Renan Calheiros critica quem defende voto aberto para a presidência do Senado Federal
'Eleição tem como princípio universal o voto secreto', argumentou o emedebista

© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Candidato do MDB à
presidência do Senado, o senador alagoano Renan Calheiros classificou
como uma "maluquice" a proposta de um grupo de senadores de que a
eleição para a escolha da próxima Mesa Diretora da Casa seja feita com
votação aberta, ou seja, com cada parlamentar tornando público o
candidato em quem votou.
“Uma maioria ter que se humilhar, judicializando uma eleição
que ela ganharia porque uns malucos queriam abrir o voto”, disse
Calheiros, referindo-se ao pedido que parte dos senadores de seu próprio
partido e do Solidariedade apresentaram ao Supremo Tribunal Federal
(STF) para reverter o resultado da votação de ontem (1), na qual a
votação aberta foi aprovada por 50 votos a 2 – com uma abstenção e 28
senadores deixando de votar.
O pedido foi julgado pelo presidente
do STF, ministro Dias Toffoli, que decretou que a votação deve ser
secreta. Em sua decisão, Toffoli afirmou que a votação secreta para as
eleições internas nas casas legislativas podem ser observadas em
distintos parlamentos do mundo. Argumento usado, hoje, por Calheiros.
“Eleição
tem como princípio universal o voto secreto. Não há eleição sem voto
secreto. Caso contrário, teríamos uma pressão deletéria da mídia, dos
poderes econômico, político e judicial”, comentou o senador, defendendo
que a decisão do ministro Dias Toffoli deve ser cumprida pois, segundo
ele, “decisão judicial não se discute. Cumpre-se”.
Além
de Renan, são candidatos para presidente do Senado: Alvaro Dias
(Pode-PR), Ângelo Coronel (PSD-BA), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Fernando
Collor (Pros-AL), Major Olímpio (PSL-SP), Reguffe (sem partido-DF) e
Espiridião Amin (PP-SC).
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP),
um dos que se opõe à candidatura de Renan Calheiros, classificou como
“absurda” a decisão do ministro Dias Toffoli. “O pedido de anulação da
votação pelo voto aberto foi impetrado à 1h da manhã. Uma estranha
liminar foi concedida as 3h45. Não há tempo hábil [para análise do
pedido]”, disse Rodrigues, defendendo que a decisão do ministro do STF
seja cumprida “por mais esdrúxula e absurda que ela seja”.
“Vamos
cumprir a decisão judicial, mas tem que ser garantido aos senadores que
quiserem a faculdade de apresentarem seu voto”, acrescentou Rodrigues.
Além
da crítica ao voto fechado, Randolfe confirmou que o grupo que se opõe à
candidatura de Calheiros ainda tenta construir uma candidatura única
capaz de derrotar o senador alagoano. “Vamos tentar construí-la. Acho
que, hoje, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) está melhor localizado
entre os colegas. Outros senadores têm melhor apelo junto à opinião
pública, como o Senador Álvaro Dias (Podemos-PR)”
Já o senador
Jorge Maranhão, que preside a sessão que acontece hoje, por ser o mais
idoso da Casa, disse que os senadores que recorreram ao STF fizeram
valer um direito. “Quem tem o direito vai à Justiça. Quem não tem,
aceita a decisão.”
Política ao Minuto com informações da Agência Brasil
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