Cúpula Conservadora acaba com pedido de casamento de Eduardo Bolsonaro
Evento foi organizado por Eduardo Bolsonaro e o 'príncipe' Luiz Philippe de Orleans e Bragança
© Ricardo Moraes/Reuters
"Meu nome é Jair
Bolsonaro, estou com 63 anos de idade", diz o presidente eleito, sentado
em sua cama, direto da Barra da Tijuca. Até focar nele, a webcam
administrada pelo filho vereador Carlos Bolsonaro, o "02", oscila
("estamos vendo o teto da sua casa, agora o chão", é avisado).
Do
outro lado da linha está seu terceiro filho, o "03", Eduardo Bolsonaro, e
a plateia da primeira Cúpula Conservadora das Américas, realizada neste
sábado (8) num hotel em Foz do Iguaçu (PR).
É
importante saber quantos anos ele tem, diz Bolsonaro por Skype. "Pois
[mostra] há quanto tempo eu luto contra essa ideologia no Brasil."
"O que vocês fazem aí eu dou os parabéns. Há preocupação, sim, de manter viva a chama da liberdade", afirma o presidente eleito.
Essa
ideologia tão perversa, no caso, é a esquerdista, tratada como causa de
todos os males da América Latina no evento – que intercalou a oratória
inflamada com um pedido de casamento. Eduardo pediu a mão da namorada, a
psicóloga Heloísa Wolf, ao vivo após a fala do pai. Ela disse sim.
O
encontro foi organizado pelos futuros colegas de Câmara Eduardo e Luiz
Philippe de Orleans e Bragança, conhecido como "o príncipe", ambos do
PSL, mais o advogado do partido Gustavo Kfouri.
O público, cerca
de um terço dos 1.500 inscritos, não chegou a lotar o auditório de um
hotel local. Viajar para a cidade paranaense na tríplice fronteira com
Brasil, Argentina e Paraguai sai caro, Eduardo ponderaria depois a
jornalistas.
Os que foram se refastelaram com um corolário de
declarações antiesquerda, com especial carinho pela participação de
Olavo de Carvalho via videoconferência.
Entre assoadas de nariz e
goles de um trago, a figura de proa do bolsonarismo disparou frases
contra o polo progressista. A Comissão da Verdade, por exemplo,
rebatizou de "Começão da Verdade".
Ao comparar o certame
ideológico na América Latina com uma "guerra espiritual" entre "o bem e o
mal", a senadora colombiana María Fernanda Cabal Molina, do direitista
Centro Democrático, fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, deu o
discurso que melhor sintetizou a quarta e última mesa do evento.
Não
faltou um afago ao pai de um dos idealizadores do evento, o deputado
eleito Eduardo Bolsonaro (PSL). "O triunfo de Jair Bolsonaro é o resgate
rumo à civilização ocidental e à liberdade."
Com frases de
efeito, como "não há nada mais capitalista do que um comunista" e "um
comunista no poder significa milhões de mortos numa sociedade", María
Fernanda recuperou o interesse de uma plateia que foi se esvaziando ao
longo do dia, que acabou com várias cadeiras vagas no pavilhão que
sediou a conferência.
A cúpula terminou com uma carta com "anseios populares aos
representantes do povo", que incluiu tópicos como "combater a cultura do
vitimismo" e "fortalecimento dos valores da cultura ocidental".
Política ao Minuto com
informações da Folhapress
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