Operação Lava Jato: R$ 20 Bilhões foram “roubados” da Petrobrás pelo PT, PMDB e PP
As seis empreiteiras acusadas de cartel e
corrupção na Operação Lava Jato que pagaram, direta e indiretamente, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva são suspeitas de terem dado um
prejuízo de R$ 20 bilhões para a Petrobras, entre 2004 e 2014. O valor é
uma estimativa calculada por peritos da Polícia Federal, em laudo
anexado à denúncia contra o petista, que era analisada pelo então juiz Sérgio
Moro.
Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo
Corrêa, UTC, Andrade Gutierrez e OAS pagaram Lula por palestras – após
sair do governo, em 2011 – ou fizeram doações ao Instituto Lula. Duas
delas, OAS e Odebrecht, acusadas de custearem bens e benefícios pessoais
ao ex-presidente. Entre as “benesses” estariam o apartamento tríplex do
Edifício Solaris, no Guarujá (SP), o custeio de armazenamento de bens
pessoais por empresa especializada de São Paulo e a compra e as reformas
do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP).

Do rombo total estimado, R$ 3 bilhões
são referentes aos pagamentos de propinas das seis empreiteiras nos dez
anos que o esquema de fraudes e corrupção em contratos da Petrobras
teria funcionado. Acusação do Ministério Público Federal coloca Lula
como o “comandante” da sistemática de loteamento político para
arrecadação de propinas engendrada na estatal, sob o controle do PT,
PMDB e PP. Os crimes só eram mantidos, devido ao conluio dos políticos e
agentes públicos com o cartel de empreiteiras.
“Considerando que em ambiente
cartelizado a competitividade fica praticamente descartada, estima-se
que os percentuais de lucros excessivos aplicados pelas empreiteiras
cartelizadas possam ter variado entre o mínimo de 3%, correspondente aos
valores repassados a partidos e políticos e aos ex-funcionários da
Petrobras, podendo chegar a até 20%, limite superior aceito em grande
parte dos contratos firmados”, registram os peritos criminais federais
Audrey Jones de Souza, Raphael Borges Mendes e Jefferson Ribeiro Braga.
A força-tarefa da
Lava Jato começou a apresentar à Justiça Federal as primeiras acusações
de cartel – até aqui, foram imputados aos alvos os crimes de corrupção,
lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O cálculo leva em consideração ainda os
resultados de outro laudo feito para analisar os contratos de obras na
Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e no Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) – duas obras centrais no
esquema alvo da Lava Jato.
Os dados apontam que, apesar da
corrupção ter gerado um desvio de 3% para prover o caixa da propina, o
esquema elevou na maioria dos casos em 20% os custos dos contratos – com
sobrepreço e aditivos, por exemplo. Em balanço de 2014, a Petrobras já
lançou os mais de R$ 6 bilhões em prejuízo, referente ao valor das
propinas confessas por ex-diretores e ex-gerentes da estatal.

Jornal do País
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