QUEIROZ X TOFFOLI: Julgamento sobre dados do Coaf em investigações divide o Supremo Tribunal Federal
Tudo
indica um placar apertado no julgamento do Supremo Tribunal
Federal (STF) desta quarta-feira (20) sobre o uso de dados financeiros
detalhados do antigo Coaf, da Receita Federal e do Banco Central para
investigações. Segundo integrantes do Supremo, a Corte está dividida
sobre esse tema.
Há preocupação de investigadores – especialmente
do Ministério Público Federal (MPF) – com essa análise pelo STF. Em
julho, presidente da Corte, o ministro Dias Toffoli, atendeu um pedido
da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e impediu que a polícia e
o Ministério Público usem dados detalhados do antigo Coaf sem
autorização da Justiça.
A avaliação de procuradores e delegados
federais ouvidos pelo blog é que o impedimento de acesso aos dados de
órgãos de controle irá afetar investigações sobre corrupção, lavagem de
dinheiro e até mesmo sobre crime organizado e de financiamento do
terrorismo.
A decisão de Toffoli de restringir o uso em
investigações dos relatórios do antigo Coaf, atual Unidade de
Inteligência Financeira (UIF), levou o principal órgão internacional de
prevenção à lavagem de dinheiro, o Grupo de Ação Financeira contra a
Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), a no mês
passado expressar preocupações sobre a capacidade do Brasil de combater
esses crime .
Na ocasião, Toffoli determinou que todos os
processos que utilizam provas obtidas pelo Coaf sem autorização judicial
devem esperar decisão definitiva da Corte. A demora no julgamento
paralisou várias investigações que obtiveram dados detalhados do antigo
Coaf, Receita e BC.
De acordo com levantamento do MPF divulgado em
outubro, ao menos 700 ações e investigações estão paradas pela decisão
do presidente do Supremo.
Na semana passada, a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também manifestou
“preocupação” com suspensão das investigações com dados do antigo Coaf.
Para grupo de trabalho que visitou o país, a decisão que suspendeu
investigações “não segue os padrões internacionais de luta contra a
lavagem de dinheiro”.
A
OCDE é o organismo no qual o Brasil pleiteia uma vaga e que reúne 36
países defensores da democracia representativa e da economia de mercado.
Fonte: G1 - Publicado por: Fabricia Oliveira
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