Papa Francisco admite que padres e também bispos submetiam freiras a escravidão sexual
O Papa Francisco fez uma revelação histórica ao admitir que padres submeteram feiras a escravidão sexual. A declaração foi feita a bordo do “avião papal”, que o levava de volta à Itália após visita (também histórica) à Península Arábica.
“Houve padres e também bispos que fizeram isso”, disse Francisco respondendo questionamento de uma jornalista sobre matéria publicada em uma revista mensal do Vaticano.
A confirmação de abusos cometidos por bispos e padres causou surpresa, pois o tema era considerado tabu nos corredores de capelas e igrejas do centro nervoso da Igreja Católica.
Apesar de não ter citado ninguém
diretamente, o Papa Francisco destacou uma atitude tomada por seu
antecessor, Bento XVI, que dissolveu uma congregação. “A escravidão se tornara parte da congregação, mesmo a escravidão sexual por parte de padres e de seu fundador”.
Alessandro Gisotti, porta-voz do
Vaticano, explicou que a congregação citada pelo Papa argentino era uma
ordem francesa, encerrada pouco depois da posse de Bento em 2005.
“Trabalhamos por muito tempo sobre
este assunto. Suspendemos vários clérigos, que foram despedidos. Não sei
se o processo (canônico) terminou, mas também dissolvemos algumas
congregações femininas que estiveram muito vinculadas a esta corrupção”, pontuou Francisco.
O pontificado do argentino é marcado por
feitos antes inimagináveis dentro do catolicismo. Sobretudo pela
intifada contra os diversos casos de abusos sexuais envolvendo nomes do alto escalão do Vaticano e religiosos espalhados no mundo inteiro.
O movimento #MeToo – criado
por um grupo de ativistas e endossado por atrizes norte-americanas, foi
responsável por cessar o silêncio de freiras. Muitas delas vieram a
público denunciar abusos sofridos por padres e bispos. A União
Internacional de Madres Superioras, representante de mais de 500 mil
freiras, incentivou suas integrantes a quebrarem o silêncio.

Jornal do País
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