Novo ministro da Educação apaga vídeo com defesa de castigos físicos a crianças
Depois
da enxurrada de críticas que recebeu de políticos e usuários das redes
sociais, o pastor presbiteriano Milton Ribeiro, anunciado pelo
presidente Jair Bolsonaro como novo ministro da Educação, apagou o vídeo
em que defende que a dor deve ser usada para educar crianças. Como a
coluna mostrou, a gravação foi feita em um templo presbiteriano, em
abril de 2016, com o título “A Vara da Disciplina”. A providência foi
inútil, já que cópias do vídeo circulam no YouTube e outras plataformas
da internet. Na peça apagada, Ribeiro explica que “um tapa de um homem
ou uma cintada de uma mulher podem ser muito mais fortes que uma criança
pode suportar”. Em seguida, avisa: “Não estou aqui dando uma aula de
espancamento infantil, mas a vara da disciplina não pode ser afastada da
nossa casa”.
Ele
diz que bom resultado “não vai ser obtido por meios justos e métodos
suaves”. Explica, então, sua receita de disciplina: “Deve haver rigor,
desculpe, severidade. E vou dar um passo a mais, talvez algumas mães até
fiquem com raiva de mim: devem sentir dor”. O novo ministro da Educação
também retirou do YouTube a gravação em que dizia que o pai tem que
impor à família a sua vontade.
Ainda
continua acessível, porém, a gravação do programa Ação e Reação, de
2013, em que Ribeiro comenta um feminicídio e atribui o crime a uma
louca paixão. “Acho que esse homem foi acometido de uma loucura mesmo e
confundiu paixão com amor. São coisas totalmente diferentes. Ele,
naturalmente movido por paixão, paixão é louca mesmo, ele então entrou,
cometeu esse ato louco, marcando a vida dele, marcando a vida de toda
família”.
O novo ministro da Educação prossegue, dizendo que a
vítima pode ter passado impressão errada ao assassino. “Ela pode ter
dado sinais a ele que estava apaixonada ou coisa do tipo e que ela
aprendeu, está acostumada a passar, e o cara entendeu assim, só que não
era nada daquilo”.
UOL - Publicado por: Fabricia Oliveira
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