PALAVRA É PRATA, SILÊNCIO É OURO - Por Ricaro Noblat

(Antonio Lucena/VEJA)
Natural que a deputada Gleisi Hoffmann, na condição de presidente do PT por obra e graça de Lula, se sentisse obrigada a dizer algo depois que o Supremo Tribunal Federal decidiu que réu só pode ser preso quando sua sentença transitar em julgado.
Então ela pensou, pensou, respirou fundo, consultou os oráculos que costumam aconselhá-la e proclamou do alto de sua sabedoria:
“A decisão é também o reconhecimento, depois de 1 ano e 7 meses, de que o ex-presidente Lula ficou preso durante todo esse período de forma ilegal, por uma decisão política.”
Pois é tudo o que não é. Lula ficou preso durante todo esse período por uma decisão do ex-juiz Sérgio Moro, confirmada duas vezes pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), e uma vez pelo Superior Tribunal de Justiça. Quer mais?
Tudo porque o que valia até então era o entendimento do Supremo Tribunal Federal, firmado no ano passado, que réu condenado em segunda instância poderia ir direto para o xilindró e, ali, aguardar que se esgotassem todos os recursos para voltar a ser livre.
A prisão não era obrigatória, mas os escalões inferiores da Justiça começaram a achar que sim. Então o Supremo resolveu corrigir-se e assim finalmente o fez. Gleisi pode dizer o que quiser e até o que não é verdade, só não pode é querer que se acredite nela.
Veja - Por Ricardo Noblat
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