sexta-feira, 21 de junho de 2019

PT cogita pela primeira vez não ter candidato próprio em São Paulo

Com falta de quadro competitivo, PT cogita não ter candidato a prefeito em São Paulo em 2020

O PT deve priorizar o apoio a candidatos dos demais partidos de centro-esquerda (PSB, PDT, PSOL e PCdoB)


PT cogita não ter candidato a prefeito em São Paulo em 2020
Com a falta de quadros competitivos e a orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT deve priorizar o apoio a candidatos dos demais partidos de centro-esquerda (PSB, PDT, PSOL e PCdoB) que tenham mais chances de vitória. "Quem estiver pior precisa apoiar o aliado que estiver melhor", disse Lula a vários interlocutores que foram visitá-lo em Curitiba, onde cumpre pena.
De acordo com dirigentes petistas, essa é também a vontade da maioria do partido, mas a viabilização da ideia vai depender do poder de convencimento sobre lideranças locais e bancadas de vereadores, que devem fincar posição em defesa de candidaturas próprias mesmo em cidades onde os petistas têm poucas chances de vencer.
O cenário levou a direção do partido a cogitar a possibilidade de, pela primeira vez em sua história, o PT não lançar candidato a prefeito de São Paulo, maior cidade do Brasil governada três vezes pela legenda. Embora três nomes estejam colocados - os dos deputados Carlos Zarattini e Paulo Teixeira e do ex-deputado Jilmar Tatto - o partido admite a hipótese de apoiar o ex-governador Márcio França (PSB) ou o líder do Movimento dos Sem Teto Guilherme Boulos (PSOL).
Há algumas semanas, dirigentes do PT paulista se encontraram com França para falar sobre a eleição do ano que vem. Ao contrário do ano passado, quando o então candidato a governador recusou o apoio público do partido temendo ser vítima do antipetismo, desta vez França deu sinal positivo.
O apoio ao ex-governador é defendido por caciques petistas próximos de Lula. Por outro lado, aliados da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disseram preferir o nome de Boulos. A bancada de vereadores e a direção municipal defendem uma candidatura própria.
A direção nacional do PT avalia que os três nomes colocados em São Paulo não têm chances de vitória. Lula defendeu a candidatura do ex-ministro Aloizio Mercadante, mas ele tem dito com clareza que não deseja disputar a Prefeitura.
Simpatizantes do PT na "sociedade civil", como a professora Ana Estela Haddad, mulher do ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad, foram procurados. Ana Estela chegou a se empolgar com a ideia, mas desistiu. Profissionais liberais e artistas também foram sondados, mas recusaram. Um dos motivos é a força de Tatto e sua família no PT paulista.
De acordo como presidente municipal do PT de São Paulo, Paulo Fiorilo, o plano hoje é ter candidato próprio, mas isso vai depender da capacidade do partido de viabilizar uma candidatura competitiva. "Vamos fazer caravanas com os candidatos e montar uma chapa forte de vereadores. Não está em nosso horizonte não ter candidato", disse Fiorilo. A decisão final, porém, sairá de Curitiba.
Plano
No balanço preliminar, o GTE petista avaliou que o partido tem grandes chances de vitória em Rio Branco (AC), com o ex-senador Jorge Viana; Manaus (AM), com o deputado José Ricardo Wendling; Fortaleza (CE), com a deputada e ex-prefeita Luizianne Lins; e Recife (PE), com a deputada Marília Arraes. Pode parecer pouco para um partido que até 2015 governava o País, mas é uma melhora em relação a 2016, quando o partido caiu de 630 para 256 prefeituras e venceu em apenas uma capital, Rio Branco.
Agora, ao contrário de 2016, a ordem é seguir a orientação de Lula, apoiar aliados mais bem colocados e fortalecer a unidade dos partidos de centro-esquerda em nível nacional.
Além da possibilidade de apoiar França ou Boulos em São Paulo, o partido deve se aliar com Manuela D'Ávila (PC do B) em Porto Alegre e com candidatos do PSOL no Rio, Belo Horizonte e Belém. 
Política ao Minuto com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário