Por que o terrorista italiano Cesare Battisti não passou pelo Brasil antes da extradição?
Battisti entrou na Bolívia ilegalmente via Brasil, onde residia desde 2004

© REUTERS / Max Rossi
Muito se cogitou sobre a
possibilidade do italiano Cesare Battisti passar pelo Brasil antes de
ser extraditado no domingo (13). O governo de Jair Bolsonaro chegou a
enviar um avião da Polícia Federal para buscar Battisti na Bolívia e até
anunciou que o italiano faria uma escala no Brasil antes de ser enviado
à Itália.
No entanto, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou no fim da tarde que as autoridades buscariam Battisti diretamente em Santa Cruz de la Sierra,
na Bolívia, em uma decisão que pegou de surpresa o Brasil e a imprensa
internacional. Em entrevista exclusiva à ANSA, o embaixador italiano em
La Paz, Placido Vigo, explicou que foi uma decisão estratégica. "A ida
direta da Bolívia para Itália, sem passar pelo Brasil, permitiu que o
governo italiano não ficasse restrito à pena de 30 anos de prisão que
Brasília tinha solicitado no acordo de extradição".
Os
dois países, na época da autorização da extradição e na formulação do
acordo, tiveram de acertar diferenças no sistema penal. Como a pena
máxima no Brasil é de 30 anos, a Itália teria que aceitar esse limite em
Battisti, que, por sua vez tinha sido sentenciado à condenação
perpétua.
"Além disso, a extradição via Bolívia evitou um risco
de uma outra detenção de Battisti no Brasil, que poderia requerer um
novo pedido de extradição", contou o embaixador italiano. A Bolívia, por
sua vez, aplicou uma ordem de "expulsão obrigatória" a Battisti,
negociada com o ministro das Relações Exteriores Diego Pary.
O
governo de Evo Morales aplicou a Lei 370 de Migração, a qual dispõe
sobre saída obrigatória por sua condição ilegal. Battisti entrou na
Bolívia ilegalmente via Brasil, onde residia desde 2004.
(ANSA)
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