Ex-governador Sérgio Cabral começa a revelar parceiros em crimes: ”Ninguém rouba sozinho"
Em depoimento recente na Lava Jato do
Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral confessou sua compulsão
por dinheiro. Ninguém ainda é capaz de prever quantas revelações sairão
da memória do homem que governou o estado por quase uma década e meia,
contando com o reinado interrompido de Luiz Fernando Pezão, supostamente
seu cúmplice direto e representante de seus interesses no Palácio
Guanabara.
Cabral esperou a poeira assentar por mais de dois anos na prisão,
enquanto acompanhava o desenrolar de ações penais que resultaram em
condenações que somam mais de 200 anos de prisão. Da cadeia, Cabral
acompanhou ainda a eleição, talvez na expectativa de que aliados
conseguissem se eleger em postos chave, como o governo do Rio e até
mesmo a Presidência da República. Já com o quadro definido, tanto
político quanto judicial, Cabral decidiu que era hora de começar a
falar.
Ninguém rouba sozinho. Ninguém rouba tantos milhões durante tantos
anos sem a cumplicidade de muitos parceiros em dezenas de repartições,
órgãos públicos, empresas e políticos de cargos superiores. Além de
saber muito, Cabral também sabe quem, entre seus parceiros de crime, já
está completamente liquidado, sem qualquer chance de ascender novamente
na política. São estes parceiros que o político mira em sua nova fase
‘iluminada’. Como chefe de uma organização criminosa que saqueou os
cofres públicos do estado do Rio durante tantos anos, Cabral tem
potencial de colocar muita gente atrás das grades, incluindo membros do
Judiciário. Ninguém rouba sozinho. Este é o novo recado de Cabral.
Segundo O Globo, “Em conversas reservadas, Cabral tem indicado
disposição para revelar segredos da magistratura. Além de influir em
decisões do Tribunal de Justiça do Rio, ele apadrinhou a indicação de ao
menos quatro ministros do STJ e um ministro do Supremo.
Uma delação do ex-governador pode ser o ponto de partida para a aguardada operação Lava Toga.”
Ou um belo acordo de delação premiada.

Fonte: www.imprensaviva.com
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