Empresário que perdeu R$ 170 mil distribui folhetos e exibe cartazes contra ‘rei do bitcoin’
O
empresário Paulo Ricardo Campos Silva, 32, é um dos investidores com
dinheiro preso no Grupo Bitcoin Banco, com sede em Curitiba (PR). Desde
maio, a empresa não libera saques para os clientes, o que gerou só na
justiça do Paraná pouco mais de 100 ações judiciais.
Na
segunda semana de outubro, o empresário, que investiu R$ 170 mil na
empresa, esteve na capital paranaense e distribuiu folhetos e exibiu
cartazes com críticas ao empresário Claudio Oliveira, conhecido como
“rei do bitcoin”. Silva é de Belo Horizonte (BH).
“Como nada do
que prometeram foi cumprido e eu não fui recebido por eles, resolvi agir
e mostrar quem realmente o Claudio é. Imprimi 10 mil flyers [folhetos] e
um banner [cartaz], contratei uma empresa de panfletagem e começamos a
distribuí-los em Curitiba”, disse.
Eles sequestraram meus ativos, diz empresário
Ele
disse que tomou a iniciativa porque assinou um contrato virtual com a
empresa e foi instruído por um funcionário a transferir os bitcoins
presos nas plataformas do grupo (Negocie Coins e TemBtc) para a wallet
(carteira digital que permite armazenar criptomoedas) do Grupo Bitcoin
Banco.
A promessa, disse, era que a partir dessa transferência ele
começaria a receber seus recursos em 30 dias. “Eu assinei o contrato e
transferi os bitcoins, como haviam pedido, mas eles não assinaram o
contrato e não me pagaram. Meu advogado disse que isso se enquadra como
sequestro de ativos”, falou.
O
Grupo Bitcoin Banco não quis comentar o caso. Apenas informou que
existe um fluxo de pagamento, estipulado em setembro, e que em breve
fará novos comunicados sobre a evolução do processo.
Advogado tentou intimidá-lo durante a panfletagem, diz empresário
Os
folhetos foram distribuídos em frente ao prédio onde fica a sede do
Grupo Bitcoin Banco e em frente à Procuradoria da República do Paraná,
ambos no centro de Curitiba. Cartazes também foram expostos.
Silva disse à reportagem que gastou R$ 2.000 na impressão do material e mais R$ 1.300 na contratação da empresa de panfletagem.
No
material, ele escreveu que o “rei do bitcoin” esbanja luxo enquanto não
paga os investidores faz cinco meses. Também disse que não está
conseguindo pagar as contas e enfrenta sérios problemas psicológicos.
Sua mãe morreu em junho deste ano.
Silva falou que, minutos depois
de iniciar a panfletagem, um advogado da empresa, acompanhado de seis
seguranças, tentou intimidá-lo. Ele disse que falou para o funcionário
que só sairia dali se fosse recebido pelo proprietário da empresa.
“O
advogado falou que, por causa da minha atitude, o Claudio não queria me
ver nem pintado de ouro. Então continuei, pois estou no meu direito”.
Silva voltou para Belo Horizonte na semana passada, mas pretende voltar a Curitiba para dar continuidade à ação.
Entenda o caso
A
crise do Grupo Bitcoin Banco começou em maio deste ano, quando clientes
não conseguiram mais fazer saques nas plataformas de negociação de
criptomoedas da empresa.
A empresa alegou, na época, que foi
vítima de uma ação criminosa de alguns clientes que, valendo-se de uma
brecha no sistema, conseguiram efetuar saques indevidos, gerando um
prejuízo de R$ 50 milhões.
Desde o início da crise, a Polícia
Militar do Paraná e oficiais de Justiça do estado cumpriram diversos
mandados de busca e apreensão na sede do banco e nas residências de
Claudio Oliveira. O empresário chegou a ter os bens bloqueados pela
Justiça e teve o passaporte retido.
O grupo alega, hoje em dia,
que o pagamento aos investidores também está bloqueado por causa das
centenas de processos que envolvem a empresa e seus proprietários. Só na
Justiça do Paraná há pouco mais de 100 ações contra o grupo e seus
proprietários. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) determinou que o
Bitcoin Banco e seus sócios parem de oferecer ao público títulos ou
contratos de investimento coletivo.
Fonte: Uol - Publicado por: Gerlane Neto
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