ROTA DA CANA: Cachaça Gregório é branca, límpida e intensa, trazendo toda a suavidade envelhecida em barris de carvalho francês
Está
no Site Galeria da Cachaça, no artigo HISTÓRIA DA CACHAÇA -“Da Senzala à
Casa-grande”, de 2014, …“Há quem afirme que D. Pedro I utilizou a
cachaça para comemorar a Independência do Brasil. No entanto, o
preconceito nasce forte com a proclamação da República até que o
Movimento Modernista de 1922 valorizou a cultura nacional e celebrou o
casamento da feijoada com a cachaça, futuras paixões brasileiríssimas. É
importante lembrar que, na comemoração dos 500 anos do descobrimento, o
então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso saudou com
cachaça a comitiva do Governo de Portugal. É a cachaça chegando aos
palácios governamentais”.
O
nome “Cachaça” vem do espanhol “cachaza”, que significava, bem antes de
1500, na Península Ibérica, “uma aguardente bagaceira de qualidade
inferior”, como ressaltado por Marcelo Câmara, Ed. Mauad, pg. 16. Porém,
a palavra “cachaça”, com esta grafia e este som, é uma criação do povo
brasileiro e do português falado no Brasil e o seu uso foi generalizado
em meados do século XVIII”.No Rota da Cana, deste final de semana, vamos
falar da cachaça Gregório, produzida na cidade de Alagoa Grande – PB.
Em nossa viagem conversamos com o empresário Alexandre Lemos de Barros
Moreira, um dos proprietários, junto com o irmão e um tio. Nessa
entrevista ele fala do processo de fabricação, distribuição e da
preocupação em manter sempre atual um engenho secular, mantendo
estruturas e características do seu casario em tijolos aparentes,
conservado dentro dos padrões originais, além de outras importantes
informações do ofício de fabricar um excelente produto.
Venha
comigo nessa viagem e acompanhe um bom papo, sempre regado a uma boa
dose de uma das melhores cachaças já produzidas na Paraíba. Vem, já
estamos de volta na Rota da Cana!
Uma fermentação natural
Como já falamos acima, o Engenho Gregório está localizado no município de Alagoa Grande, a 110 km de João Pessoa e tem à frente o empresário Alexandre Lemos que nos recebeu com a gentileza de abrir as portas da sua fábrica para falar com tranquilidade tudo o que o leitor do Polêmica Paraíba gostaria de saber sobre as formas e vivência no interior de um engenho do porte do Gregório.
Uma fermentação natural
Como já falamos acima, o Engenho Gregório está localizado no município de Alagoa Grande, a 110 km de João Pessoa e tem à frente o empresário Alexandre Lemos que nos recebeu com a gentileza de abrir as portas da sua fábrica para falar com tranquilidade tudo o que o leitor do Polêmica Paraíba gostaria de saber sobre as formas e vivência no interior de um engenho do porte do Gregório.
O processo de fabricação é artesanal,
sendo a matéria prima, que é a cana de açúcar, colhida e moída no prazo
de 24 horas, por um processo de decantação, para em seguida se realizar a
padronização do brix, que é o teor de açúcar ideal para uma fermentação
natural, sem adição de produtos químicos, como nos conta mais à frente
na entrevista concedida!
Voltando um pouco na busca do conhecimento
da real história dos destilados pelo mundo, ainda no artigo “HISTÓRIA DA
CACHAÇA – Da Senzala à Casa-grande”, ficamos por dentro da excelência
de cada lugar na fabricação da sua bebida característica. “Na Ásia
Central, onde há abundância de cereais como o trigo e a aveia, nasceu a
vodca. Nas montanhas da Escócia e da Irlanda, pródigas em malte e turfa,
surgiu o uísque. No México, onde a principal cultura disponível,
(cactos), se produz a tequila. Enfim, ao longo da história, cada povo
escolheu sua bebida nacional a partir das matérias-primas de que
dispunham para produzi-la!
Alexandre Lemos – Entrevista
Polêmica – Como se chama e onde está localizado o engenho fabricante da cachaça Gregório?
Alexandre
– O meu nome é Alexandre Lemos de Barros Moreira e sou um dos
proprietários da marca junto com um irmão e tio. O engenho se chama
Engenho Gregório e está localizado no município de Alagoa Grande, a 110
km de João Pessoa;
Polêmica – Como nasceu a cachaça
Gregório?
Alexandre – A Gregório é uma cachaça secular, que pertencia aos
meus antepassados, sendo eu a quinta geração e que após um trabalho de
identidade visual, em parceria com o Sebrae, resolvemos colocar no
mercado com o nome Gregório;
Polêmica – Os senhores fabricam mais de um produto? Quais?
Alexandre
– Fabricamos a Cachaça Gregório Branca (tradicional), armazenada em
tonéis de freijó e a Cachaça Gregório Premium, envelhecida em barris de
carvalho francês;
Polêmica – A cachaça já é premiada? Fale da premiação!
Alexandre
– Pela primeira vez, agora em 2019, resolvemos participar do Concurso
Nacional de Vinhos e Destilados, que acontece anualmente em São Paulo e
fomos premiados com a medalha de prata, na Cachaça Gregório Premium;
Polêmica – Como se dá o processo de fabricação da Gregório?
Alexandre
– O processo de fabricação é artesanal, sendo a matéria prima, que é a
cana de açúcar, colhida crua e moída no prazo de 24 horas, passando o
caldo por um processo de decantação para em seguida se realizar a
padronização do brix, que é o teor de açúcar, no nosso caso padronizado
em 15 brix, ideal para uma fermentação natural, sem adição de produtos
químicos. A nossa levedura é a selvagem ou a caipira, encontrada na
própria cana de açúcar. Após o processo de fermentação, o vinho é
encaminhado para os alambiques de cobre onde é feito o processo de
destilação da cachaça, com a sua devida separação da cabeça, coração e
calda, essencial para se obter uma excelente cachaça.
Toda a cana de açúcar utilizada para fabricação da cachaça Gregório é plantio próprio;
Polêmica – Os senhores têm um plantio próprio de cana-de-açúcar?
Alexandre – Toda a cana de açúcar utilizada para fabricação da cachaça Gregório é plantio próprio;
Polêmica – Como acontece o processo de distribuição do produto?
Alexandre
– A distribuição é feita pelos proprietários e poucos vendedores,
podendo ser encontrada, em supermercados, lojas de artigos sertanejos,
conveniências, etc.;
Polêmica – O Engenho abre para visitação? Faz agro turismo?
Alexandre
– O Engenho é aberto à visitação sim, embora ainda não dispomos de loja
de conveniência (em construção), mais recebemos com muito carinho quem
nos procura, principalmente alunos do Curso de Agronegócio, de vários
polos;
Polêmica – Realiza algum projeto social ou se dedica apenas a fabricação de cachaças?
Alexandre – No momento, só nos dedicamos a fabricação de cachaça;
Polêmica – Tem mais alguma coisa a falar sobre o engenho e a Gregório?
Alexandre
– O Engenho é uma construção centenária, final do século XIX, sendo
mantida até hoje todas as características do seu casario em tijolos
aparentes, conservado dentro dos padrões originais, ao mesmo tempo em
que se modernizou para poder atender as exigências do Ministério da
Agricultura e demais órgãos fiscalizadores. A Gregório é uma cachaça de
excelente qualidade, com características visuais: branca, densa e
límpida; olfativa: fina, intensa e persistente; gustativa: leve de
acidez equilibrada, com notas adocicadas e frutadas.
Por fim uma bebida para chamar de nossa!
Como já falamos a respeito em matérias anteriores aqui no Rota da Cana,
“… vários institutos e universidades possuem centros especializados, com
pesquisas voltadas para garantir a melhoria da cachaça através de
treinamentos e formação de profissionais interessados em atingir a
excelência do produto”. Já tivemos a oportunidade de dizer aqui que a
cachaça nasceu pobre e tornou-se clandestina quando a Coroa Portuguesa
proibiu a sua fabricação e ordenou a destruição de alambiques. Mas a lei
não funcionou a contento e foram muitas as tributações para
desestimular a produção do novo destilado.
Quanto
a nossa cachaça – em especial a Gregório Premium – ela é produzida
artesanalmente a partir do mosto fermentado do coração da cana de açúcar
selecionada. Ideal para quem é apreciador de cachaças envelhecidas em
carvalho. Armazenada por 02 anos em barris de carvalho, com graduação
alcoólica 45% vol. é indicada para ser apreciada pura. A Gregório
apresenta aroma e sabor equilibrados e, por fim, é uma bebida de
excelente qualidade!
E
por enquanto é só! Semana que vem estaremos de volta com o Rota da
Cana, elegendo uma nova marca e falando da bebida preferencialmente
escolhida pelos brasileiros para chamar de nossa! Um abraço e até lá!
Fonte: Polêmica Paraíba - Créditos: Por Francisco Airton - Publicado por: Amara Alcântara
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