Presidente Jair Bolsonaro dará indulto para policiais que participaram de massacres
Bolsonaro citou Eldorado dos Carajás, o massacre do Carandiru, além de
 envolvidos no episódio do ônibus 174, no Rio de Janeiro
O
 presidente Jair Bolsonaro disse no último sábado (31/8) que pretende 
conceder indulto para os policiais que participaram do massacre de 
Eldorado dos Carajás e do massacre do Carandiru, além dos envolvidos no 
episódio do ônibus 174, no Rio de Janeiro. Bolsonaro falou com alguns 
jornalistas durante almoço no quartel general do Exército, mas a 
conversa não pôde ser gravada nem anotada.
Ao
 longo da semana, o presidente já havia falado sobre o plano de fazer um
 indulto para policiais e que incluiria “nomes surpreendentes”, sem 
explicar a quem estava se referindo. Bolsonaro está pedindo a todos os 
comandantes dos estados a relação de policiais que podem ser 
beneficiados. O indulto é um ato de clemência do Poder Público. É uma 
forma de extinguir o cumprimento de pena.
Segundo
 o jornal O Globo, Bolsonaro disse que dará o indulto “aos que se 
enquadrarem”. Em relação ao Massacre de Carandiru, o presidente afirmou 
ainda que se o comandante Ubiratan Guimarães estivesse vivo, também 
seria beneficiado pelo indulto. Ubiratan foi o comandante da ação que 
resultou na morte de 111 presos no presídio do Carandiru, em outubro de 
1992.
Bolsonaro
 também lembrou do caso da apresentadora Ana Hickman, que sofreu uma 
tentativa de assassinato por um fã em Belo Horizonte. “Não quero dar 
detalhes, mas tem casos que, se puder colocar, eu vou colocar. Como os 
policiais que estiveram no caso do Carandiru, do ônibus 174, Eldorado 
dos Carajás. E, se tiver alguma pendência ainda, o caso da Ana 
Hickmann.”
Episódios
Em
 2 de outubro de 1992, a polícia foi acionada para conter uma rebelião 
no pavilhão 9 do presídio do Carandiru. A unidade estava superlotada, 
com mais de 7 mil presos para 3.250 vagas. O início da confusão teria 
sido motivado por uma briga entre os presos. Um efetivo de 330 policiais
 participou da ação. Ao todo, foram 111 mortos. Sobreviventes da chacina
 relataram que os PMs se dividiram pelos andares da penitenciária e 
atiraram em diversos detentos.
Em
 Eldorado dos Carajás, em abril de 1996, 1,5 mil sem-terra marchavam em 
direção a Belém em um protesto contra a demora da desapropriação de 
terras, e acamparam na rodovia PA-150. A Polícia Militar foi acionada 
para desbloquear a via. Enquanto os sem-terra usavam paus e pedras para 
conter a ação dos PMs, os policiais revidaram com tiros. O confronto 
deixou 19 mortos e mais de 60 feridos.
No
 caso do Ônibus 174, Sandro do Nascimento manteve 11 passageiros reféns 
no coletivo em 12 de junho de 2000. O assalto foi acompanhado ao vivo 
por todo o país pela TV durante quatro horas e meia. Após horas de 
negociações com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), 
Sandro, com uma arma apontada para a cabeça da professora Geisa 
Gonçalves, saiu do veículo. Um policial atirou, ferindo Sandro, que 
matou a professora. Foi levado com vida ao hospital, mas chegou morto 
por asfixia.
Fonte: Correio braziliense - Publicado por: Alana Yaponirah
 

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