CERIMÔNIA DO ADEUS DE GUGU LIBERATO: UMA IRONIA TÃO TRISTE QUANTO CHOCANTE
O velório do apresentador, realizado na quinta-feira em São Paulo, produziu uma romaria de fãs, autoridades e celebridades à cerimônia do adeus
Foi uma ironia tão triste quanto chocante: no aconchego da
nova mansão em Windermere, condomínio na Flórida onde ricos e famosos
buscam uma vida anônima e segura, o apresentador Gugu Liberato
sofreu o acidente que o tiraria de cena de forma abrupta, aos 60 anos.
Na quarta-feira 20, ao subir ao sótão para arrumar o ar-condicionado,
ele teve uma queda fatal de 4 metros de altura. O velório, realizado na
quinta-feira 28 em São Paulo, produziu uma romaria de fãs,
autoridades e celebridades à cerimônia do adeus. O afeto tem, claro,
boas razões de ser. Profissional cevado desde jovem por Silvio Santos,
Gugu não só absorveu as manhas e o carisma do mentor. Ele inovou os
programas de auditório com táticas agressivas para atrair o espectador —
ficou famoso por decidir os rumos de seu Domingo Legal de olho
no aparelhinho do Ibope. Na virada dos anos 2000, reinaria nas
domingueiras com atrações como a Banheira do Gugu, em que beldades
seminuas guerreavam na tal banheira. Entre 2001 e 2002, dava tantas
surras no rival Faustão que este apelou para a baixaria na tentativa de
recuperar sua audiência, com armas como o infame “sushi erótico”. Mas os
ventos da TV mudaram, e passos em falso minaram a credibilidade de
Gugu. O pior deles foi uma entrevista fajuta com membros do PCC exibida
em 2003 e transformada em caso de polícia. Em 2009, Gugu deixou o SBT
rumo à Record. Mais afastado dos holofotes, vivia uma vida comum com os
três filhos — João Augusto, de 18 anos, e as gêmeas Sofia e Marina, de
15 — e a mãe das crianças, Rose Miriam. A queda interrompeu,
infelizmente, a harmonia familiar.
Publicado em VEJA de 4 de dezembro de 2019, edição nº 2663
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