Para evitar ‘projeto bomba’, governo negocia com Congresso Nacional repasse de R$ 30 bilhões focado em prefeituras
O
Ministério da Economia negocia com lideranças do Congresso a ampliação
do repasse de recursos do governo diretamente para os governos regionais
para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. O foco das novas
transferências seria os municípios. Os valores ainda sendo definidos
pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, mas podem chegar a R$ 30
bilhões.
“Estamos dispostos a caminhar com um auxílio para a saúde
mais focado para os municípios, talvez próximo de 30 bilhões, se
tivermos algo mais estrutural nos projetos em discussão”, disse uma
fonte da equipe econômica.
Guedes quer que o dinheiro seja
irrigado direto para as cidades e focado no enfrentamento do problema da Covid-19. Nesse caso, o maior endividamento para a ampliação das
despesas ficaria concentrado na União e seria restrito a 2020.
Essa
é uma das saídas para o impasse em torno do projeto emergencial de socorro
aos governos regionais da Câmara e é considerado uma “pauta bomba” pela
equipe econômica por aumentar significativamente o espaço para os
Estados se endividarem, ampliando o seu impacto para além de 2020. Sem
consenso, a proposta deverá entrar na pauta na próxima segunda-feira,
13.
“Nós vamos tratar de projetos mais simples para que com calma a
gente trate os projetos complexos”, anunciou o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-AP), ao abrir a sessão desta quinta-feira, 09.
Além
de suspender o pagamento da dívida dos Estados com a União e bancos, o
projeto emergencial que tem o apoio de Maia permite que governadores
façam novos empréstimos em até 8% da Receita Corrente Líquida. Nas
contas da Instituição Fiscal Independente (IFI), isso significa ampliar
as dívidas em até R$ 65 bilhões. Os Estados fecharam 2019 com estoque da
dívida em R$ 565 bilhões.
Os técnicos do governo temem que o
projeto provoque uma desarranjo ainda maior nas finanças dos governos
estaduais e o dinheiro novo seja usado para gastos não relacionados à Covid-19.
Contas sobre o impacto do projeto, que tem como relator o
deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), estão sendo feitas. Os números mais
recentes mostram um impacto de R$ 159,7 bilhões, de acordo com o mais
novo cálculo de técnicos do governo, segundo apurou o Estado, sendo R$
142,9 bilhões para Estados e R$ 16,7 bilhões para os municípios. Uma
versão anterior do projeto chegou a ter impacto estimado em R$ 180
bilhões.
Fonte: Estadão - Publicado por: Fabricia Oliveira
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