FRAUDE COM PRECATÓRIOS: Esquema de corrupção leva juiz federal e advogados à prisão
O juiz
Leonardo Safi de Melo, da 21ª Vara Federal Cível de São Paulo, foi
preso na manhã desta terça-feira (30/06) dentro de inquérito que envolve
agentes públicos e advogados. O esquema de corrupção, informam a polícia
e o Ministério Público, trata da liberação de precatórios.
A
ordem de prisão partiu da desembargadora Therezinha Cazerta, do
Tribunal Regional da 3ª Região. Em nota, o TRF-3 informou que o
inquérito tramita sob sigilo.
Segundo a ConJur apurou,
foram presos durante a operação o juiz Leonardo Safi de Melo, da 21ª
Vara Federal Cível de São Paulo; o advogado Paulo Rangel do
Nascimento, especialista em Direito Público e juiz de Direito
aposentado; uma advogada que está grávida e um diretor de secretaria.
De
acordo com a Polícia Federal, a investigação começou em 19 de março e
descobriu o recebimento de vantagens indevidas por parte de um
magistrado e outros servidores públicos em troca de decisões judiciais
favoráveis proferidas numa das Varas Cíveis da Justiça Federal em São
Paulo.
A organização, contando com a colaboração de advogados, se
aproximava de uma das partes do processo, com direitos em ações
milionárias, e solicitava vantagens para expedição de requisições de
pagamento (precatórios), conforme narra a Polícia Federal.
Em apenas uma das
ações judiciais, que trata da desapropriação de imóveis rurais, o valor
do precatório chegou a R$ 700 milhões. Em regra, a organização cobrava
1% do valor que a parte fazia jus para liberação do precatório, diz a
PF. O MPF informou que foram presos o diretor de secretaria, Divannir
Ribeiro Barile, e o perito judicial, Tadeu Rodrigues Jordan.
Participaram
da ação 60 policiais federais para o cumprimento de 20 mandados de
busca e apreensão, sendo 18 locais na capital paulista, um em Mairiporã,
na região metropolitana, e outro em Brasília. Foram cumpridos um
mandado de prisão preventiva e outros cinco de prisão temporária. O TRF
da 3º Região também ordenou o sequestro de bens dos envolvidos.
Até o momento, a ConJur não conseguiu contato com as defesas dos envolvidos.
Em
nota conjunta, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e
a Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul
(Ajufesp) defenderam “a rigorosa apuração dos fatos”, respeitados
o devido processo legal e a ampla defesa.
“O trabalho da
magistratura federal no combate à impunidade é de notabilidade
indiscutível. O inquérito é de responsabilidade do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região e o prestígio da instituição não pode ser arranhado
por eventuais desvios, que, caso comprovados, devem ser punidos
exemplarmente”, dizem as associações.
Elas afirmam que irão
acompanhar as investigações “com calma e serenidade, sempre defendendo o
cumprimento da lei e zelando pelo regular exercício da atividade
jurisdicional”.
Clique aqui para ler a manifestação.
Fonte: Conjur - Publicado por: Larissa Freitas
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