Sepultada em Paulínia (SP) família que morreu em grave acidente durante viagem de reencontro após 30 anos: ‘Parece que era despedida’
Dor,
comoção e uma sensação de que “algo não está totalmente esclarecido”.
Esse foi o sentimento das pessoas que foram ao enterro de cinco
integrantes da família Araújo Gomes, no Cemitério das Palmeiras,
em Paulínia (a 130 km de São Paulo). O carro conduzido por Érika
Cristina de Araújo, 38, colidiu de frente com um caminhão na BR-116, em
Itaobim (MG), na madrugada do último domingo (12). Ela, o marido e as três filhas morreram. O outro motorista não se feriu.
Todos
eram muito conhecidos na cidade, e a casa era um ponto de encontro da
família. Moradores do bairro Bom Retiro, na periferia de Paulínia, eles
tinham uma mercearia havia seis anos. Érika cuidava do estabelecimento
durante a semana. O marido, Afonso da Silva Gomes, era soldador e
trabalhava na loja aos fins de semana.
As vítimas:
- Érika Cristina de Araújo, 38, condutora do carro
- Afonso da Silva Gomes, 48
- Luiza Cristina Araújo Gomes, 11
- Maria Eduarda Araújo Gomes, 15
- Izabela Caroline Araújo Gomes, 18
Ele
era da cidade de Manaíra, no Sertão da Paraíba, e veio para São Paulo quando tinha 18 anos. Havia
30, não visitava os parentes no Nordeste. O último encontro foi
justamente antes do acidente fatal.
A
família decidiu viajar em 22 de dezembro para o Nordeste. Na madrugada
do mesmo dia, pegaram o carro e partiram. “Eles postaram fotos em todos
os locais onde passaram. Ela estava fazendo todas as paradas, o carro
estava revisado. Eles até trocaram os pneus saindo da Paraíba, porque
ela disse para nossa mãe que queria fazer uma viagem segura de volta”,
diz Fernando Faria, irmão de Érika.
Segundo
o analista fiscal, o último contato foi no sábado (11), às 22h30,
quando ela disse que tinha passado o dia na Bahia, e ia descansar. A
comerciante era a única que tinha carteira de habilitação, por isso a
viagem era feita em etapas, com paradas em vários locais.
O acidente aconteceu por volta das 04h30 de domingo (12), na altura do km 110.
Érika,
Afonso e Luiza morreram no local do acidente. Izabela e Maria Eduarda
foram levadas com vida para o Hospital Vale do Jequitinhonha, em
Itaobim. A jovem de 18 anos morreu poucos minutos depois de dar entrada
na unidade. Maria Eduarda deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI), mas não resistiu aos ferimentos. A morte foi confirmada na
madrugada de ontem.
Os corpos
chegaram a Paulínia no final da noite de ontem. Não houve velório. Os
caixões lacrados foram sepultados um a um, depois de uma rápida
cerimônia, com a presença de familiares e amigos. A chegada ao Cemitério
das Palmeiras aconteceu depois de uma carreata que saiu do Velório
Municipal, no centro da cidade.
A Prefeitura de Paulínia decretou luto oficial de três dias pela morte da família.
Polícia investiga se Érika dormiu; irmão rebate
A
Polícia Rodoviária Federal afirma que o carro conduzido pela dona de
casa invadiu a pista contrária e colidiu com um caminhão que seguia no
sentido contrário. Uma das suspeitas, segundo a PRF, é de que ela teria
dormido ao volante.
O analista fiscal
rebate. Ele acredita que foi o caminhão que causou o acidente. “Algumas
pessoas que moram na cidade e passaram pelo trecho entraram em contato
comigo disseram que as marcas de freada do caminhão estão na contramão
dele, em direção ao veículo da minha irmã”, diz.
Um
inquérito foi aberto na Delegacia de Itaobim. As causas do acidente
ainda são investigadas. O motorista do caminhão ainda não foi ouvido.
Fonte: Uol - Publicado por: Érika Soares
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