Ministro Sérgio Moro quer critério mais objetivo para posse de arma de fogo
Promessa
de campanha do presidente Jair Bolsonaro, a flexibilização das regras
para a posse de armas deve ser estabelecida por decreto presidencial na
próxima semana, segundo afirmou na última terça-feira (8), o ministro da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A minuta de decreto elaborada e encaminhada
ao Palácio do Planalto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública,
Sergio Moro, prevê esclarecer o que é a “efetiva necessidade” para
posse, que consta na lei como requisito.
Conforme membros do
governo que participaram da elaboração da minuta, a legislação atual
deixa espaço para “subjetividades” na hora de avaliar uma solicitação de
posse. A ideia é fixar critérios mais objetivos.
Pelo texto do
Ministério da Justiça, o porte de armas fica de fora do decreto, porque
depende de alteração legislativa, o que teria de passar pelo Congresso
para poder vigorar. Na posse, a arma só pode ser mantida em casa ou
dentro de estabelecimento comercial. Já com o porte, o cidadão poderia
circular armado nas ruas. Ele também defendeu aumentar o limite de armas
por cidadão.
Um dos pontos que já têm a aprovação de Moro e do
governo, segundo a reportagem apurou, é o aumento do prazo de validade
da autorização da posse de armas, dos atuais 5 para 10 anos.
Em
reunião nesta terça no Planalto, outros ministros apresentaram sugestões
para o decreto. Entre elas, foi citada a possibilidade de facilitar a
posse de armas em zonas rurais para uso pessoal e para defesa em áreas
isoladas. Moro fez uma apresentação sobre o texto ao conselho e a
costura da versão final será feita na Secretaria de Assuntos Jurídicos
da Casa Civil.
“Na reunião, o presidente Bolsonaro chamou a
atenção para todos os compromissos de campanha que ele assumiu e disse
que os ministros têm a tarefa de materializar essas promessas. A posse
de armas é a primeira delas”, disse Onyx Lorenzoni.
Na elaboração
da minuta no Ministério da Justiça, Moro levou em conta não só os
assessores da pasta como também um parecer da Polícia Federal. O órgão
desempenha o papel de emitir parecer concordando ou não com a concessão
da licença para ter o equipamento.
Ter a ficha criminal limpa e
uma certidão de habilitação técnica para atirar, bem como apresentar
exame psicológico, são alguns dos pontos enfatizados no texto. Não será
incluída nenhuma exigência além do que já está previsto na lei.
Anistia
Na
segunda-feira, 7, após reunião com Bolsonaro e Onyx, um dos deputados
mais influentes da bancada da bala no Congresso, Alberto Fraga (DEM-DF),
disse que o presidente concordou com uma proposta de anistiar quem
perdeu o prazo de renovar o registro de posse de arma de fogo. Segundo
Fraga, o texto também poderá prever exclusão de comprovação de
necessidade feita por um delegado da Polícia Federal.
Bolsonaro tem afirmado que a posse de arma aumenta a chance de legítima defesa e faz com que a segurança melhore no País.
Uol
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