Marisa Letícia sabia que o ex-presidente Lula destruiu sua vida e de toda a família
Por Carlos Newton
Quando Al Capone foi apanhado sob alegação de estar sonegando
impostos, ninguém jamais se importou com a mulher dele, porque os
mafiosos costumavam preservar a intimidade do lar, esta era a regra,
embora aparecessem exceções, como o casal Clyde Barrow e Bonnie Parker.
Aqui no Brasil contemporâneo, ocorre justamente o contrário – os
criminosos do colarinho branco fazem questão de envolver a família nos
atos de corrupção, não se preocupam em preservar mulher e filhos. No
início, tudo é festa, nada como enriquecer ilicitamente… Mas depois, é
claro, acabam se arrependendo.
Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo
O ex-governador Sergio Cabral, por
exemplo, agiu exatamente como Clyde Barrow e colocou a própria mulher
no mundo do crime. Quando se conheceram, Adriana Ancelmo era uma jovem
advogada inexperiente em tudo, inclusive em corrupção. Tornaram-se
amantes e Cabral resolveu largar a mulher, Suzana Neves, prima do
senador Aécio. Daí para a frente surgiu o Casal 171 da política, num
festival de corrupção como nunca se viu na administração pública direta.
Detalhe importante: as investigações sobre Cabral estavam apenas
começando. Faltava pescar muito peixe grande, como os ex-secretários
Sérgio Cortes (Saúde), José Mariano Beltrame (Segurança) e Luiz Fernando
Pezão (Obras), mas tudo tem sua hora.
A hora do choro
O colunista Mauricio Lima, da Veja, divulgou que
Sergio Cabral estava deprimido, chorava muito, seus amigos temiam que tentasse
suicídio no presídio de Bangu. Era uma possibilidade, claro, e nem seria
novidade, pois a repórter Juliana Castro, de O Globo, revelou que o
vice-almirante Othon Pinheiro da Silva tentou suicídio no regime
domiciliar em que se encontrava, na Base Naval do Rio Meriti.
Othon tornara-se mito nas Forças Armadas, como um dos responsáveis
pelo programa nuclear da Marinha. De repente não era mais nada e estava prestes a perder a patente, quando completasse dois anos de condenação.
Ele destruiu a próxima carreira e o que restava de sua vida. Não
envolveu a mulher, mas levou de roldão a própria filha, Ana Cristina
Toniolo, que era sócia dele numa firma de trambicagens de engenharia e
pegou 12 aos e quatro meses de cadeia.

Eduardo Cunha e Família
Embriagado pelo poder e confiante em
permanecer impune, o ex-deputado Eduardo Cunha seguiu o mesmo caminho.
Sem a menor necessidade, colocou a mulher Cláudia Cruz como cúmplice de
seus atos de corrupção, envolvendo-a nos depósitos de contas no
exterior.
Ainda não satisfeito, incriminou os filhos Felipe, Danielle e
Camilla, sócios da empresa GDAV Serviços de Publicidade, que faturou
fraudulentamente R$ 1 milhão da Gol Linhas Aéreas. Agora, Cunha está
desesperado, querendo fazer delação premiada, mas pode ser tarde demais,
a força-tarefa da Lava Jato não demonstra interesse e ele terá de
entregar peixes graúdos, podemos imaginar quais serão eles.
Dinastia Odebrecht
Rico desde sempre, devido ao crescimento da
empresa na administração do patriarca Norberto Odebrecht, um empresário
que destinava boa parte da fortuna para programas sociais, Emilio
Odebrecht preferiu transformar a empreiteira numa máquina de corrupção.
Nessa onda, a partir do governo FHC ele montou um dos maiores
conglomerados empresariais da América Latina. Depois, introduziu o filho
Marcelo na criminalidade, foi curtir a vida e deixou-o com a
bomba-relógio no colo.
Marcelo Odebrecht estava preso desde junho de 2015, o pai Emilio teve
de reassumir a presidência, a delação ainda não havia sido homologada e o
grupo empresarial desmoronou de forma impressionante. A família tem
dinheiro ilícito para várias gerações, mas precisa mudar de sobrenome – a
marca Odebrecht está destruída para sempre.
Marisa Letícia sofre
Na UTI do Sírio-Libanês, Marisa Letícia lutava pela vida. Oficialmente, tinha hipertensão, que causou um AVC, mas na
vida real ela foi vítima do marido, que a destruiu.
A ex-primeira-dama vivia nas nuvens, até novembro de 2012, quando a
Polícia Federal trouxe a público o romance de Lula com Rosemary
Noronha, que ele nomeara chefe do Gabinete da Presidência. A paixão por
Rose era antiga, vinha da década de 90, mas Lula não podia abandonar a
esposa. Depois do escândalo, sem alternativa, ele tentou melhorar as
coisas fazendo todas as vontades de Marisa Letícia, e foi daí que
derivaram os graves problemas da ocultação de patrimônio no tríplex do
Guarujá, no sítio em Atibaia e na duplicação da cobertura em São
Bernardo do Campo.
Marisa Letícia havia virado ré em dois processos de lavagem de dinheiro
no tríplex do Guarujá e na duplicação fraudulenta da cobertura da
família Lula da Silva em São Bernardo. E ainda faltava o sítio em Atibaia,
mas já haviam cantado a pedra, como se dizia antigamente.
A Derrocada
Mulher de pouca instrução, Marisa Letícia não
conseguia entender o que vinha acontecendo. De repente, o tríplex não era mais seu e nem podia continuar frequentando o sítio de Atibaia, onde
reunia quase semanalmente a família. Estava desesperada porque o caçula
Luís Cláudio havia virado réu na Operação Zelotes e a Polícia Federal apertava o
cerco ao filho Fábio Luís e a seus sócios Fernando Bittar e Jonas
Suassuna, envolvidos no caso do sítio de Atibaia e em muitas outras
falcatruas.
Marisa Letícia desatinara. Perplexa, constatou a ruína da família, e
os amigos também estavam desmoronando, pois José Carlos Bumlai continuava preso e até o advogado-compadre Roberto Teixeira havia virado réu por atuar na
ocultação de patrimônio de Lula. A marolinha virara um tsunami.
Portanto, não foi sem motivos que uma mulher hipertensa como ela veio
a sofrer um AVC. A culpa foi do marido Lula da Silva, que, com
lágrimas no rosto, pedia que os amigos rezassem por ela.
Fonte: Tribuna da Internet
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