Homem mata crianças incendiadas em casa, no Rio de Janeiro, por ciúmes da mulher
A
polícia vai pedir a prisão preventiva de Fernando Evangelista, de 36
anos, detido como o autor do incêndio que causou a morte de três
crianças em Paraty, na Costa Verde do Rio de Janeiro, na última sexta-feira. O homem,
que foi transferido para a Cadeia Pública Franz de Castro, em Volta
Redonda, Sul Fluminense, será apresentado ao juiz em uma audiência de
custódia nesta segunda-feira para decidir sobre a prisão. Fernando é
apontado como um homem frio, que queria a mulher, Dara de Almeida Santos
de Souza, de 25 anos, exclusivamente para ele.
—
O juiz terá 24 horas, contadas a partir da apresentação na audiência,
para decidir sobre a prisão ou soltura do Fernando. Ele não chorou aqui
na delegacia, não mostrou qualquer arrependimento. Foi motivado pelo
ciúme, queria se livrar das crianças e ficar só com a mulher. Tanto que
deixou a Dara protegida dentro do banheiro da casa, resguardada do fogo —
afirma o titular da 167ª DP (Paraty), delegado Marcelo Russo,
responsável pelas investigações do caso.
Na
avaliação da polícia, o crime cometido por Fernando foi premeditado. O
delegado conta que, dois dias antes, o homem já indicava que poderia
incendiar o casarão. Na última sexta-feira, ele saiu de casa e deixou um
colchão de casal pegando fogo na porta de saída, bloqueando a passagem
caso as crianças tentassem uma fuga.
— Ele esteve na casa da
sogra, na quarta-feira anterior, e comentou que um dia eles chegariam em
casa e veriam o Corpo de Bombeiros com todo mundo morto. Tudo isso
tentando imputar a culpa ao enteado de 5 anos, que ele dizia ser
bagunceiro. Foi exatamente a história que aconteceu. A mãe da Dara
contou isso em depoimento. Na minha convicção, ele premeditou o crime.
Criou uma história que, lá na frente, o isentasse de qualquer
responsabilidade – diz o delegado.
Fernando tem uma passagem pela
polícia por depositário infiel, que ocorre quando um indivíduo torna-se o
responsável pela guarda de um bem que não lhe pertence e deixa que este
bem desapareça ou seja roubado. O caso ocorreu na cidade de São Paulo,
antes da mudança dele para Paraty, onde estava morando há sete meses. O
relacionamento com Dara tinha três meses.
Fernando responde por
crimes com penas que podem chegar a mais de cem anos: três homicídios
qualificados por emprego de fogo e ampliados pelo fato das vítimas terem
menos de 14 anos; tentativa de feminicídio contra a mãe das crianças,
hospitalizada, com dolo eventual; e ainda pelo crime de incêndio em
local habitado.
O
sepultamento dos irmãos Marya Alice de Almeida Santos da Conceição, de 4
anos, Cauã de Almeida Santos da Conceição, de 5, e Marya Clara de
Almeida Santos, de 7, reuniu cerca de 200 pessoas no Cemitério Municipal
de Paraty. Dara de Souza, a mãe das crianças, está internada no
Hospital Praia Brava, em Angra dos Reis, e não sabe da morte dos filhos.
Ela teve uma melhora no quadro de saúde, na tarde deste sábado, mas
ainda inspira cuidados por ter inalado muita fumaça, que afetou os dois
pulmões.
Fonte: Extra - Publicado por: Larissa Freitas
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