Paraibano de Patos indicado por Hugo Mota é exonerado por João Dória acusado de fraudes
Após graves denúncias apuradas pela imprensa de uma fraude que
ultrapassa R$ 500 milhões dentro do Detran-SP em um conluio que envolve a
B3, quinta maior Bolsa de Valores do Mundo e a Tecnobank, empresa
laranja que opera o sistema de registros de financiamento de veículos, o
governador de São Paulo João Doria foi obrigado a exonerar o pivô do
esquema de corrupção dentro do órgão, Maurício Alves.
A
exoneração ocorreu após o Ministério Público de Contas emitir um
parecer confirmando a existência de monopólio que prejudica diretamente
cada cidadão que acaba pagando uma taxa para a Tecnobank, detentora do
Monopólio que nem o Detran sabe especificar o valor.
Escândalo
Sem
dúvida, este é o primeiro grande escândalo da gestão João Dória e
causou uma hemorragia nos planos do tucano para disputar a presidência
da República em 2022. Aliados políticos ligados ao governador disseram à
reportagem que ele não sabia deste esquema, ao menos até agora. A
tempestade política culminou na exoneração de Maurício Alves, peça chave
para que a corrupção sistêmica funcione dentro do órgão de trânsito.
Maurício
Alves atuava como uma espécie de despachante dos crimes cometidos
dentro do Detran-SP pelo consórcio B3/Tecnobank, empresa comandada por
Carlos Santana. Isso porque o Contran já havia apontado ilegalidades na
prestação de serviços de registros pela B3 porque ela já opera o
sistema de gravames e causa uma concorrência desleal.
Seria
como o lobo cuidar do galinheiro, pois quando a B3 inicia o processo de
gravames ela já trava no sistema para que o serviço seja executado pela
laranja Tecnobank, como apontou o Ministério Público de Contas.
Percebendo a fraude a Controladoria Geral da União (CGU) após
investigação encaminhou a informação ao Contran que emitiu a Resolução
689, de 27 de setembro de 2017 que proibiu a empresa Cetip S/A, atual B3
de realizar os registros de financiamentos de veículos.
Em
São Paulo, da noite para o dia, todo o serviço realizado pela B3
começou a ser realizado pela empresa de Carlos Santana, a Tecnobank,
mesmo com mais treze empresas cadastradas. Ou seja, mudou apenas o CNPJ e
a fraude continuou.
Para “legalizar” o esquema, Maurício Alves
foi catapultado do Detran Paraíba, onde a Tencnobank começou a atuar em
2014 com monopólio que detém até hoje, para o Denatran. A indicação foi
feita pelo cacique do PP Ciro Nogueira e pelo deputado Hugo Mota, hoje
no PRB da Paraíba.
Em Brasília com a nova indicação, Maurício
Alves foi um dos responsáveis por assinar uma nota técnica que
“legalizou” o crime e desautorizou a resolução do Contran baseada na
investigação da CGU. A nota passou a autorizar o HUB, ou seja, empresas
ligadas a B3 realizar o serviço de registros, na prática as empresas
laranjas, sendo a principal delas a Tecnobank.
Atuando
como ladrões de galinhas, a nota técnica 032 foi assinada no início da
madrugada, exatamente a meia noite e oito do dia oito de fevereiro, sem
passar pelas comissões necessárias ou validação interna, área técnica ou
jurídica. A consulta desta nota técnica foi realizada pela B3 no dia 02
de fevereiro, cinco dias antes. Com o fim do governo Temer, Maurício
Alves foi novamente catapultado para o Detran-SP, onde profissionalizou o
esquema que foi descoberto pela promotora do Ministério Público de
Contas de São Paulo Renata Constante Cestare, responsável pelo parecer
que reconhece o monopólio da B3/Tecnobank em conluio com o Detran-SP.
Fontes dentro do Detran-SP informam que após as reportagens denunciando o
esquema e o parecer do Ministério Público de Contas, ficou clara a
atuação dolosa de Maurício Alves em favor do monopólio.
Servidores
de carreira do órgão que não sabiam do esquema “abriram os olhos” para o
que estava acontecendo e pediram a cabeça de Maurício Alves, que não
responde mais pela Diretoria de Veículos, responsável pelo registro de
contratos.
Fonte: http://www.agoraparana.com.br
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