Venezuela gera discussão entre Gleisi Hoffmann e Fernando Haddad em reunião do PT
A ida da presidente da sigla à posse de Maduro dividiu opiniões no partido

© Rodolfo Buhrer/Reuters
A ida de Gleisi Hoffmann à
posse de Nicolás Maduro, na Venezuela, foi tema de discussão entre a
presidente do PT e o candidato derrotado do partido à Presidência,
Fernando Haddad, em reunião da Executiva Nacional da legenda neste
sábado (09), em São Paulo.
Último a falar, Haddad foi questionado por Valter Pomar, líder
da corrente Articulação de Esquerda e aliado de Gleisi, sobre
"declarações públicas" a respeito da ida da presidente do partido à
posse de Maduro. Ele se referia a uma entrevista de Haddad ao jornal El País, na qual disse que não foi consultado sobre a viagem.
"O
Valter Pomar falou sobre críticas públicas e eu perguntei se ele leu o
que eu disse", explicou Haddad. "O que eu falei foi que não participei
da discussão, depois percebi que ninguém tinha participado e que recebi
pela imprensa a informação. Estou falando de um protocolo que precisa
ser observado. Nem precisava me ouvir, mas ninguém foi ouvido. O que
falei é que teve uma carga simbólica muito forte e sobre o problema de
comunicação, sobre a forma como se comunica isso", disse o ex-prefeito
de São Paulo depois da reunião.
Segundo relatos, durante o
encontro Haddad teria argumentado que suas críticas à viagem de Gleisi
foram de "método e não de mérito". Ainda na Executiva, Gleisi tomou o
microfone e rebateu Haddad. "Eu discordo dele. Acho que não é só questão
de método. Tem um fundo político nisso. O PT tem que discutir, mas já
temos uma posição pública que é a defesa da autodeterminação dos povos,
da soberania e do reconhecimento do resultado das eleições", disse a
presidente do partido.
A
ida de Gleisi à posse de Maduro dividiu opiniões no PT. Setores do
partido reclamaram do fato de a presidente ter tomado a iniciativa sem
consultar a direção e enxergaram no gesto de Gleisi um movimento rumo à
esquerda petista e aos movimentos sociais em busca de apoio para a sua
reeleição. O mandato de Gleisi termina este ano.
Neste domingo, a
Executiva vai debater a forma de escolha da próxima direção. Alguns
setores defendem a manutenção da eleição direta. Outros são favoráveis à
eleição por meio de delegados para evitar denúncias de fraudes e
irregularidades que marcaram as eleições internas anteriores.
A reunião deste domingo terá início com um relato do jornalista Breno
Altman, que esteve na Venezuela e irá descrever o que viu no país de
Nicolás Maduro.
Política ao Minuto com informações do Estadão Conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário