Nicolás Maduro defende sua legitimidade em novo mandato para governar Venezuela
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Venezuelan Presidency/AFP / Marcelo GARCIA |
O
presidente venezuelano, Nicolás Maduro, defendeu sua legitimidade neste
domingo (6), depois que o Parlamento, controlado pela oposição,
declarou que seria um “usurpador” quando assumir um novo mandato na
quinta-feira.
“A Revolução Bolivariana chegou ao poder através de
meios democráticos há 20 anos e foi ratificada com 23 vitórias
eleitorais. A legitimidade nos foi dada pelo povo com o seu voto,
aqueles que tentam dobrar a nossa vontade, não se enganem. A Venezuela
será respeitada!”, escreveu Maduro no Twitter.
O governante socialista publicou a mensagem com uma foto dele na frente de uma multidão de apoiadores.
Vestido
com uniforme de beisebol, Maduro reapareceu ontem jogando com seus
ministros e o alto comando militar – considerado o principal apoio do
governo -, em um estádio do Forte Tiuna, a maior instalação da
corporação em Caracas.
“É uma Assembleia Nacional completamente
inútil (…), que pretende mais uma vez fazer um show de destituição do
presidente legítimo, usurpando a soberania popular”, declarou Maduro
antes da partida, transmitida pela televisão pública.
Depois de
tomar posse neste sábado, o presidente do Legislativo, o deputado da
oposição Juan Guaidó declarou Maduro um “usurpador” e prometeu criar
condições para um “governo de transição” para convocar eleições.
Para
isso, o deputado pediu o apoio das Forças Armadas, embora tenha
considerado a cadeia de comando “rompida” por se aliar ao presidente.
“O tal Guaidó é um fantoche, um agente dos gringos”, rebateu Maduro, no parque Hugo Chávez.
Em
um comunicado divulgado no domingo (6), o Ministério das Relações
Exteriores acusou porta-vozes do governo de Donald Trump de desencadear
“ações hostis” contra o presidente após o endosso de Washington ao
Parlamento.
“A Venezuela mais uma vez denuncia à comunidade
internacional a tentativa do governo dos Estados Unidos de consumar um
golpe (…) promovendo o não reconhecimento de instituições legítimas e
democráticas”, afirma o documento.
“Não satisfeito com pretender
outorgar validade seletiva às instituições do Poder Público venezuelano,
(Washington) também recorre à tutela de governos subordinados da região
e lhes dita ordens para aprofundar seu cerco e bloqueio”, criticou a
Chancelaria.
No sábado, o porta-voz do Departamento de Estado
americano, Robert Palladino, manifestou seu “apoio à Assembleia
Nacional”, ao defini-la como “a única instituição legítima” na
Venezuela.
– Reação ao Grupo de Lima
Com o apoio dos Estados
Unidos, o Grupo de Lima pediu a Maduro, na sexta-feira, que não tome
posse e transfira o poder para o Parlamento até a realização de
“eleições democráticas”.
O governo de esquerda do México foi o
único membro do bloco que se distanciou dessa declaração, assinada pelo
Canadá e por outros 12 países latino-americanos.
Maduro foi
reeleito em 20 de maio. As eleições foram boicotadas pelos principais
partidos de oposição, que apontaram fraude no processo, e não forma
reconhecidas pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE).
O
presidente rejeitou que o Grupo de Lima tenha incluído em sua declaração
uma condenação a “qualquer provocação, ou mobilização militar” da
Venezuela que “ameace a paz da região”, após um incidente com a Guiana
pela interceptação de navios da transnacional americana ExxonMobil em
uma zona marítima, cuja soberania é reivindicada por ambos os países.
Maduro também criticou o Parlamento.
“Que
não se metam comigo. Eu vou saber me defender (…), mas que a Assembleia
Nacional tenha entregue o mar territorial venezuelano para a Guiana não
tem nome (…) Ou, sim, tem: traição à pátria”, afirmou.
Pelo
Twitter, o presidente já havia enviado uma mensagem para seus
adversários: “a Revolução Bolivariana chegou ao poder pela via
democrática há 20 anos e se confirmou com 23 vitórias eleitorais. A
legitimidade nos foi dada pelo povo com seu voto. Aqueles que pretendem
dobrar nossa vontade, não se enganem”.
AFP
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