Homem morto em sequestro de ônibus disse aos passageiros que ação era para ‘entrar na história’
O
professor Hans Miller Moreno do Nascimento, de 34 anos, morador do
Rocha, em São Gonçalo, estava a caminho de Santa Cruz, na zona oeste do
Rio quando se viu refém do sequestro do ônibus na ponte Rio-Niterói. Ele
contou na porta da Delegacia de Homicídios de Niterói que o
sequestrador do ônibus, Willian Augusto da Silva, em nenhum momento se
mostrou nervoso e disse que queria entrar para a história.
“Eu
não quero machucar ou levar os pertences de vocês, só quero entrar para
a história. Ao fim do dia, vocês vão ter muita história pra contar”,
disse Willian Augusto da Silva, segundo Hans Moreno, aos reféns do
ônibus sequestrado por ele na manhã desta terça-feira.
O
sequestrador escolheu uma das passageiras para auxiliar no andamento do
sequestro. A moça, ainda não identificada, foi responsável por prender
os passageiros com braçadeiras de plástico e, posteriormente, estender
os fios de barbante com os copos de garrafa pet.
Miller conta que o
sequestrador estava com um rádio transmissor, e escreveu o número da
frequência no vidro do veículo, para entrar em contato com a polícia. No
rádio, Willian perguntava “em que altura estava o engarrafamento”. A
todo momento, de forma calma, Willian pedia para a polícia “tomar
cuidado para os passageiros não se machucarem”.
O professor
explicou que logo após a entrada de Willian no ônibus, entre 5h e 5h10,
na altura do Mocanguê, ele explicou que não se tratava de um assalto.
Para tranquilizar os passageiros, Willian permitiu que cada um usasse
seus celulares para se comunicar com a família. O professor também
observou que Willian tomava energéticos para “manter a adrenalina”.
De
acordo com Miller, Willian pintou com spray de cor preta os vidros
frontais do ônibus e pediu para que os passageiros fechassem as
cortinas.
Foi neste momento que alguns passageiros passaram mal e,
assim, foram liberadas pelo sequestrador. Willian também negociava com a
polícia a entrega de água para os passageiros e, a todo tempo, tentava
tranquilizá-los.
Pelo
clima controlado, apesar de tenso, Miller conseguiu, de forma discreta,
escrever algumas informações sobre o sequestrador: “Ele está sentado na
fileira” e “Ele está em pé na frente”. A vítima também conta que, já ao
final do sequestro, Willian falou à polícia sobre um valor de “R$ 30
mil”, mas Miller não sabe precisar se era um valor a ser negociado pela
liberação dos reféns. A vítima conta que Willian estava com uma faca “de
40 a 50 cm”, uma arma de choque e uma pistola.
Fonte: uol
Nenhum comentário:
Postar um comentário