Ex-presidente Lula nega ter incitado ocupação de triplex em Guarujá, em São Paulo
Condomínio e apartamento foram invadidos poucos dias após prisão de Lula

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O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva prestou depoimento nesta terça-feira, 26, à Polícia
Federal em Curitiba no âmbito de um inquérito que investiga uma ocupação
no triplex do Guarujá (SP). O apartamento é atribuído ao petista,
condenado e preso na Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de
dinheiro por reformas no imóvel. O advogado Manoel Caetano Ferreira, que
defende Lula, relatou à saída PF que Lula declarou que "não incitou
ninguém a invadir" o tríplex.
Em janeiro do ano passado, ao discursar em São Paulo após ter
sua pena aumentada para 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Lula havia negado ser dono do
tríplex. "Se eles me condenaram me deem pelo menos o apartamento", disse
Lula, na ocasião. "Eu até já pedi para o Guilherme Boulos (líder do
MTST) mandar o pessoal dele ocupar aquele apartamento. Já que é meu,
ocupem."
Em 16 de abril, nove dias depois de Lula ser preso para
cumprir a pena no processo do triplex, integrantes da Frente Povo Sem
Medo e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto ocuparam o imóvel por
cerca de 3 horas.
Na época, a advogada do MTST Débora Camilo
informou que a ocupação era uma forma de manifestação à prisão do
ex-presidente - Lula havia sido levado para a cadeia da Lava Jato, em
Curitiba, no dia 7 de abril.
Nesta
terça-feira, o advogado Manoel Caetano Ferreira declarou que Lula "fez
aquela referência (ao triplex) em um discurso que durou mais de meia
hora e esse trecho (sobre a ocupação) tem seis segundos".
A
ocupação está sendo investigada pela PF em São Paulo. Uma delegada da
Superintendência Regional paulista se deslocou nesta terça para
Curitiba, onde tomou o depoimento de Lula, que ocupa uma sala especial
no prédio da PF na capital paranaense.
"Estava em um momento ainda
de indignação com a injusta condenação pelo Tribunal Regional Federal e
foi uma força de expressão que ele utilizou ao dizer que se o
apartamento fosse dele, que o Guilherme Boulos com seu pessoal, poderia
ocupar. Ele esclareceu (à PF) que foi uma força de expressão", declarou o
defensor, após o depoimento de Lula.
"Ela (delegada da PF) quis
saber se ele (Lula) tinha conversado com o Guilherme Boulos depois
daquele dia, ele de fato jamais conversou, não conversou com nenhum
membro do MTST, e, portanto, ele não incitou a ocupação."
Segundo o
advogado, a ocupação foi uma ação do MTST. "O ex-presidente Lula não
sabe quais foram os motivos, mas foi uma ação do movimento, que não foi
esta a única ocupação como todos nós sabemos", disse.
"Não sei se houve exagero ou não (nesta investigação), mas de certa
forma a contribuição que ele poderia dar para este inquérito era
praticamente nenhuma. Ele só esclareceu o que disse aquele dia na praça e
a polícia está fazendo seu papel de investigar uma ocupação que houve."
Notícias ao Minuto cCom informações do Estadão Conteúdo
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