Com alto grau de ameaça na natureza, Arara-azul-de-lear tem filhotes em unidade do zoológico de São Paulo
As duas avezinhas nasceram nos dias 8 e 13 de janeiro último de uma ninhada de quatro ovos - um terceiro ovo eclodiu, mas o filhote não sobreviveu

© Paulo Gil - Zoo SP/Divulgação / Estadão
O Centro de
Conservação de Fauna Silvestre do Estado, mantido pela Fundação Parque
Zoológico de São Paulo em Araçoiaba da Serra, interior paulista,
conseguiu pela primeira vez o nascimento de filhotes de
arara-azul-de-lear, espécie com alto grau de ameaça na natureza.
As duas avezinhas nasceram nos dias 8 e 13 de janeiro último
de uma ninhada de quatro ovos - um terceiro ovo eclodiu, mas o filhote
não sobreviveu. A boa notícia foi divulgada nesta quinta-feira, 21, após
os filhotes terem atingido um bom estágio de desenvolvimento.
A
arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é a única espécie de ave
mantida no Centro de Fauna Silvestre, instalado há quatro anos na cidade
do interior. Segundo a assessoria do zoo, a unidade foi concebida para
promover pesquisas e ações de conservação com espécies ameaçadas de
extinção. Classificada como em perigo de extinção e endêmica de áreas
restritas da caatinga, no Estado da Bahia, essa ave não se reproduz
facilmente em cativeiro. Somente em 2015 o Zoológico de São Paulo
conseguiu sucesso na reprodução, registrando o primeiro nascimento em
instituição brasileira - nasceu o Teobaldo, nome dado ao filhote em
votação pública.
Conforme a assessoria, o casal reprodutor de São
Paulo foi responsável por outros nove filhotes vivos. Após
remanejamentos de animais e tentativas de formação de novos pares,
aconteceu em janeiro o nascimento de três filhotes em Araçoiaba da Serra
de um segundo casal reprodutor formado pelo zoo paulistano.
Duas
avezinhas nasceram no ninho, com os pais, e outra na chocadeira. Após a
morte de um filhote no ninho, o remanescente também foi retirado para
criação artificial. Assim, já há ambiente favorável para nova postura.
Os filhotes recebem cuidados diários da equipe técnica, até estarem
aptos a serem integrados às ações do plano de cativeiro internacional.
Ainda
segundo o zoo, a população desta espécie em zoológicos e criadouros
conta com poucos casais reprodutores e isso é um fator preocupante, já
que não favorece a variabilidade da população cativa, comprometendo a
conservação da arara-azul-de-lear. "Diante disso, é uma grande conquista
para esta Fundação manter um segundo casal reproduzindo com êxito, pois
irá fortalecer as ações de recuperação da espécie, visando a manutenção
de uma população geneticamente viável nos atuais programas de
proteção", informou.
Micos
O Centro de
Fauna Silvestre desenvolve pesquisas também com micos-leões-pretos,
tendo obtido o nascimento de oito filhotes desde 2015. Parte desses
animais foi enviada para instituições nacionais que entraram no programa
de cativeiro da espécie. Atualmente, existem apenas 56 espécimes em
cativeiro no mundo.
O centro também obteve o nascimento de quatro tamanduás-bandeira,
tendo enviado uma das crias, fêmea, para o Zoológico da Colônia, na
Alemanha. Recentemente foi integrado ao plantel do centro o
sagui-da-serra-escuro. O objetivo é conseguir a reprodução e aumento
populacional em cativeiro, pois hoje a população cativa oficial é
composta de apenas 45 indivíduos.
Brasil ao Minuto
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