Gerente que matou filho por ele ser homossexual é condenada a 25 anos de prisão em São Paulo
Além dela, mais duas pessoas pegaram 21 anos de detenção pelo crime; Itaberli Lozano foi morto aos 17 anos a facadas e seu corpo foi queimado em um canavial
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Itaberli Lozano, que foi assassinado aos 17 anos porque era gay - (Reprodução/Facebook) |
O Tribunal do Júri condenou a 25 anos e 8 meses de prisão em
regime fechado, na última quarta-feira, 27, a gerente Tatiana Ferreira Lozano
Pereira, acusada de matar o próprio filho, Itaberli Lozano,
de 17 anos, em Cravinhos, no interior de São Paulo. Dias antes do
crime, o filho havia denunciado as agressões que sofreu da mãe, que não
aceitava o fato de ele ser gay.
Outros dois envolvidos no crime, Victor Roberto da Silva e Miller da
Silva Barissa, foram condenados, cada um, a 21 anos e 8 meses de
reclusão. As defesas vão entrar com recursos. O assassinato ocorreu em
dezembro de 2016.
Itaberli havia passado a morar com a avó depois de ser agredido pela
mãe, mas ela o atraiu à sua casa com o pretexto de fazer as pazes. No
imóvel, com a ajuda dos outros dois condenados e de um adolescente de 16
anos, ela submeteu o filho a uma sessão de espancamento e depois o
golpeou com facadas no pescoço. Após constatar a morte, Tatiana pediu
ajuda ao marido, padrasto de Itaberli, para se livrar do corpo. O
cadáver do filho foi levado a um canavial e incendiado.
Tatiana só notificou a polícia sobre o desaparecimento de Itaberli
oito dias depois do crime. Foi necessária perícia para a identificação
do corpo parcialmente carbonizado. Durante o processo, o Ministério
Público sustentou que o crime tinha sido motivado por homofobia, pois a
mãe não aceitava a condição do filho de ser homossexual.
Em depoimento, ela chegou a dizer que “não aguentava mais ele”,
reclamando que o filho levava homens para casa e usava drogas. Tatiana,
no entanto, sempre negou a homofobia.
O julgamento do padrasto, Alex Canteli Pereira, foi adiado porque seu
advogado, que também defendia a mulher, deixou o caso alegando conflito
de interesses. Pereira responde pelo crime de ocultação de cadáver.
Durante o processo, o padrasto contou que a mulher havia relatado a
ele como havia dado as facadas que mataram o filho. Tatiana foi
condenada por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Ela foi levada para a penitenciária de Tremembé (SP). O julgamento do
padrasto de Itaberli ainda não tem data para ser retomado.
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Post de Itaberli Lozano (ao centro) com a família no Facebook - (Reprodução/Facebook) |
VEJA - Por Estadão Conteúdo
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