Quebra de sigilo bancário de Flávio foi feita para 'me atingir', diz Jair Bolsonaro
Bolsonaro falou por quase 15 minutos, disparando críticas à imprensa, a jornalistas e aos governos do PT
© Reuters
O presidente Jair Bolsonaro
disse nesta quinta-feira, 16, que as investigações que recaem sobre um
dos seus filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), têm por objetivo
atingi-lo. "Estão fazendo esculacho em cima do meu filho", disse
Bolsonaro pela manhã, afirmando que colocou seu sigilo bancário "à
disposição" para prestar explicações.
"Querem me atingir? Venham pra cima de mim! Querem quebrar meu
sigilo, eu sei que tem que ter um fato, mas eu abro o meu sigilo. Não
vão me pegar", disse o presidente em Dallas (EUA). Questionado sobre a
investigação que atinge seu filho, Bolsonaro falou por quase 15 minutos,
disparando críticas à imprensa, a jornalistas presentes no momento e
aos governos do PT.
Oito alvos da quebra de sigilo bancário e
fiscal na investigação que mira Flávio Bolsonaro já trabalharam no
gabinete de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, quando este era
deputado federal. Os nomes, que incluem uma irmã e uma prima de Ana
Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro, aparecem em decisão do juiz
Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, de 24 de abril, que listou 95
pessoas e empresas na investigação. Todos terão os dados bancários e
fiscais abertos a pedido do Ministério Público.
"Você sabia que
naquele grupo junto do Queiroz, tinha umas 20 pessoas, uns 20
funcionários. (Com) O meu filho estava 1,2 milhão, segundo o que o
Queiroz teria movimentado. Na verdade é metade, porque o Coaf mostra o
que entra e o que sai. Tinha uma senhora lá, empregada de um deputado do
PT, que teria movimentado, na mesma circunstância, 49 milhões de reais.
O que aconteceu com este deputado? Ele foi eleito neste ano presidente
da Alerj, ninguém tocou no assunto. Façam justiça!", criticou Bolsonaro.
O
presidente emendou falando que "grandes setores da mídia, ao qual vocês
integram, não estão satisfeitos com o meu governo que é um governo de
austeridade".
"Fizeram aquilo para quê? Para prejudicar. Desde o
começo do meu mandato o pessoal está atrás de mim, o tempo todo usando a
minha família. Quebram o sigilo de uma ex-companheira minha, que eu
estou separado há onze anos dela, que nunca foi empregada no gabinete.
Eu me pergunto, por que isso? Qual a intenção disso? 93 pessoas? Eu não
quero acusar outras pessoas de nada, não, mas está escandaloso esse
negócio, está escandaloso", disse Bolsonaro, sobre as investigações.
O
presidente ainda disse que há uma "jogadinha" entre a TV Globo e o
Ministério Público sobre a investigação. "A Globo ficou sabendo da
quebra do sigilo do meu filho desde o ano passado. Pergunta para a
Globo, é uma jogadinha, entre o Ministério Público do Rio de Janeiro com
a Globo. É a jogadinha, quebraram o sigilo bancário dele desde o ano
passado e agora para dar um verniz de legalidade quebraram oficialmente o
sigilo dele e mais, se eu não me engano, 93 pessoas. Nossa senhora, tem
uma Lava Jato aí. Vai fundo, vai fundo", afirmou o presidente.
Bolsonaro sugere que há uma "ilegalidade" na quebra de sigilo de
Flávio. "O que diz a jurisprudência, eu não sou advogado, nulidade de
processo", afirmou.
Notícias ao Minuto
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