Evo Morales recua e anuncia novas eleições na Bolívia; anúncio foi feito pelo próprio presidente na manhã de hoje
O
presidente da Bolívia, Evo Morales, convocou novas eleições, com a
renovação do órgão eleitoral, e pediu que “se reduza toda a tensão” no
país, após três semanas de enfrentamentos violentos que causaram
três mortes e deixaram mais de 300 feridos nas principais cidades do
país.
O anúncio foi feito pelo mandatário na manhã deste domingo
(10), depois que o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados
Americanos), Luis Almagro, pediu a anulação das eleições na Bolívia,
após auditoria realizada na apuração dos votos. Almagro instou o governo
de Evo Morales a convocar novas eleições.
A tensão na Bolívia vem
escalando por conta de enfrentamentos entre apoiadores e críticos
de Morales, que o acusam de fraude. Nos últimos dias, houve levantes de
policiais e militares que se recusaram a tomar ações de repressão contra
opositores, enquanto Morales acusou uma “tentativa de golpe de Estado”.
Os
resultados da auditoria da OEA seriam divulgados apenas em 13 de
novembro, mas foram adiantados “por conta da gravidade das denúncias”,
disse Almagro em um comunicado em que pede que a eleição do último dia
20 de outubro “seja anulada e que o processo eleitoral comece
novamente”.
A OEA também afirma no documento que o governo deve
marcar o novo pleito “assim que existam novas condições que deem
garantias de sua realização, entre elas uma nova composição do órgão
eleitoral”.
Ao
aceitar a auditoria, Morales tinha se comprometido a respeitar as
conclusões desta análise. Na manhã deste domingo, confirmou que o fará,
ainda que não tenha anunciado a data do novo pleito.
A Bolívia
vive um agravamento da tensão nas ruas por conta dos resultados
contraditórios divulgados após as eleições do último dia 20 de outubro.
O
órgão eleitoral iniciou uma contagem rápida, que dava um resultado de
segundo turno até os 80% das atas apuradas. Três horas depois, porém,
essa contagem foi interrompida por 24 horas, enquanto se acelerou a
contagem “voto a voto”. Quando por fim foram anunciados os resultados,
Morales estava na frente por pouco mais de dez pontos percentuais de
vantagem, o que o levaria a conquistar seu quarto mandato já num
primeiro turno.
Desde então, os protestos vêm aumentando em La Paz
e em outras cidades, com ataques a casas de autoridades, incêndios e
confrontos de rua.
Fonte: Folha de S. Paulo - Créditos: Sylvia Colombo - Publicado por: Ivyna Souto



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