples.“Assim que iniciou
pensei que fosse algo passageiro, porém com o passar dos dias tomou
uma grande proporção inesperada”, disse Karolina.
Karolina afirma
também que apesar de estar em casa , ela saiu de sua zona de conforto.
“O corpo está parado, mas a mente está trabalhando. Temos que estar nos
reinventando, pois cada dia vão surgindo novas ferramentas que temos que
nos adaptar para passamos da melhor maneira possível para os alunos”.
disse.
Além disso, a professora expõe algumas dificuldades
encontradas, que precisam driblar para não afete no ensino transmitido
ao aluno.
“Dificuldades
sempre vão existir, ás vezes é uma internet lenta, a falta de um
notebook ou até mesmo um celular para postar as atividades, mas o que
não podemos é deixar isso afetar o ensino do nosso aluno’, completou.
A
expectativa para o pós-pandemia é que esse processo de inovação
tecnológica esteja ainda mais presente nas escolas por ser de grande
aceitação e motivação dos alunos.
Para um melhor desenvolvimento ,
foi necessário que Karolina estabelecesse uma rotina como estratégia
para lidar com o momento que está sendo vivenciado.
“Estabelecer
uma rotina é a estratégia mais eficaz para lidar com o momento que
estamos vivenciando, especificar horários de início e fim de expediente,
estabelecer metas diárias, planejar as aulas com seus respectivos
conteúdos. A impressão que tenho ás vezes é que estamos trabalhando mais
do que no período presencial devido ao monte de informações e demandas
que recebemos. Porém como falei é tudo uma questão de organização e
planejamento da parte do professor”, afirmou a professora.
Ao ser questionada sobre uma possível adesão das escolas ao EAD, Karolina enfatiza a importância do ensino presencial.
“Admiro
o ensino EAD, sou aluna de Pós em EAD, porém minha visão é que a escola
para crianças e adolescentes é de extrema importância ser presencial.
Eles precisam de contato social. E o amparo dos professores para
crescimento como seu, eu, precisa de apoio no início de sua formação
escolar, pois nada substitui o contato com o professor em sala de aula”,
disse.
Sobre
o feedback recebido pelos alunos, a professora Karolina afirma que
estão gostando das aulas online, mas que estão sentindo muita falta de
estar na escola em contato com os colegas e professores.
Já a
aluna, Annily Flávia, se diz satisfeita com o método de ensino que vem
sendo aplicado, com a atuação de seus professores, com o conteúdo que
vem recebendo, porém, não sabia que a aula sem um professor seria tão
difícil. Quando percebe que não está conseguindo absorver bem o assunto,
faz questão de revisá-lo. “Em meio as dificuldades da readaptação
costumo me avaliar e ver se realmente entendi aquele conteúdo, vejo se
me sai bem ou não, caso não eu reviso o conteúdo”, disse Annily.
Não
diferentemente de muitos, a aluna precisou passar por uma adaptação com
o ensino online e afirma que as vezes sente um pouco de dificuldade, e
precisa se esforçar muito para entender o assunto. Por isso não
gostaria de continuar com as aulas online. “aula presencial com um
professor é mais fácil de entender”, completou
Annily lamenta por
muitos alunos, de escola pública, não têm meios de acesso a esse tipo de
ensino. Por isso, sua única expectativa no pós-pandemia é continuar se
esforçando e ajudando a quem precisa. “Eu espero que nós possamos
continuar se desempenhando a ajudar o próximo. Que tudo isso tenha nos
mostrado o verdadeiro sentido de amar e que ajudando o próximo, estamos
nos ajudando também.
Professora Karolina Fernandes e seus alunos antes da pandemia - (Foto: Arquivo pessoal da professora) |
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