502 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE: o acontecimento que transformou o mundo – por Felipe Nunes
No
dia 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero fixou na
porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha, 95 teses propostas à Igreja
Católica. A ideia de Martinho Lutero baseava-se na fé. O justo viverá
pela fé. Ele propunha um resgate dos valores evangélicos, que colocava o
sacrifício de Jesus Cristo como fato consumado para redimir a
humanidade de seus erros e pecados. A intenção era produzir uma reforma
religiosa, mas seu ato causou, na verdade, um divisor de águas na
história da humanidade.
Mais
tarde, a filosofia luterana ficou conhecida a partir das chamadas
‘cinco solas’, que resumem o pensamento reformador: Sola Fide (somente a
fé), Solus Christus (somente Cristo), Sola gratia (somente a graça),
Soli Deo Gloria (Glória somente a Deus) e Sola Scriptura (somente as
escrituras). Na esteira desses pontos, Lutero carregava outras
premissas, como a defesa da verdade, da vida e da dignidade humana. Isto
provocou profundas transformações não somente âmbito no religioso, mas
sobretudo nos setores políticos e sociais de forma geral.
A
educação foi, quiçá, a área mais beneficiada com a reforma protestante.
Na época de Lutero, o catolicismo, que já também havia dado suas
contribuições à educação, era a instituição que monopolizava os ensinos
escolar e superior. Lutero foi um dos grandes defensores da escola
universal, isto é, para todos. Um dos pontos cruciais para essa mudança
de paradigma foi a ideia de que a leitura bíblica deveria ser estendida a
todos os fiéis, e não somente a sacerdotes católicos.
Um
dos escritos mais famosos de Lutero, sobre educação, atesta seu
entusiasmo com a criação de novos modelos escolares a partir da visão
protestante: “Pela graça de Deus, está tudo preparado para que as
crianças possam estudar línguas, outras disciplinas e história, com
prazer e brincando. As escolas já não são mais o inferno e o purgatório
de nosso tempo, quando éramos torturados com declinações e conjugações.
Não aprendemos simplesmente nada por causa de tantas palmadas, medo,
pavor e sofrimento”, escreveu Lutero.
Isto
se multiplicou pelo mundo. No Brasil, uma das principais instituições
de ensino superior do país, a Universidade Presbiteriana Mackenzie, foi
fundada sob princípios protestantes, assim como a Universidade Metodista
de São Paulo, dentre milhares de outras ao redor do mundo. Até mesmo o
modelo das universidades seculares são, em grande parte, fruto do
pensamento reformador.
Um
dos trunfos mais conhecidos da Reforma foi a multiplicação de livros,
inicialmente com a Bíblia e as obras teológicas, a partir da utilização
da máquina de imprensa, criada pelo alemão Johann Gutenberg. A máquina
foi utilizada intensamente na impressão de folhetos luteranos sobre os
evangelhos. Hoje, a Bíblia é o livro mais vendido do mundo, em grande
parte por reflexos do movimento protestante.
O
pensamento protestante não inspirou só a educação, mas os próprios
processos científicos, a política, os conceitos de direitos humanos e
liberdade, bem como a ênfase no bem-comum, levando em conta que estas
não são marcas meritórias, mas símbolos daqueles que acreditam na
salvação mediante a fé em Cristo.
502
anos depois, há quem defenda que uma nova reforma é necessária no meio
Evangélico. E este pensamento é reformador, é bíblico, essencialmente
protestante. Carrega em si, o mesmo Espírito que estava em Lutero. Não o
revolucionário, que destrói e seculariza, mas o transformador, que muda
o homem e o leva ao caminho da salvação eterna através da Palavra que
liberta.
Soli Deo Gloria!
Fonte: Polêmica Paraíba - Publicado por: Felipe Nunes
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