Ator diz que foi agredido por motorista de ônibus que o viu dando 'selinhos' em um rapaz e denuncia homofobia
O
ator Marcello Santanna, de 23 anos, disse que foi vítima de homofobia e
que foi agredido por um motorista de ônibus na manhã do último sábado
(7) em Cidade Líder, na Zona Leste de São Paulo.
Segundo
Santanna, o motorista parou o ônibus e falou para ele descer depois que
viu o ator dando “selinhos” em outro rapaz. O ator saiu do veículo que
faz a linha 3736-10 – Jardim Nossa Senhora do Carmo-Metrô Artur Alvim
(os veículos desta linha são microônibus sem cobrador). Em seguida, o
motorista desceu e deu um soco no seu rosto. O caso aconteceu na Avenida
Maria Luiza Americano.
“Me recusei [a descer], disse que tinha
pago e perguntei qual seria o motivo pra gente sair. Ele então, levantou
e na mesma hora resolvi não criar uma discussão e me despedi desse
rapaz e da minha prima”, relatou.
“Ao descer, levantei as mãos e
disse “tá tudo bem, eu vou embora”, ele já veio nos socos, sem ao menos
em nem ter tempo pra terminar de falar. O rapaz e minha prima desceram
pra me socorrer, o motorista entrou na lotação e foi embora”.
Segundo
o jovem, logo em seguida passou outro ônibus da mesma linha. O
motorista deste segundo ônibus o levou até a delegacia, onde Santanna
foi orientado a procurar atendimento médico imediato. A prima e o outro
rapaz o acompanharam. “Na delegacia foram muito solícitos, nos levaram
até o Hospital Santa Marcelina”, afirmou.
O rapaz pretende voltar à delegacia para registrar o boletim de ocorrência.
Em
nota, a SPTrans, que administra o sistema de transporte público de São
Paulo, afirmou que “já encaminhou o caso à empresa que opera a linha
para que identifique o motorista e tome as providências cabíveis em
relação a seu funcionário”.
“Como
gestora do sistema de transporte público, a SPTrans realiza junto às
empresas operadoras o programa Viagem Segura, com treinamentos que
incluem itens como condução segura, respeito aos passageiros, idosos e
pessoas com mobilidade reduzida além de conduta durante casos de abuso.
Em 2018, o programa treinou 62.739 trabalhadores entre motoristas,
cobradores e fiscais”, diz a nota.
Santanna disse que nunca tinha passado por uma situação dessa e incentiva as pessoas vítimas de homofobia a fazer a denúncia.
Leia o relato completo:
“Estava
voltando de um rolê, e fui agredido por um motorista de ônibus pelo
simples fato de estar com um rapaz. Ele estava cuidando de mim, que meu
nariz tinha começado a sangrar e depois demos alguns selinhos. O
motorista então, parou a lotação e aos gritos pediu pra que saímos da
lotação. Me recusei, disse que tinha pago e perguntei qual seria o
motivo pra gente sair. Ele então, levantou e na mesma hora resolvi não
criar uma discussão e me despedi desse rapaz e da minha prima. Ao
descer, levantei as mãos e disse “tá tudo bem, eu vou embora”, ele já
veio nos socos, sem ao menos em nem ter tempo pra terminar de falar. O
rapaz e minha prima desceram pra me socorrer, o motorista entrou na
lotação e foi embora.
Estava esperando um
momento bonito pra dividir com todos minha opção sexual. Porém, devido
ao fato achei necessário compartilhar e não esperar mais. Estou super
bem resolvido com minha escolha, e tenho graças a Deus, o amor
incondicional dos meus familiares. Se aceitar è um processo difícil, mas
viver certo disso que é pior ainda. As pessoas nos julgam por andar de
mãos dadas, trocar carícias em público ou pelo simples fato de querer
direitos iguais como todo mundo.
A homofobia nunca foi um assunto a ser abordado apenas como mimimi. Como eu, muitos LGBT já se sentiram agredidos de alguma forma, mas a agressão física chega a ser a mais incompreensível. O que faz uma pessoa agredir a outra por causa da escolha de vida dela? Por quê agredir um ser pelo fato dele amar outra pessoa do mesmo sexo?.
Sei que as imagens são fortes, mas notícias assim precisa ser compartilhada para mostrar o quanto a luta pela comunidade lgbt é necessária! Não pense que não existe homofobia, pq existe sim e aos muitos! Somos o país que mais mata LGBT e esse fato só me faz pensar em uma coisa: eu to aqui vivo pra contar, e quantos outros que não puderam ter a chance de contar? ATÉ QUANDO NOTÍCIA ASSIM VAMOS PRECISAR CONTAR?
Já fui ao hospital, farei cirurgia nos próximos dias porque o nariz está quebrado. Já recorri aos meus direitos, e tenho respaldo da lei.
HOMOFOBIA É CRIME! Não se omita, DENUNCIE
Agradeço aos familiares e amigos por estarem comigo nesse momento, o apoio de vocês é essencial.”
A homofobia nunca foi um assunto a ser abordado apenas como mimimi. Como eu, muitos LGBT já se sentiram agredidos de alguma forma, mas a agressão física chega a ser a mais incompreensível. O que faz uma pessoa agredir a outra por causa da escolha de vida dela? Por quê agredir um ser pelo fato dele amar outra pessoa do mesmo sexo?.
Sei que as imagens são fortes, mas notícias assim precisa ser compartilhada para mostrar o quanto a luta pela comunidade lgbt é necessária! Não pense que não existe homofobia, pq existe sim e aos muitos! Somos o país que mais mata LGBT e esse fato só me faz pensar em uma coisa: eu to aqui vivo pra contar, e quantos outros que não puderam ter a chance de contar? ATÉ QUANDO NOTÍCIA ASSIM VAMOS PRECISAR CONTAR?
Já fui ao hospital, farei cirurgia nos próximos dias porque o nariz está quebrado. Já recorri aos meus direitos, e tenho respaldo da lei.
HOMOFOBIA É CRIME! Não se omita, DENUNCIE
Agradeço aos familiares e amigos por estarem comigo nesse momento, o apoio de vocês é essencial.”
Fonte: G1 - Publicado por: Fabricia Oliveira
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