terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Famílias envolvidas em atos de corrupção dos criminosos do colarinho branco

Marisa Letícia sabia que o ex-presidente Lula destruiu sua vida e de toda a família


Por Carlos Newton
Quando Al Capone foi apanhado sob alegação de estar sonegando impostos, ninguém jamais se importou com a mulher dele, porque os mafiosos costumavam preservar a intimidade do lar, esta era a regra, embora aparecessem exceções, como o casal Clyde Barrow e Bonnie Parker. Aqui no Brasil contemporâneo, ocorre justamente o contrário – os criminosos do colarinho branco fazem questão de envolver a família nos atos de corrupção, não se preocupam em preservar mulher e filhos. No início, tudo é festa, nada como enriquecer ilicitamente… Mas depois, é claro, acabam se arrependendo.
Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo
O ex-governador Sergio Cabral, por exemplo, agiu exatamente como Clyde Barrow e colocou a própria mulher no mundo do crime. Quando se conheceram, Adriana Ancelmo era uma jovem advogada inexperiente em tudo, inclusive em corrupção. Tornaram-se amantes e Cabral resolveu largar a mulher, Suzana Neves, prima do senador Aécio. Daí para a frente surgiu o Casal 171 da política, num festival de corrupção como nunca se viu na administração pública direta.
Detalhe importante: as investigações sobre Cabral estavam apenas começando. Faltava pescar muito peixe grande, como os ex-secretários Sérgio Cortes (Saúde), José Mariano Beltrame (Segurança) e Luiz Fernando Pezão (Obras), mas tudo tem sua hora.
A hora do choro
O colunista Mauricio Lima, da Veja, divulgou que Sergio Cabral estava deprimido, chorava muito, seus amigos temiam que tentasse suicídio no presídio de Bangu. Era uma possibilidade, claro, e nem seria novidade, pois a repórter Juliana Castro, de O Globo, revelou que o vice-almirante Othon Pinheiro da Silva tentou suicídio no regime domiciliar em que se encontrava, na Base Naval do Rio Meriti.
Othon tornara-se mito nas Forças Armadas, como um dos responsáveis pelo programa nuclear da Marinha. De repente não era mais nada e estava prestes a perder a patente, quando completasse dois anos de condenação. Ele destruiu a próxima carreira e o que restava de sua vida. Não envolveu a mulher, mas levou de roldão a própria filha, Ana Cristina Toniolo, que era sócia dele numa firma de trambicagens de engenharia e pegou 12 aos e quatro meses de cadeia.
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Eduardo Cunha e Família 
Embriagado pelo poder e confiante em permanecer impune, o ex-deputado Eduardo Cunha seguiu o mesmo caminho. Sem a menor necessidade, colocou a mulher Cláudia Cruz como cúmplice de seus atos de corrupção, envolvendo-a nos depósitos de contas no exterior.
Ainda não satisfeito, incriminou os filhos Felipe, Danielle e Camilla, sócios da empresa GDAV Serviços de Publicidade, que faturou fraudulentamente R$ 1 milhão da Gol Linhas Aéreas. Agora, Cunha está desesperado, querendo fazer delação premiada, mas pode ser tarde demais, a força-tarefa da Lava Jato não demonstra interesse e ele terá de entregar peixes graúdos, podemos imaginar quais serão eles.
Dinastia Odebrecht 
Rico desde sempre, devido ao crescimento da empresa na administração do patriarca Norberto Odebrecht, um empresário que destinava boa parte da fortuna para programas sociais, Emilio Odebrecht preferiu transformar a empreiteira numa máquina de corrupção. Nessa onda, a partir do governo FHC ele montou um dos maiores conglomerados empresariais da América Latina. Depois, introduziu o filho Marcelo na criminalidade, foi curtir a vida e deixou-o com a bomba-relógio no colo.
Marcelo Odebrecht estava preso desde junho de 2015, o pai Emilio teve de reassumir a presidência, a delação ainda não havia sido homologada e o grupo empresarial desmoronou de forma impressionante. A família tem dinheiro ilícito para várias gerações, mas precisa mudar de sobrenome – a marca Odebrecht está destruída para sempre.
Marisa Letícia sofre 
Na UTI do Sírio-Libanês, Marisa Letícia lutava  pela vida. Oficialmente, tinha hipertensão, que causou um AVC, mas na vida real ela foi vítima do marido, que a destruiu.
A ex-primeira-dama vivia nas nuvens, até novembro de 2012, quando a Polícia Federal trouxe a público o romance de Lula com Rosemary Noronha, que ele nomeara chefe do Gabinete da Presidência. A paixão por Rose era antiga, vinha da década de 90, mas Lula não podia abandonar a esposa. Depois do escândalo, sem alternativa, ele tentou melhorar as coisas fazendo todas as vontades de Marisa Letícia, e foi daí que derivaram os graves problemas da ocultação de patrimônio no tríplex do Guarujá, no sítio em Atibaia e na duplicação da cobertura em São Bernardo do Campo.
Marisa Letícia havia virado ré em dois processos de lavagem de dinheiro no tríplex do Guarujá e na duplicação fraudulenta da cobertura da família Lula da Silva em São Bernardo. E ainda faltava o sítio em Atibaia, mas já haviam cantado a pedra, como se dizia antigamente.
A Derrocada 
Mulher de pouca instrução, Marisa Letícia não conseguia entender o que vinha acontecendo. De repente, o tríplex não era mais seu e nem podia continuar frequentando o sítio de Atibaia, onde reunia quase semanalmente a família. Estava desesperada porque o caçula Luís Cláudio havia virado réu na Operação Zelotes e a Polícia Federal apertava o cerco ao filho Fábio Luís e a seus sócios Fernando Bittar e Jonas Suassuna, envolvidos no caso do sítio de Atibaia e em muitas outras falcatruas.
Marisa Letícia desatinara. Perplexa, constatou a ruína da família, e os amigos também estavam desmoronando, pois José Carlos Bumlai continuava  preso e até o advogado-compadre Roberto Teixeira havia virado réu por atuar na ocultação de patrimônio de Lula. A marolinha virara um tsunami.
Portanto, não foi sem motivos que uma mulher hipertensa como ela veio a sofrer um AVC. A culpa foi do marido Lula da Silva, que, com lágrimas no rosto, pedia que os amigos rezassem por ela.
Fonte: Tribuna da Internet

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