Despesas de Lula eram pagas com dinheiro de corrupção, declara Marcos Valério em depoimento ao Ministério Público
Em
um depoimento ao Ministério Público de São Paulo, prestado no
Departamento de Investigação de Homicídios de Minas Gerais, a que VEJA
teve acesso, o operador do mensalão declarou que Lula e outros petistas
graduados foram chantageados por um empresário de Santo André que
ameaçava implicá-los na morte de Celso Daniel, prefeito da cidade,
executado a tiros depois de um misterioso sequestro, em 2002. Mais:
disse ter ouvido desse empresário que o ex-presidente foi o mandante do
assassinato.
O
promotor também perguntou sobre as relações financeiras do empresário
com o governo e com o ex-presidente Lula:
“— O caixa que o senhor administrava era dinheiro de corrupção?” “— Caixa dois e dinheiros paralelos de corrupção, propina e tudo.”
“— Do Governo Federal?” “— Sim, do Governo Federal.”
“— Na Presidência de Lula?” “— Na Presidência do presidente Lula.”
“— Pagamentos para quem?” “— Para deputados, para ministros, despesas pessoais do presidente, todo tipo de despesa do Partido dos Trabalhadores”.
“— Do Governo Federal?” “— Sim, do Governo Federal.”
“— Na Presidência de Lula?” “— Na Presidência do presidente Lula.”
“— Pagamentos para quem?” “— Para deputados, para ministros, despesas pessoais do presidente, todo tipo de despesa do Partido dos Trabalhadores”.
No
depoimento, Valério reafirmou sua intimidade com o presidente Lula. Ele
contou que esteve mais de uma centena de vezes no Palácio do Planalto
para encontros com o presidente e com o então todo poderoso
ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Foi em um desses encontros
que Dirceu lhe teria pedido para resolver o problema da chantagem que
estaria sofrendo por conta do caso Celso Daniel. Foi também em um desses
encontros que Lula teria lhe agradecido por ter resolvido o problema.
Se
Valério estiver dizendo a verdade — e é isso que as novas investigações
se propõem a descobrir —, a morte do prefeito teria o objetivo de
esconder que a prefeitura de Santo André funcionava como uma gazua do PT
para financiar não só as campanhas políticas mas a boa vida de seus
dirigentes, incluindo Lula. A morte de Celso Daniel, portanto, poderia
ter sido realmente uma queima de arquivo. Irmãos do prefeito assassinado
concordam com essa tese e sempre defenderam a ideia de que a possível
participação de petistas no crime deveria ser apurada. O novo
depoimento, embora não traga uma prova concreta, colocou mais fogo numa
velha história.
Fonte: VEJA - Publicado por: Felipe Nunes
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