Comissão de Constituição e Justiça do Senado ouve Moro sobre conversas vazadas com Dallagnol
Após os vazamentos das conversas, será a primeira vez que Sergio Moro irá ao Congresso Nacional para falar sobre o assunto
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da
Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, será ouvido nesta quarta-feira
(19) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A
expectativa é que esclareça troca de mensagens, por meio do aplicativo
Telegram, entre ele e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da
força-tarefa da Lava Jato, sobre procedimentos e decisões em processos,
incluindo os que levaram à condenação do ex-presidente Lula.
As mensagens, segundo o site The Intercept Brasil, foram trocadas entre 2015 e 2018 e obtidas a partir da invasão de aparelhos dos procuradores por hackers ainda não identificados.
Após
os vazamentos das conversas, será a primeira vez que Sergio Moro irá ao
Congresso Nacional para falar sobre o assunto. Na semana passada, o
ministro participou, no Senado, de um almoço com parlamentares no Bloco
Parlamentar Vanguarda – DEM, PSC e PL - mas não falou com os
jornalistas.
Segundo a presidente da CCJ, senadora Simone Tebet (MDB-MS), a reunião deverá contar com reforço na segurança.
Moro
terá 30 minutos para fazer sua exposição inicial. Em seguida, os
senadores inscritos, intercalados por ordem de partido, terão cinco
minutos para réplica.
O ministro terá o mesmo tempo para resposta
e, depois, os parlamentares terão prazo máximo de dois minutos para
réplica e tréplica.
Simone disse que as regras de condução foram
definidas seguindo as normas regimentais e que a lista de inscrição dos
senadores será aberta às 9h, mesmo horário em que a reunião foi
convocada.
Ao ser alertado de que no Senado, logo depois do
vazamento das conversas, estavam sendo preparados requerimentos com
pedidos para que ele se explicasse na CCJ e até de uma CPI pelo senador
Ângelo Coronel (PSD-BA), o próprio Moro se adiantou e se colocou à
disposição da Casa.
A intenção do ministro foi comunicada pelo
senador Fernando Bezerra Coelho(MDB-PE), líder do governo no Senado. Em
ofício enviado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o
líder destacou o desejo do ministro de esclarecer os fatos.
“Manifestamos
nossa confiança no ministro Sergio Moro, certos de que esta será uma
oportunidade para que ele demonstre a sua lisura e correção como juiz
federal, refutando as críticas e ilações a respeito de sua conduta à
frente da Operação Lava Jato”, ressaltou Bezerra no oficio.
A
disposição do ministro surtiu efeito e a mobilização do senador Ângelo
Coronel para reunir assinaturas para propor uma CPI parou ou, pelo
menos, foi suspensa. Na avaliação de parlamentares governistas as
explicações dadas por Moro serão suficientes para convencer a maioria e
esvaziar uma tentativa de CPI.
Uma semana depois ir ao Senado, no dia 26, será a vez de Moro dar explicações sobre o mesmo assunto aos deputados.
O
presidentes das comissões de Direitos Humanos e Minorias; Trabalho,
Administração e Serviços Públicos; Fiscalização Financeira e Controle e
Constituição e Justiça da Câmara fecharam um acordo para aglutinar em um
só os diversos requerimentos que convocavam o ministro da Justiça.
Notícias ao Minuto com informações da Agência Brasil
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