Dólar dispara com o ex-presidente Lula fora da prisão e fecha aos R$ 4,17 nesta sexta-feira
Moeda americana sobe 1,8% nesta sexta-feira após STF derrubar a possibilidade de prisão depois de condenação em segunda instância
Dólar tem a terceira alta seguida e fecha na maior cotação desde 17 de outubro - (IStock/Getty Images) |
Após a Justiça mandar soltar o ex-presidente Lula, o dólar comercial
acelerou a alta nesta sexta-feira, 8, e fechou cotado, em média, a 4,17
reais para a venda, com valorização de 1,8%. É o terceiro dia seguido
de aumento e o maior valor desde 17 de outubro. O motivo da escalada é a
desconfiança política após a decisão do STF de derrubar a possibilidade
de prisão depois de condenação em segunda instância. Incertezas
renovadas sobre um acordo entre Estados Unidos e China também pesaram
nas decisões do mercado financeiro.
Os investidores estão preocupados sobre o impacto dos mais recentes
desdobramentos políticos na economia. Na quinta-feira, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF)
derrubou a possibilidade de iniciar a execução de pena de prisão após
condenação em segunda instância, na maior derrota que a Corte impôs à
operação Lava Jato nos seus cinco anos e que levou à liberdade o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O temor dos investidores é o risco da insegurança jurídica para
investir no Brasil. O país está dividido entre direita e esquerda, e o
mercado fica volátil com a possibilidade de o Lula inflamar a esquerda.
Há o temor de manifestações, como as que ocorrem no Chile”, afirmou
Mauriciano Cavalcante, diretor de operações de câmbio da Ourominas. Para
Cavalcante, o dólar deve abrir a próxima semana em alta. “Na
segunda-feira, ou no mais tardar terça-feira, a moeda vai buscar os 4,20
reais. O mercado vai testar o Banco Central para ele entrar vendendo e
aumentar a oferta de dólares.”
No exterior, o otimismo comercial recente perdeu força após o
presidente americano, Donald Trump, dizer que não havia concordado em
reverter as tarifas sobre produtos chineses. “O dólar sobe com um
sentimento levemente negativo nos mercados internacionais. Houve um
pouco de cautela devido à novela da guerra comercial”, afirmou Pablo Spyer, diretor da Mirae Assets.
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