Deputado Alexandre Frota diz em CPI que Bolsonaro protege e financia ‘terroristas virtuais’
Ex-aliado
de Jair Bolsonaro (PSL), o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP)
declarou hoje à CPI das Fake News que o presidente da República protege e
financia “terroristas virtuais”, em referência a três assessores
pessoais que trabalham dentro do Palácio do Planalto. De acordo com o
parlamentar, o trio age sob coordenação de Carlos Bolsonaro (PSC-RJ),
vereador no Rio de Janeiro e filho do mandatário.
“Vem
de dentro do Palácio do Planalto os três personagens que vieram das
redes bolsonaristas e tiveram oficializadas as suas redes de ataque com
dinheiro público. E quem coordena? Carlos Bolsonaro. Direto do Rio de
Janeiro, ele coordena realizando reuniões e disparando via WhatsApp os
seus comandos.”
Segundo
Frota, antes mesmo da eleição de 2018, os assessores administravam
sites e páginas que compartilham fake news pró-Bolsonaro e ataques
pessoais a adversários. Após se tornar presidente, Bolsonaro teria
institucionalizado essa prática em seu favor. “Bolsonaro se encantou com
essas três figuras e os trouxe para trabalhar dentro de seu gabinete”,
comentou o depoente.
O trio é formado por Tercio Arnaud Tomaz,
José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz. Eles já têm requerimentos
de convocação aprovados para que prestem esclarecimentos na CPMI. As
datas ainda não foram definidas.
Durante a exposição inicial de
Frota, algumas pessoas tumultuaram a reunião e acusaram o deputado de
ter se “vendido”. Cartazes exibiam mensagens como “traíras nadaram entre
nós pelo poder” e “traíra oportunista”.
Hoje tucano, o
parlamentar chegou ao Congresso utilizando a mesma plataforma eleitoral
de Bolsonaro, com discursos alinhados às pautas da segurança pública, do
combate à corrupção, de exaltação do conservadorismo e repúdio à
esquerda. Posteriormente, brigou com Bolsonaro e acabou fazendo um
movimento em direção ao centro. A convite do governador de São Paulo,
João Doria, filiou-se ao PSDB.
“Farra de cargos”
Na
versão de Frota, o presidente da República atua com “milícias digitais
nas redes sociais” que se empenham em promover “terrorismo virtual” e
“assédio virtual que vai aos extremos”. Esse modus operandi teria se
institucionalizado, de acordo com o depoente, não só no Planalto, mas
também em gabinetes de deputados e senadores que compõem o bolsonarismo.
Ele
declarou que, de “amadores iludidos”, os militantes passaram a
“assessores parlamentares credenciados e remunerados”. “São responsáveis
por indicações de cargos e fomento da raiva e do ódio, ministros e
assessores no que eu posso chamar hoje de farra de cargos.”
O
deputado citou como exemplo o áudio de Fabrício Queiroz, enviado a
interlocutor não identificado, no qual o ex-assessor do senador Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ) faz orientações sobre indicações políticas para
cargos comissionados no Congresso e fala em uma “fila” no gabinete de
Flávio, filho do presidente.
“Se isso [áudio] não é uma confissão, é o quê?”, indagou Frota.
Fonte: UOL - Publicado por: Amara Alcântara
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