Policiais federais são presos nesta quarta-feira suspeitos de vazar documentos sigilosos
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (5), policiais federais suspeitos de vazamento de documentos sigilosos.
Os
agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em sete endereços em
Belo Horizonte, entre eles, casas e escritórios de advogados. A Polícia
Federal prendeu os advogados Carlos Alberto Arges Júnior e Ildeu da
Cunha Pereira e os escrivães da PF Paulo de Oliveira Bessa e Márcio
Antônio Camilozzi Marra.
A
investigação apontou que os dois escrivães acessavam nos computadores
da Polícia Federal investigações e documentos sigilosos. Na sequência,
de forma criminosa, vazavam para diversos advogados que, por sua vez,
utilizavam o material para oferecer facilidades ilegais aos clientes.
Os
investigadores afirmam que em dezembro de 2018, durante o cumprimento
do mandado de busca e apreensão na casa de Andrea Neves, irmã do
deputado federal Aécio Neves, do PSDB, foram encontradas várias cópias
de peças de inquéritos policiais que tramitam sob segredo de justiça.
Essa
investigação é um desdobramento da Operação Capitu, que prendeu o
empresário Joesley Batista, dono da JBS, e o ex-vice-governador de Minas
Antônio Andrade, do MDB.
Os agentes presos, segundo a Polícia
Federal, acessaram também informações de outras operações, como a que
investiga o ex-governador de Minas Fernando Pimentel, do PT, crimes
eleitorais envolvendo Aécio Neves e investigações sobre a Samarco,
mineradora responsável pela barragem de Fundão, que se rompeu em
Mariana, em 2015.
O escrivão Márcio Marra, na semana passada, foi
nomeado pelo time do Cruzeiro para integrar uma comissão que vai
investigar irregularidades denunciadas numa reportagem exibida pelo
Fantástico no dia 26 de maio.
O presidente do conselho
deliberativo do Cruzeiro, Zezé Perrella, informou que Márcio Marra foi
substituído na comissão que apura irregularidades no clube.
O que dizem os citados
Andrea
Neves manifestou surpresa com a citação do nome dela na Operação
Escobar. Afirmou que o documento encontrado na casa dela é cópia de um
depoimento amplamente divulgado e que todos os esclarecimentos serão
prestados às autoridades.
As defesas de Aécio Neves e de Joesley Batista afirmam que não são alvos dessa investigação.
A
assessoria da Samarco afirmou que desconhece os fatos narrados e que
não tem qualquer vínculo com os advogados citados na reportagem.
O
Jornal Nacional não conseguiu contato com as defesas de Carlos Alberto
Arges Júnior, de Ildeu da Cunha Pereira, nem com os policiais Paulo de
Oliveira Bessa, Márcio Antônio Camilozzi Marra, Fernando Pimentel e
Antônio Andrade.
Fonte: G1
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